Histórico de atualizações
  • Bom dia,

    termina aqui este liveblog, mas pode continuar a acompanhar tudo sobre as eleições autárquicas num outro liveblog que acabámos de abrir.

    Até já.

    “Aqui estou, caro Fernando Medina”. Marta Temido ataca Moedas por querer “penso rápido” para a saúde

  • Médico e eterno comunista, Justino Santos foi o primeiro autarca de Odemira

    Justino Santos foi o primeiro autarca de Odemira eleito democraticamente, em 1976, mas hoje diz que é apenas médico, é comunista ferrenho, mas já não é militante, conheceu o concelho na miséria, ficou por lá e ergueu-o.

    É natural do concelho da Calheta, na ilha da Madeira, e estudou Medicina em Coimbra. O primeiro contacto com o PCP foi lá, através dos movimentos dos estudantes: “A minha ligação começou, precisamente, pelos movimentos académicos em Coimbra, que já eram uma coisa impressionante”.

    O antigo autarca explicou que Odemira “tem o tamanho do distrito de Viana do Castelo, aqui cabem 11 concelhos, que é o caso de Viana”, mas antigamente “não havia nada”, quase a totalidade da população não tinha água, saneamento, eletricidade, o analfabetismo era a regra e os conceitos de estrada e telefone não passavam de ilusões.

    Hoje é “extremamente crítico da atuação” do executivo do município, liderado pelo PS, e disse que há necessidade de mais médicos, mais acessos, mais habitação e também queria que as infraestruturas que deixou “funcionassem minimamente”, já que agora “a água falta permanentemente” e “as estradas estão esburacadas”.

  • Costa fecha périplo intenso a Norte. "Deixemos os outros entretidos com os seus problemas"

    Nós e eles. A linha de António Costa no fecho de dois dias de campanha intensa por Braga e Porto é esta: de um lado o PS, que “não perde tempo consigo mesmo” e do outro o PSD, “entretido com os seus problemas”.

    Foi assim que se despediu, no comício de Vila Nova de Gaia, antes de voltar a Lisboa (amanhã à hora de almoço ainda passará pela Amadora em campanha), com uma mensagem dirigida aos seus: “Nós os socialistas não temos de perder temo connosco próprios. mas de resolver os problemas dos portugueses. Deixemos os outros entretidos com os seus problemas e com o facto de terem de dedicar todo o seu tempo, em vez de dizerem aos portugueses o que têm de fazer, a dizer o que não querem que o PS faça”.

  • Ventura diz que PSD está "igual" ao PS e desafia Rio a justificar atraso no interior

    O presidente do Chega diz que Rui Rio devia explicar o porquê do PSD ter estado 20 anos no Governo e não ter resolvido o atraso do interior.

    Ventura diz que PSD está “igual” ao PS e desafia Rio a justificar atraso no interior

  • Líder do CDS-PP acusa Governo de "fragilizar" forças de segurança

    O presidente do CDS diz que “todos os dias” é “exposto o fracasso da governação do PS” ao nível da segurança, bem como a “debilidade” do ministro Eduardo Cabrita

    Líder do CDS-PP acusa Governo de “fragilizar” forças de segurança

  • Golfinhos e uma vista "apaixonante". No Tejo, Medina fez de guia turístico e atirou contra a direita

    Óculos de sol na cara, um protetor solar por perto caso seja preciso, o microfone numa mão e a outra mão livre, até porque convém poder apoiar-se caso o barco lhe pregue um susto. A figura podia ser a de um guia turístico, sobretudo quando anuncia coisas como “estamos agora a passar aqui em frente à Ribeira das Naus” ou se congratula por ver “os golfinhos a regressar ao Tejo”. Mas este guia é meio turístico, meio político, e remata assim: “Desculpem estar a falar tanto tempo, mas de facto é muito apaixonante ver o rio daqui. E a obra daqui”.

    A “obra” de que Fernando Medina fala não é só dele: a bordo de um cargueiro típico do Tejo (chegou a haver milhares, só sobram oito) e em frente a uma plateia de “jotinhas” (e a Rui Tavares, sentado de chapéu de palha na fila da frente) vai, de microfone em riste, apontando a obra que os seus antecessores Jorge Sampaio e António Costa foram fazendo na zona ribeirinha.

    Durante largos minutos, Medina demora-se debaixo do sol quente a explica a importância da “visão” em política e de como eles concretizaram a visão de “devolver o Tejo a Lisboa”, com o Terreiro do Paço — “era um estacionamento”, recorda –, a Ribeira das Naus (“era uma zona degradada; uma hora depois de a reabrirmos, as pessoas já estavam lá a sentar-se na relva”), as obras no terminal dos cruzeiros, na Doca da Marinha ou na estação Sul Sueste, de onde o barco partiu.

