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  • Depois do primeiro encontro entre os dois candidatos, há cerca de um mês, o debate desta madrugada trouxe, de facto, uma mudança no tom e na estratégia. E é o grande destaque de mais um dia de campanha, resumido aqui pelo João de Almeida Dias e pelo João Francisco Gomes.

    No último debate antes das eleições, Trump e Biden desceram o tom e subiram o nível

    O debate teve muitas mentiras, incorreções e declarações enganadoras. Donald Trump voltou a ser quem mais mentiu, mas Joe Biden também usou argumentos falsos. Pode ler aqui o fact check a cinco desses momentos.

    Fact check. Covid-19, China e ambiente: 5 mentiras e falsidades do debate Trump-Biden

    Obrigada por nos ter acompanhado durante esta madrugada. Tenha uma boa sexta-feira.

  • E assim terminou o debate.

  • Joe Biden respondeu à mesma questão: no dia da tomada de posse, o que diria aos americanos que não votaram nele?

    Resposta: “Sou um Presidente americano, represento-vos a todos, quer tenham votado a favor de mim ou contra mim. Vou garantir que são representados, vou dar-vos esperança. Vamos avançar. Vamos escolher a ciência no lugar da ficção, esperança no lugar do medo. Vamos escolher avançar porque temos oportunidades enormes para melhorar as coisas. Podemos fazer a economia crescer, lidar com o racismo sistémico e, ao mesmo tempo, garantir que a nossa economia é movida por energia limpas que criam milhões de novos empregos”.

    E continuou: “O que vai a votos é o caráter deste país. A decência, a honra, o respeito, tratar as pessoas com dignidade e garantir que todas as pessoas têm uma oportunidade igual. Vou assegurar-me de que a terão, porque não a têm tido nos últimos quatro anos”.

  • “Presidente Trump, imagine que hoje é o dia da sua tomada de posse. O que é que diz aos americanos que não votaram em si?”, perguntou a moderadora.

    Resposta: “Temos de levar o nosso país ao sucesso, como estava a acontecer antes da chegada da praga da China. Agora estamos a reconstruir, com números recorde de 11,4 milhões de empregos. Mas antes da praga eu andava a receber chamadas de pessoas que normalmente não me ligariam. Queriam falar comigo. Tínhamos os melhores números de emprego na História do nosso país: negros, hispânicos, mulheres, asiáticos, pessoas com diplomas ou sem diplomas, licenciados do MIT, todos tinham emprego”.

    “O sucesso vai unir-nos e nós estamos a caminho do sucesso. Eu quero cortar os impostos, mas ele quer subi-los”, disse, apontando para Biden. “Se ele ganhar, vão ter uma depressão como nunca, os vossos planos de poupança-reforma vão para o diabo e será um dia muito, muito triste para este país”.

  • O segmento sobre as alterações climáticas conclui-se com uma discussão sobre as desigualdades sociais em questões ambientais.

    Biden lembra que cresceu numa comunidade próxima de uma produção de petróleo e sublinha que estas comunidades, de maioria negra, estão mais expostas do que outras mais favorecidas. “Não importa quanto pagamos a estas comunidades, mas como as mantemos seguras.”

    Trump acusa Biden de querer “destruir a indústria do petróleo”, mas o democrata diz que está a ser descontextualizado.

  • Último tema: liderança. Donald Trump é o primeiro a responder.

  • Os dois envolvem-se agora numa discussão sobre se Biden apoia ou não o fracking (um método de extração por meio hidráulico de gás natural).

    “Eu nunca disse que me oponho ao fracking“, diz Biden. “Disse-o numa gravação”, responde Trump. “Mostre a gravação, ponha-a no seu site”, replica Biden. “Vou pôr”, remata Trump.

    Biden tem defendido que o fracking deve ser restringido, mas não banido por completo, numa fase transitória para a neutralidade carbónica.

  • Trump critica o plano ambiental de Biden, dizendo que vai custar 100 biliões de dólares, mas Biden diz que não sabe onde o Presidente vai buscar os números.

