Enquanto dormia… |
… o Observador publicava uma longa entrevista ao líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior. “Censura escandalosa” — mais do que no tempo de José Eduardo dos Santos, garante —, as marcas de uma democracia ainda incipiente e a “corrupção extrema” em Angola foram alguns dos temas abordados na conversa com a Dulce Neto, a mais de 9 mil quilómetros de distância. Em teoria, nunca um candidato da UNITA esteve tão bem posicionado para disputar o poder de Luanda com o MPLA como nestas eleições gerais (marcadas para 24 de agosto). E se Adalberto vencesse? “Mudança de regime”, acena o líder da oposição angolana. |
E olhava mais em detalhe para as (mais de 600) demissões e exonerações de altos cargos ucranianos determinadas por Volodymyr Zelensky e ratificadas pelo parlamento do país. Traição, colaboracionismo com Moscovo e uma incapacidade para resolver os problemas que a proximidade à Rússia acarretam — os motivos foram variados. Mas o que significa, de facto, esta purga em larga escala? Necessidade de arrumar a casa? Um sinal para Bruxelas e para cada uma das capitais europeias de que Kiev está no mesmo barco? Mas mais que isso: depois de afastar a Procuradora-geral do seu cargo e de demitir aquele que era um amigo de infância da liderança dos Serviços de Segurança da Ucrânia (para dar dois exemplos), quem surge na fotografia como protagonista na dispiuta do poder são os amigos de Andriy Yermak. Próximo de Zelensky, Yermak tem reforçado a sua posição junto do Presidente ucraniano. Que figuras são estas? |
O 158º dia de guerra teve outros acontecimentos que merecem destaque: |
- Oleksiy Vadatursky é com frequência apresentado como um herói nacional na Ucrânia. Magnata dos cereais, morreu este domingo, juntamente com a mulher, depois de a sua casa ter sido alvo de bombardeamentos por parte das forças russas. Tinha 74 anos.
- A notícia da morte de Vadatursky surge no dia em que Zelensky assinalou “um dos bombardeamentos mais brutais” de que Mykolaiv foi alvo desde o início da guerra. “Dezenas de mísseis e rockets” destruíram casas, escolas, outras infraestruturas sociais e edifícios industriais.
- 31 de julho é também a data em que se assinala o Dia Naval na Rússia. Vladimir Putin aproveitou para apresentar a nova Doutrina Naval de Moscovo e anunciou a chegada, para breve, de mísseis supersónicos. Uma mensagem para o Ocidente?
- Foi também divulgada a informação de que o primeiro navio com cereais ucranianos partiu do porto de Odessa. Um dado importante a nível global, avançado pela Turquia e assinalado no liveblog em que o Observador acompanhou — como tem feito nos últimos 5 meses e meio — todos os acontecimentos sobre a guerra.
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Na atualidade nacional, o caso do brutal aumento do preço da eletricidade conhecia um novo episódio. Depois de o presidente da Endesa alertar para uma subida de 40% no valor da fatura dos clientes em Portugal, incluindo os domésticos — um aviso feito no sábado à noite por Nuno Ribeiro da Silva —, a reação do Governo, já no domingo. E, num primeiro momento, o Executivo rejeitou o que considerou serem “declarações alarmistas”. Por fim, foi o regulador do setor energético a entrar em cena para dizer que a fatura será paga, sobretudo, pelas empresas industriais. Mais uma consequência indireta da guerra. |
E os incêndios continuavam a obrigar à intervenção dos bombeiros. Ao início da tarde, as chamas surpreenderam em Monsanto, Lisboa, obrigando à intervenção de cerca de meia centena de operacionais. Mas com o avançar da tarde outras situações suscitaram maior preocupação: Mafra e Ourém foram, a esse respeito, os pontos mais críticos, chegando a mobilizar mil bombeiros no combate às chamas. No caso de Mafra, o incêndio já foi dado como estando em fase de resolução; em Ourém, as chamas continuam a consumir mato e estão 400 operacionais envolvidos na operação. No Observador, continuamos a acompanhar tudo em permanência. |
O Contra-Corrente desta segunda-feira parte de um pedido da comunidade de ucranianos em Portugal, que se manifestou este domingo em Lisboa: a Rússia, defendem, deve ser classificado como um Estado terrorista. Devemos então olhar para a Rússia dessa forma? O José Manuel Fernandes vai procurar responder a essa questão. Se quiser participar, ligue para o 910024185 e entre em direto a partir das 10h15. |
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