    À medida que enumera a obra feita, Medina lembra pretextos para atacar sempre um inimigo comum: a direita, corporizada na candidatura de Carlos Moedas, que por sinal foi esta mesma tarde… andar de barco no Tejo. Quando fala nas obras do Terreiro do Paço, lembra quem há 30 anos criticava a decisão de tirar de lá os carros: “Eram as mesmas críticas que usa hoje quem é contra a redução de carros na cidade” — uma acusação que tem feito a Moedas, por conta das críticas deste às ciclovias –, “e alguns são agora candidatos em lugar de destaque. Os mesmos, a dizer as mesmas coisas há trinta anos, sucessivamente derrotados”.

    É só a primeira ronda. Logo de seguida, lembra os tempos em que António Pires de Lima, então ministro da Economia do Governo PSD/CDS, celebrizava a expressão “taxas e taxinhas” contra a taxa turística, para dizer que é graças a ela que muitas destas obras ( as receitas de 36 milhões de euro anuais são destinadas a objetivos como a recuperação do Património) podem ser feitas. “Diziam que íamos perder o turismo todo!”, troça Medina.

    Terceiro round: o mar ondula e o terreno nem sequer é favorável a Medina — uma das jovens, também candidata à Assembleia Municipal de Lisboa, pergunta-lhe sobre a Habitação acessível, bandeira em que neste mandato Medina ficou bem aquém do objetivo (tinha prometido seis mil fogos a custos acessíveis, terá conseguido entregar por volta de 1.200). Mas também aqui o incumbente e recandidato aproveita para atirar contra a direita.

    “É talvez a pergunta mais importante da campanha e também a maior diferença entre a candidatura da direita e a nossa”, diz, sinalizando Rui Tavares e a sua “coragem” em candidatar-se nesta coligação PS/Livre. “É a marca d’água da diferença dos projetos políticos — para eles a habitação é do mercado e a nossa visão está a 180 graus disso”. Por isso, Medina admite que “não podemos admitir ter uma cidade onde a habitação não é um direito” e renova as promessas de criar mais habitação acessível, com 30% de taxa de esforço no rendimento líquido das pessoas. Garantias desta vez? “Vamos conseguir porque temos a determinação em fazê-lo, temos muitas centenas em construção, estamos a fazer milhares de projetos”, assegura.

    O passeio de verão é sempre pontuado por bicadas ao adversário mais direto (“não somos contrapoder, trabalhamos muitas vezes ao lado do Governo e criticamos quando é preciso”, diz, um dia depois de Manuela Ferreira Leite ter aparecido na campanha de Moedas para acusar Medina de ser “dependente” do Governo). Os jovens ouvem com igual satisfação as críticas e as promessas do novo mandato: há a eletrificação do terminal dos cruzeiros a partir de 2022, para travar a poluição, assim como obras no Torreão Poente do Terreiro do Paço (e o projeto de barcos-táxi elétricos a atravessar o Tejo, pelo qual dá créditos à vereadora social-democrata Teresa Leal Coelho).

    A comitiva sai satisfeita: ouviu promessas, um somatório da obra feita e um Medina que dá todos os sinais de estar confiante na corrida autárquica. Aqui, jogou em casa e saiu do barco sem tropeções nem enjoos.

  • Candidato do Chega a Palmela foi "alvo de uma tentativa de agressão com arma branca"

    O candidato do Chega à Câmara Municipal de Palmela, Afonso Brandão, apresentou queixa às autoridades depois de ter sido “alvo de uma tentativa de agressão com arma branca”, segundo revela um comunicado enviado pela direção do Chega.

    O mesmo refere que o candidato do partido estava a participar numa ação de campanha na freguesia da Quinta do Anjo, no concelho de Palmela, quando uma pessoa, “munida de uma faca de cozinha”, se aproximou da comitiva “de arma em punho e tentou atingir o candidato Afonso Brandão”.

    Afonso Brandão conseguiu “escapar ileso” e apresentou queixa na GNR. A direção do Chega “lamenta” o sucedido e o facto de em “plena democracia [ocorrerem] episódios desta natureza”.

  • Costa: "A sorte dos candidatos de outros partidos é não terem os seus partidos no Governo"

    Em Gondomar, num comício bem cheio no Largo do Souto, António Costa voltou a puxar pelos galões do PRR para atirar aos adversários do PS, por causa da negociação em Bruxelas do mecanismo: “A sorte dos candidatos de outros partidos é não terem os seus partidos no Governo”.