  • A moderadora confrontou, depois de Donald Trump referir o assunto, Joe Biden com o facto de ter apoiado uma lei que aprovou duras penas de prisão pela posse de pequenas quantidades de droga, medida essa que afetou em grande parte a comunidade afro-americana.

    “Nos anos 80 passámos — a 100%, todos os senadores votaram — uma lei sobre as drogas e como lidar com elas. Foi um erro. Tenho tentado mudar isso desde então, sobretudo a parte sobre a cocaína. Por isso é que defendo que não devemos mandar ninguém para a prisão por uma contraordenação por drogas puras, devem receber tratamento”, disse.

    Donald Trump insistiu: “Porque é que não fez isso nos oito anos em que lá esteve? Agora diz que vai fazer isto e aquilo. Você pôs dezenas de milhares de sobretudo jovens negros na prisão. Agora diz que vai reverter isso. Porque é que não fez isso durante oito anos que esteve com Obama?”.

    Joe Biden retorquiu: “Porque havia um Congresso republicano”.

  • Biden diz que é possível criar 8,6 milhões de empregos em áreas sustentáveis

    Biden diz que as alterações climáticas são uma “ameaça existencial” e que a Humanidade tem uma “obrigação moral” de as combater. “Vamos passar o ponto de não-retorno nos próximos oito a dez anos.”

    O democrata diz que Trump está a reverter várias políticas ambientais, piorando a situação norte-americana.

    Biden explica que o plano para o futuro é valorizar o emprego em indústrias sustentáveis e diz que tem planos para criar “milhões de empregos” ao mesmo tempo que ajuda o ambiente. 8,6 milhões de empregos, especifica Biden, citando números de Wall Street.

  • "Eu amo o ambiente", diz Trump. "Não vou sacrificar dezenas de milhões de empregos por causa do Acordo de Paris"

    Concluído o segmento do debate sobre as questões raciais, a moderadora introduz o tema das alterações climáticas.

    “Eu amo o ambiente. O que eu quero é a água mais cristalina, o ar mais limpo. Temos o número mais baixo de emissões de carbono”, diz Trump. “Temos o melhor número de emissões de carbono em 35 anos.”

    “Olhem para a China. É imundo. Olhem para a Rússia, para a Índia. O ar é imundo. Tirei-nos do Acordo de Paris porque íamos ter de gastar biliões de dólares e fomos tratados de forma muito injusta. Não vou sacrificar dezenas de milhões de empregos por causa do Acordo de Paris”, diz Trump.

  • Donald Trump diz que é a "pessoa menos racista nesta sala", Biden chama-o de Abraham Lincoln por engano

    “Descreveu o movimento Black Lives Matter como um símbolo de ódio. Partilhou o vídeo de um homem a gritar ‘Poder Branco’ com milhões dos seus apoiantes. Disse que atletas negros que exercem os seus direitos de Primeira Emenda devem ser despedidos. O que diz aos americanos que acham que esse tipo de linguagem de um Presidente contribui para um clima de tensão racial?”, disse.

    Donald Trump referiu que a primeira vez que ouviu falar do Black Lives Matter foi quando viu um grupo que cantava a favor de que se “fritassem” os “porcos”, em alusão à polícia.

    “Eu tenho boas relações com todas as pessoas, eu sou a pessoa menos racista nesta sala”, disse.

    A moderadora insistiu sobre as preocupações em torno da sua retórica. “Não sei o que dizer”, disse. “Tratei da reforma do sistema de justiça, das prisões, criei as zonas de oportunidades, ajudei universidades negras. Não sei o que dizer. Eles podem dizer o que quiserem. Isso deixa-me triste, porque eu sou a pessoa menos racista… Nem consigo ver a plateia porque está muito escuro, mas não quero saber quem está lá. Eu sou a pessoa menos racista nesta sala”, disse.

    Joe Biden reagiu com o que pode ser uma gaffe considerável: chamou Abraham Lincoln a Donald Trump. “Aqui o Abraham Lincoln é um dos presidentes mais racistas da História Moderna”. A confusão pode vir do facto de Donald Trump dizer repetidamente que é o Presidente que fez mais pelos afro-americanos desde Abraham Lincoln — responsável pelo fim da escravatura.

