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Enquanto dormia… |
… as estrelas milionárias da NBA espantaram o mundo. Estão habituadas a fazê-lo com afundanços espectaculares, fintas alucinantes e lançamentos impossíveis que decidem jogos no último segundo, mas nunca se tinha visto uma jogada com tanto impacto: os Milwaukee Bucks, a melhor equipa da fase regular, liderada pelo grego Giannis Antetoukounmpo, melhor jogador da Liga, decidiram não sair do balneário ontem à noite para jogar contra os Orlando Magic, em protesto contra a violência policial nos EUA – depois de Jacob Blake ter sido baleado pelas costas quando entrava no carro, onde estavam três filhos menores, um incidente filmado num vídeo que se tornou viral e não pode deixar de indignar quem o vê. |
Centenas de canais de televisão em todo o mundo que se preparavam para transmitir este jogo decisivo na corrida pelo título da liga de basquetebol americana foram surpreendidos pelo boicote inédito. Como conta o Bruno Roseiro, a NBA, que tem apoiado todas as iniciativas dos atletas contra o racismo e a violência policial, cancelou de imediato este e os outros dois jogos da noite. LeBron James, estrela dos Lakers e melhor jogador dos últimos anos, postou um tweet inequívoco: “Que se f… isto! Exigimos mudança! Estou farto disto”. O boicote teve logo consequências ainda ontem à noite na WNBA (a liga feminina), mas também no futebol e no basebol. Barack Obama elogiou o exemplo dado pelos atletas e treinadores da NBA: “Vai ser preciso que todas as nossas instituições se ergam em defesa dos nossos valores”. Vamos ter de esperar pelas próximas movimentações fora do campo para perceber até onde irá o real impacto desta tomada de posição dos jogadores na sociedade e na política americana. |
A violência foi o mote para um dos ataques do vice-presidente Mike Pence ao candidato democrata: “Na semana passada, Joe Biden não disse uma única palavra sobre a violência e o caos que está a tomar as cidades deste país. Por isso, permitam-me que seja claro: a violência tem de parar, seja em Minneapolis, em Portland ou em Kenosha (…). Vamos ter lei e ordem nas ruas deste país para cada americano, de cada raça, religião e cor.” O João de Almeida Dias esteve a assistir à terceira noite da Convenção Republicana e conta-lhe o essencial aqui. |
Estamos quase em Setembro, mês de regresso às aulas, mas persistem as dúvidas e os dilemas sobre a melhor forma de proteger os alunos do coronavírus, sem prejudicar o ensino. A jornalista Ana Kotowicz entrevistou Fernando Reimers, investigador venezeulano e presidente do think tank de Harvard sobre Educação Global. Prevê que as interrupções no ensino presencial se vão manter, que os calendários escolares vão ter de deixar de ser o que eram. Pode ser preciso que os dias fiquem mais longos, outras vezes mais curtos, que a aprendizagem se mantenha ao fim de semana e talvez que as férias sejam mais curtas do que nunca. Mas não tem uma resposta clara sobre o que fazer: “Abrir ou fechar escolas é ter de escolher entre opções que são todas más”. |
O mesmo dilema devem estar a viver muitos pais de crianças não só em relação às escolas mas também quanto às atividades desportivas dos filhos. O Tiago Dores, que agora está todas as manhãs na Rádio Observador entre as 9h e as 11h, esteve a ler as orientações da DGS. Não, também não tem respostas claras para nos guiar, mas pelo menos faz-nos rir. Pode ouvir aqui a sua rubrica desta manhã. E já sabe que ao longo do dia vamos fazer tudo para o manter informado no nosso site ou na Rádio Observador. Até já. |