    “Tenho muita dificuldade em perceber a raiva de alguns partidos demonstram ter ao PRR. O PS não vai ganhar os 308 municípios, alguns hão de ser ganhos por outros partidos, mas a grande sorte dos outros candidatos é não terem os seus partidos no Governo, porque se tivessem não tinham nem PRR nem meios para fazer o que todos vão poder fazer”, atirou no comício do fim de dia antes de sair para Vila Nova de Gaia onde fechará o périplo deste fim de semana.

    E isto tudo porque Costa nota, como tem feito em todo o lado por onde passa, que “a Europa respondeu à crise com solidariedade e não com austeridade”. É mais ou menos aqui que a plateia gondomarense pede o “me-tro me-tro”. E Costa aproveita o embalo para dizer que sim, “o próximo ciclo de financiamento comunitário vai permitir construir uma nova linha que vai ligar Gondomar ao estádio do Dragão”. Mais um coelho a sair da cartola europeia.

  • Moedas passeia de barco por uma "melhor Lisboa com relação ao Tejo"

    Carlos Moedas encerra a primeira semana de campanha num passeio de barco no Tejo para mostrar que uma ligação entre o rio e a cidade é essencial. O candidato da direita à Câmara de Lisboa faz ainda um balanço da semana.

    Ouça aqui a reportagem.

    Moedas passeia de barco por uma “melhor Lisboa com relação ao Tejo”

  • Costa dispara contra a Galp em Matosinhos. "Era difícil imaginar tanto disparate"

    Depois de Marco de Canavezes, Penafiel, Paredes, Valongo, Maia, António Costa passou, esta tarde por Matosinhos, ouviu Luísa Salgueiro recomendar ao “secretário-geral que diga ao primeiro-ministro que se prepare” porque Matosinhos “já tem a gaveta cheia de projetos” para se candidatar ao PRR e saiu a apoiar a sua autarca na guerra contra a Galp que fechou a refinaria no concelho a dezembro de 2020.

    O líder socialista — que também é primeiro-ministro — não deixou pedra sobre pedra na avaliação do processo de transição energética da empresa que diz ter começado “por revelar total insensibilidade social ao escolher o dia 20 de dezembro para anunciar aos seus trabalhadores que ia encerrar a refinaria de Matosinhos, depois revelou total irresponsabilidade social porque não preparou minimamente a requalificação e as novas oportunidades de trabalho para os trabalhadores que iriam perder os seus postos de trabalho com a transição energética e não revelou a menor consciência de responsabilidade que qualquer empresa tem com o território em que se instala, não dialogando previamente com a câmara e o Estado sobre o que pretende fazer depois de encerrar a refinaria de Matosinhos”.

    “Era difícil imaginar tanto disparate, tantas asneiras, insensibilidade, solidariedade como aquela que a Galp deu prova aqui em Matosinhos”, disse Costa avisando que nada tem “contra a empresa” mas desafiando a sua autarca em Matosinhos a “utilizar todos os mecanismos legais que as leis de ordenamento do território colocam nas mãos do município para garantir que naqueles terrenos só se fará o que o município autorizar”.

  • Campanha do Bloco com boost momentâneo chamado Catarina Martins

    É difícil descrever a campanha do Bloco de Esquerda no Porto ao longo da última semana. Com ações pontuais, sem contacto com a população e um candidato de voz serena, o foco do BE mantêm-se nas questões sociais e na habitação, mas a mensagem não impacta muitos. Nas ruas poucos conhecem Sérgio Aires e a máscara também não ajuda a fazer o paralelo entre a pessoa que vai passando aqui e a ali e os outdoors.

    Esta tarde, com a presença de Catarina Martins a campanha lá se animou num comício na praça D. João I, mas com poucas dezenas de pessoas na plateia. O Bloco tem pouca expressão no Porto e nunca conseguiu eleger vereadores — tem apenas representação na Assembleia Municipal –, mas Catarina Martins subiu ao palco (animada pelas sondagens) para gritar que “vai ser agora”.

    Há quatro anos ficámos a poucos votos de eleger um vereador. Vai ser agora, há quatro anos ficámos a poucos pontos, Sérgio Aires vai ser a oposição que Rui Moreira não teve nos últimos quatro anos”, disse a líder bloquista num tom entusiasmado que contrastou com o do candidato à autarquia, Sérgio Aires que a antecedeu no púlpito.