    Donald Trump não deixou escapar: “Fez uma referência a Abraham Lincoln, de onde é que isso viu?”. Biden reagiu: “Você disse que era o Abraham Lincoln”. Trump respondeu: “Não, não, eu disse que ‘desde Abraham Lincoln ninguém fez o que eu fiz pela comunidade negra’. Eu não disse que era o Abraham Lincoln”.

  • Biden: "Vocês conhecem o meu carácter e conhecem o carácter dele"

    Trump questiona diretamente Biden sobre porque é que não fez há quatro anos tudo aquilo que agora promete. “Eu candidatei-me por vossa causa. Porque fizeram um mau trabalho”, diz-lhe o Presidente.

    Joe Biden responde voltando-se para a câmara. “Vocês sabem quem eu sou e sabem quem ele é. Vocês conhecem o meu carácter e conhecem o carácter dele.”

  • "Ninguém fez mais pela comunidade negra do que Donald Trump. Com a possível exceção de Abraham Lincoln"

    Kristen Welker questiona agora os dois candidatos sobre o problema do racismo nos Estados Unidos. Começa Joe Biden.

    “A minha filha trabalha na área social e já escreveu muito sobre isto”, diz o democrata. “Nunca tive de dizer à minha filha que se ela for mandada parar numa operação STOP deve pôr as duas mãos no volante e não ir ao porta-luvas, porque alguém lhe pode dar um tiro. Mas um pai negro, não interessa se é rico ou pobre, tem de dizer ao filho que se andar na rua não deve andar com o capuz a tapar-lhe a cabeça”, sublinha.

    “Há racismo estrutural na América”, conclui Biden, dizendo que o país tem caminhado no sentido da inclusão. “Este é o primeiro Presidente que diz que não o vamos fazer mais.”

    A mesma questão para Donald Trump. A moderadora queria que os candidatos falassem diretamente para as famílias negras e dissessem se entendem porque é que elas devem ter medo pelos seus filhos. Porém, Trump opta por atacar Biden, dizendo que o democrata nunca fez nada para ajudar as comunidades afro-americanas.

    “Ninguém fez mais pela comunidade negra do que Donald Trump. Com a possível exceção de Abraham Lincoln”, diz o Presidente, dando o exemplo das “Opportunity Zones”, programa de benefícios fiscais aplicado a comunidades desfavorecidas.

  • Joe Biden diz que separação de crianças dos pais na fronteira é um "crime", Trump diz que as jaulas foram construídas por Obama e Biden

    O debate passa agora para o tema da imigração. Donald Trump responde sobre as famílias separadas.

    “A sua administração separou crianças dos pais na fronteira, pelo menos 4 mil crianças. Desde então reverteu a sua política de tolerância zero. Os EUA não conseguem localizar os pais de mais de 4 mil crianças. Como é que estas famílias alguma vez podem voltar a estar juntas?”, perguntou a moderada.

    Donald Trump começou por dizer que “estas crianças são trazidas por contrabandistas e pessoas muito más que as usam para entrar no nosso país”.

    “Eles é que construíram as jaulas”, apontou Donald Trump para Joe Biden, em menção à administração onde ele era vice-Presidente.

    Sobre a existência de plano para juntar estas famílias, disse: “Sim, estamos a tentar, mas muitos deles vieram sem os pais”.

    Joe Biden respondeu: “Estas mais de 500 crianças chegaram aqui com os seus pais. Foram separadas à fronteira como manobra de desincentivo à imigração. Não foram contrabandistas que os trouxeram, foram os pais. Foram os pais. E isso faz de nós alvos de chacota no mundo e viola qualquer noção daquilo que nós somos enquanto nação”.

    Donald Trump insistiu: “Eles construíram as jaulas”.

    Joe Biden não reagiu e continuou: “Arrancaram as crianças dos braços dos pais e agora não têm onde ir. É um crime. É um crime”.

    Donald Trump reagiu: “As crianças são bem tratadas, as instalações são muito limpas”.

  • Os dois candidatos são questionados sobre se este é o momento certo para aumentar o salário mínimo. Biden defende que sim para ajudar os negócios mais pequenos, mas Trump questiona a lógica do democrata e defende que deve ser uma opção estadual. “Como é que vamos ajudar os negócios mais pequenos obrigando-os a pagar salários mais altos?”, pergunta.

