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Enquanto dormia… |
…o ministro da Educação esclareceu pontos importantes sobre o calendário escolar, que vai ser reformulado devido ao fecho das escolas anunciado pelo primeiro-ministro. Como escreve a jornalista Ana Kotowicz, os próximos 15 dias, até 5 de fevereiro, “vão ser de férias para os alunos portugueses, enquanto o resto do país se mantém em confinamento total”. Ao contrário do que aconteceu em março, os estudantes não vão passar do ensino presencial para o ensino à distância. Uma decisão que já motivou críticas de uma antiga ministra da Educação do PS, Maria de Lurdes Rodrigues. |
Agora haverá mesmo uma “interrupção letiva” e estes 11 dias úteis de paragem forçada pela pandemia vão ser “pagos” mais à frente. Como? “Não haverá férias de Carnaval, cortam-se dias na Páscoa (férias que já tinham sido reduzidas) e as férias grandes de verão começam uma semana mais tarde do que estava previsto. No total, são mais 12 dias úteis de aulas: 3 no carnaval, 4 na Páscoa e 5 no final do ano letivo”. |
Resta saber como é que esta “interrupção lectiva” afeta o apoio que a Segurança Social vai pagar aos pais que tenham de ficar em casa com os filhos por causa do fecho das escolas. É que esta medida, também ela recuperada de março, traduz-se no seguinte: quem tenha filhos até aos 12 anos e não esteja em teletrabalho pode receber 66% do salário base (metade pago pela empresa e a outra metade pela Segurança Social). Mas os dia de “férias escolares” estão excluídos deste pagamento. |
Continua o debate sobre se os responsáveis políticos deveriam ou não ser dos primeiros a receber a nova vacina para a Covid-19. A task force para o plano de vacinação, coordenada por Francisco Ramos, vai propor isso mesmo, que os membros do Governo e o Presidente da República, tal como os bombeiros ou certos elementos das Forças Armadas, passem a integrar um dos grupos de prioritários na vacinação. A revelação foi feita pelo próprio Francisco Ramos, numa entrevista ao Expresso. |
Quem não esperou por esta decisão foi o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, José Calixto. O autarca do PS já tinha ficado conhecido pelo polémico caso das 18 mortes por Covid-19 no lar de da vila, que é detido por uma fundação presidida pelo próprio. Agora José Calixto está envolvido noutra polémica: o autarca, que não pertence a qualquer grupo prioritário, já recebeu a primeira dose da vacina da Pfizer. O coordenador da vacinação, Francisco Ramos, considera que este foi um uso indevido da vacina, mas o autarca invocou vários argumentos para justificar o facto de já a ter recebido. O primeiro e mais importante é o de que preside à fundação que detém o lar onde morreram 18 pessoas. |
“A minha situação está enquadrada nas responsabilidades que tenho na instituição que tem a seu cargo mais de sete dezenas de idosos que é absolutamente prioritário defender”, diz o autarca socialista, considerando que os administradores da fundação estão tão expostos ao vírus como os funcionários do lar. |
Também enquanto dormia… |
A campanha para as eleições presidenciais entrou na reta final. Os candidatos preparam-se para as últimas ações de campanha antes do dia de reflexão (e da votação, no domingo 24 de janeiro). Os dias de Ana Gomes, André Ventura, Marisa Matias, João Ferreira e Tiago Mayan Gonçalves têm sido longos e cansativos, mas algumas dessas jornadas não terminaram sem um último telefonema tardio aos jornalistas do Observador que seguem a campanha. |
O resultado destas chamadas – perto ou já depois da meia-noite – está num Especial que o Observador puxa hoje para manchete. É num tom mais descontraído que Ana Gomes se queixa que Marcelo afinal “está a fazer campanha”. “Estás, aliás, a seguir-me”, diz a candidata, confessando também que não conseguiu ver as declarações do adversário à porta do hospital de Santa Maria porque estava há três dias sem “televisão e net” devido a uma avaria. |
E é num tom áspero que André Ventura diz que se sente incomodado com as saudações nazis feitas por “idiotas” – palavra usada pelo candidato – que aparecem nas suas ações de campanha. “Estas pessoas se calhar não percebem — ou se calhar percebem — que não me ajudam nada! Não percebem que por muito entusiasmados que estejam ou por muito idiotas que sejam não percebem que só estão a prejudicar”. |
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