    “O Sérgio Aires vai entrar pela Câmara Municipal do Porto e vai levar consigo a luta pela habitação. O Bloco vai estar na câmara e vai levar a luta pelos transportes, para erradicar a pobreza. É difícil, mas nunca foi tão necessário e aqui estamos para a luta toda, para todas as lutas. Há tanto, mas tanto a fazer”, disse Catarina Martins depois de ter deixado críticas à oposição na autarquia que “viabilizou todos os orçamentos a Rui Moreira” e que “tem medo de fazer perguntas incómodas”.

    Com o empurrão de Catarina Martins a ser suficiente para levar algumas dezenas de bloquistas rua acima até Santa Catarina, resta agora a Sérgio Aires aproveitar o ritmo para a última semana de campanha eleitoral.

  • Ventura acusa Costa de prometer "mundos e fundos" com a bazuca europeia: "Isso chama-se fraude"

    André Ventura acusou António Costa de andar pelo país a prometer “mundos e fundos” com a bazuca. Sobre a deslocação de Temido ao Porto, ironizou: “Uma coisa é gamar outra coisa é gamar de coração”.

    Ventura acusa Costa de prometer “mundos e fundos” com a bazuca europeia: “Isso chama-se fraude”

  • Jerónimo diz que PRR é insuficiente para problemas de habitação que o país tem

    Jerónimo de Sousa considera que as verbas do PRR destinadas à habitação são insuficientes e que o PS está a “sacudir a água do capote”, prometendo “mundos e fundos” em nome da bazuca.

    Jerónimo diz que PRR é insuficiente para problemas de habitação que o país tem

  • Catarina Martins em arruada em Santa Catarina para mostrar a Ventura que o Porto é seguro

    Não estava sequer na agenda, mas depois de ver André Ventura rodeado de segurança no sábado à tarde em Santa Catarina, Catarina Martins terminou o comício e pediu à plateia que se levantasse para a arruada em Santa Catarina.

    Uma pausa no percurso e a explicação: “Ao contrário de André Ventura nunca me escondi das pessoas, nem vou esconder. O Bloco de Esquerda tem muito prazer em andar na cidade do Porto livremente”.

    Depois de um comício que só aqueceu mesmo na intervenção da líder do partido, que focou o discurso nas questões dos transportes públicos e das creches, a arruada em Santa Catarina foi, de longe, o único momento verdadeiramente de campanha que o BE realizou na cidade já que tem dedicado os últimos dias a ações pontuais, para dentro, sem qualquer contacto com a população do Porto.

  • "É um abuso." Bandeira do movimento de Santana Lopes em estátua na Figueira da Foz leva autarca do PS a apresentar queixa

    Uma bandeira do movimento de Santana Lopes, colocada no monumento de Manuel Fernandes Tomás, motiva queixa à PSP do autarca do PS. Presidente da Associação 24 de Agosto diz ser “ato de vandalismo”.

    “É um abuso.” Bandeira do movimento de Santana Lopes em estátua na Figueira da Foz leva autarca do PS a apresentar queixa

  • Na Feira das Galinheiras, o "sr. Moedas" ouve as queixas dos feirantes e até as críticas a Medina, que "tem o rei na barriga"

    Entre queixas sobre falta de estacionamento na Feira das Galinheiras, Carlos Moedas foi recebido com sorrisos, ouviu que adversário “passou e não cumprimentou ninguém” e até falou do Afeganistão.

    Na Feira das Galinheiras, o “sr. Moedas” ouve as queixas dos feirantes e até as críticas a Medina, que “tem o rei na barriga”

  • PAN inaugura mural no Porto que apela à reestruturação dos espaços urbanos

    “Zonas 15 minutos” é o nome do mural assinado pelo artista urbano Bruno Oliveira na Rua de Grijó, em Lordelo do Ouro. A encomenda foi feita pelo PAN que, através da street art, pretende chamar a atenção para a criação de zonas específicas onde as pessoas podem, em 15 minutos a pé, ter acesso à habitação, transportes públicos, espaços verdes, parques infantis, parques caninos, hortas comunitárias, equipamentos atividades desportivos, serviços públicos ou comércio local.

    “Escolhemos fazer este mural numa zona da cidade que tem estado pouco cuidada, a julgar pelo abandono ambiental e social que se passa no miradouro que fica na parte superior do muro”, explica o partido.

    Ao longo da campanha, Bebiana Cunha, candidato do PAN à câmara municipal do Porto, tem destacado que a qualidade de vida dos portuenses se confunde com a qualidade do ambiente e do planeta. “A saúde humana e a saúde do planeta são uma só”, sublinha, acrescentando que o artista representou o conceito com duas ilhas flutuantes, seguras nas mãos dos portuenses, e com sorrisos de felicidade, “porque a qualidade ambiental e a qualidade de vida são sinónimos”.

