|
Enquanto dormia… |
… os norte-americanos continuavam sem saber quem será o próximo Presidente dos Estados Unidos, mas aumentavam as preocupações com o risco de o resultado provocar violência nas ruas. Depois da reviravolta, a meio do dia de ontem, com Joe Biden a passar para a frente em estados decisivos e com vários meios a atribuírem a vitória democrata em locais como Michigan e o Wisconsin, Donald Trump anunciou processos na justiça para travar as contagens — recorrendo, por exemplo, à ideia falsa de que foi perdendo vantagem porque apareceram urnas “surpresa” —, o que incendiou ainda mais o nervosismo que vai crescendo. |
No Arizona, estado determinante para confirmar a vitória de Biden — e onde a Associated Press, que tradicionalmente declara os vencedores, e a insuspeita Fox News, que tradicionalmente é mais próxima dos republicanos, já a deram como certa —, a distância entre os candidatos encurtou-se e um grupo de apoiantes do Presidente (alguns armados) cercou um dos locais onde os votos continuam a ser contados. O departamento eleitoral do condado garante que hoje mesmo dará informações sobre os resultados. A polícia de Maricopa fez um cordão de segurança para impedir que os manifestantes invadam as instalações e está a ser criado um plano de evacuação, caso a situação se descontrole. |
Há, porém, uma certeza: será tarde demais para impedir que se aprofunde ainda mais a divisão nos Estados Unidos, muito clara na reportagem do João de Almeida Dias e do João Porfírio, enviados especiais do Observador aos Estados Unidos, que passaram as últimas horas em Scranton e Wilkes-Barre, na Pensilvânia, onde já há quem diga: “Estou preparado para uma guerra civil”. |
Trump pode (mesmo) interromper a contagem dos votos? E, nesta eleição que continua renhida e demorada — mesmo que não tanto quanto outras no passado —, o que acontece se houver um empate? A Pensilvânia de 2020 pode ser a Flórida de 2000? O Edgar Caetano preparou um explicador, também ele em atualização constante, para perceber as dúvidas em cima da mesa. |
Nesta altura, o ponto de situação é este: |
- no Arizona, Joe Biden vai na frente, mas a uma distância curta de Donald Trump;
- na Georgia, a liderança é de Trump, com Biden a menos de 1 ponto percentual;
- no Nevada, que prometeu novidades para esta tarde, a vantagem, também curta, segue democrata;
- na Carolina do Norte, é o Presidente que vai na frente, com pouco mais de 50% dos votos;
- tal como na Pensilvânia, onde cerca de 2 pontos percentuais dividem os candidatos — mas que viu, nas últimas horas, a liderança de Trump cair para um terço.
|
É um cenário, ainda assim — e para já —, menos dividido do que parece: enquanto que Donald Trump precisa de vencer em todos estes locais, Joe Biden está apenas a 6 votos no Colégio Eleitoral para garantir a vitória, se tiver mesmo o Arizona. |
O Observador mantém um acompanhamento permanente da noite que se transformou em semana eleitoral, no jornal e na rádio. E há um artigo para ter sempre aberto: aqui encontra os resultados oficiais, com a contagem de votos ao minuto. |
Os Estados Unidos estão no topo da atualidade também por causa da Covid-19. Ontem registaram, pela primeira vez, quase 100 mil novos casos de infeção, mostrando que a pandemia está longe de estar controlada. Por cá, estes dois últimos dias antes do fim de semana devem trazer novidades quanto ao estado de emergência, enquanto os números também continuam a subir. E soube-se que um juiz do Supremo Tribunal Administrativo não concordou com a decisão de considerar que o Governo tinha legitimidade para restringir a liberdade de circulação no fim de semana passado. |
Nesta newsletter tem ainda todas as notícias para começar esta quinta-feira bem informado. E já sabe que, ao longo do dia, encontra no nosso site e na Rádio Observador toda a informação sempre atualizada. Até amanhã. |