  • Trump gaba-se com mercados financeiros, Biden respondeu: "De onde eu venho, as pessoas não vivem do mercado de ações"

    “Há quem diga que o mercado de ações vai disparar se eu for eleito. Se ele for eleito, o mercado de ações vai cair”, disse Donald turmp

    Joe Biden respondeu: “A ideia de que o mercado de ações está a disparar é a única medida que ele tem do que está a acontecer. Nos sítios de onde eu venho, Scranton e Claymont, as pessoas não vivem do mercado de ações”.

  • Trump diz que programa de apoio pós-pandemia não é aprovado por causa de Nancy Pelosi, Biden diz que são os republicanos que não o aprovam

    A moderadora introduz agora o tema das desigualdades sociais nos EUA, salientando que mais de 12 milhões de pessoas estão desempregadas e que a pobreza atinge de forma mais dura as mulheres e os negros — e pergunta a Donald Trump porque é que o programa de apoio financeiro às famílias na sequência da pandemia não é aprovado no Congresso (tem havido discussões entre a Casa Branca e os democratas, mas os republicanos não querem aprovar a lei antes das eleições).

    “Porque a Nancy Pelosi não a quer aprovar”, responde Trump. “Ela adorava ter algumas vitórias no dia 3 de novembro. Nós estamos disponíveis para aprovar.” Biden responde que são os republicanos que não estão a querer aprovar a lei.

    Joe Biden é questionado sobre porque é que os democratas não fazem passar a lei, e responde que é o que têm feito. “A proposta está lá à espera”, afirma. Trump responde que a proposta democrata é um “resgate” a estados e cidades geridas por democratas, não um apoio às famílias.

    Biden repete, pela segunda vez, que quer ser Presidente de todos os americanos e que não vê “estados vermelhos ou estados azuis”, rejeitando a retórica de Trump, de acusações aos estados governados por democratas.

  • São 3h00, ou seja, o debate já começou há praticamente uma hora. Assim, restam pouco mais de 30 minutos para o final deste terceiro e último debate desta campanha.

  • No tema da saúde, Trump diz que pode ficar com Obamacare (menos a "pior parte", já eliminada), Biden nega que é contra seguros privados

    O debate passa agora para o próximo tema: “Famílias americanas”. A primeira pergunta é especificamente sobre a saúde e sobre o Affordable Care Act, também conhecido como Obamacare, através do qual 20 milhões de norte-americanos têm os seus seguros de saúde.

    Donald Trump gabou-se de ter terminado a “pior parte do Obamacare”, que era o “mandato individual”, ou seja, a diretiva, sob pena de multa, de que toda a gente tinha de ter um seguro de saúde.

    “O que queremos fazer é acabar com o Obamacare. Já não temos o mandato individual. Se não ganharmos [final do Obamacare], então vamos ter de continuar com o Obamacare, mas já não será o Obamacare, porque sem o mandato individual já é diferente”, disse. Além disso, garantiu que num novo sistema (cujos pormenores nunca deu), estarão garantidos os direitos das pessoas com doenças pré-existentes (uma característica do Obamacare).

    Num aparte, Donald Trump disse ainda que acredita que o Partido Republicano vai reconquistar nestas eleições o controlo da Câmara dos Representantes. Em todas as previsões este cenário é dado como altamente improvável.

    Em seguida, Joe Biden teve de responder à pergunta: “Qual é o seu plano no caso de o Obamacare ser declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal?”.

    Biden respondeu que aprovaria um “Obamacare com uma opção pública”, que levaria a que qualquer pessoa que não tivesse seguro privado tivesse acesso direto e automático a um seguro público.

    Depois reforçou que não quer eliminar os seguros privados, como Donald Trump acusa. “A razão pela qual eu tive tanta luta contra 20 candidatos democratas [nas primárias] foi porque eu apoiei os seguros privados”.

    E disse ainda: “Não há maneira de ele proteger as pessoas com doenças pré-existentes. Nenhuma. Ele fala disto há muito tempo, mas não tem nenhum plano”.

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