  • Rio foi ao Porto acelerar a campanha de Vladimiro Feliz e na curva de um clássico atacou Costa e Rui Moreira

    Rui Rio foi ao Porto dar um empurrão à campanha de Vladimiro Feliz, que prometeu o regresso do Circuito da Boavista. Já o líder do PSD aproveitou a boleia para atacar Rui Moreira e António Costa.

    Rio foi ao Porto acelerar a campanha de Vladimiro Feliz e na curva de um clássico atacou Costa e Rui Moreira

  • Cotrim de Figueiredo diz que Governo usa desconfinamento para "capitalizar momento eleitoral" e para ser "campeão da libertação"

    Cotrim de Figueiredo diz que o Governo usa o desconfinamento para “capitalizar o momento eleitoral” e para ser o “campeão da libertação”, lembrando que o IL já propôs alívio de restrições em julho.

    Cotrim de Figueiredo diz que Governo usa desconfinamento para “capitalizar momento eleitoral” e para ser “campeão da libertação”

  • "Rebordos a cair, rachas nos prédios". João Ferreira não deu nenhuma "canetinha", mas passou a manhã a ouvir queixas nos bairros municipais

    Perto da comitiva do Bloco está, esta manhã, a da CDU, que não escolhe a feira mas anda em campanha pelas ruas de Marvila. Essas ruas estão maioritariamente vazias, mas João Ferreira está decidido a entregar os seus panfletos e a convencer alguns eleitores e vai entrando por cada porta de café que vê.

    Logo no primeiro estabelecimento, o cheiro a torradas e café no ar indicia que os clientes estão mais concentrados no pequeno-almoço do que em falar de política. Mas se há coisa de que Ferreira não desiste é de uma conversa com um potencial eleitor, mesmo que este pareça contrariado. Por isso, assim que ouve a primeira variação de “vocês não fazem nada” é rápido no gatilho: “Vocês é muita gente! No vocês cabem os que defendem o povo e os que não”.

    Parece que ganhou um ponto (“ah, assim é que falou bem!”). Assim que descobre que está a falar para uma mesa em que todas as senhoras são inquilinas da Gebalis, que gere os bairros municipais, não perde a oportunidade para lhe citar pormenorizadamente as propostas da CDU: baixar as rendas dos 30% de rendimento bruto em que estão para 15% do rendimento líquido nos bairros municipais. “É para ver o que são uns e outros!”. A mulher parece mais satisfeita e lá retoma a sua arrufada e o seu galão. “São servidos?”. Não são: a comitiva segue.

    O modelo de conversa vai-se repetindo: mesmo perante a insistência de quem lhe pede “uma caneta” e “uma canetinha” (não tem), João Ferreira insiste no modelo pedagógico. “Outros gostam de fazer muita coisa para comprar votos, nós gostamos de conversar com as pessoas. As canetas não dão para conhecer as propostas”.

    Tem uma cliente difícil nesta segunda esplanda: “Está bem, mas podia dar uma canetazinha…”.

    Nada feito: Ferreira lembra que ao meio-dia há uma sessão sobre Habitação e o papel da Gebalis — palavras mágicas para provocar uma onda de protestos na esplanada (“só querem é dinheiro! Não arranjam nada nas casas!”) e aproveitar para explicar a mesma proposta e a diferença entre rendimento bruto e líquido. (Ao lado, já sem Ferreira, uma das senhoras parece mais convencida e diz às companheiras de café: “Há muitos que não querem fazer nada, e este sozinho não pode fazer tudo…”).

    Onde vai, ouve queixas sobre a Gebalis e os bairros municipais, os “rebordos a cair” e “os prédios cheios de rachas”, as queixas contra “todos os políticos” (e contra-ataca sempre: “Temos de pôr nome às coisas, se não somos enganados; quem esteve no poder foram PSD e CDS, primeiro, e depois PS com a ajuda do BE nestes quatro anos”).

    A conversa é quase sempre sobre Habitação, exceto mesmo no final, quando pára no Futebol Clube Recreativo do Rossão e se depara com uma receção improvisada que mete croquetes, sanduíches e cerveja. O candidato, que depois de tanto apresentar propostas já estará com sede, pega numa mini e improvisa um discurso sobre a importância do desporto e das associações recreativas. Dali segue para uma a tal sessão sobre a Habitação e a gestão da Gebalis, sem oferecer canetas a ninguém (exceção feita a jornalistas, quando a tinta acaba).

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