Enquanto dormia…

…os deputados preparavam-se para uma longa maratona.  Acabem de aprovar o decreto para o novo estado de emergência que Marcelo lhes enviou ontem. Sim, está previsto novo confinamento compulsivo, sim, os centros comerciais poderão ter de encerrar e não, pode não ser igual para todo o país. Estão previstas medidas específicas para cada concelho de acordo com o respetivo risco. E Eduardo Cabrita já disse que haverá nova renovação do estado de emergência daqui a 15 dias.

• O diploma foi enviado depois da reunião com os especialistas no Infarmed onde a estratégia do Governo foi criticada, tendo sido apresentados vários estudos e indicadores.
• Um deles diz que o pico da segunda vaga está à vista: será entre 25 e 30 deste mês com sete mil casos de infeção por dia e a meio de dezembro com 95 a 100 mortes diárias. A jornalista Marta Leite Ferreira falou com o epidemiologista que fez esta previsão, Manuel do Carmo Gomes, e ouviu o aviso: se relaxarmos as medidas o momento de alívio pode atrasar-se.
• Na mesma reunião ficámos a saber que em 81,4 por cento dos casos desconhece-se a origem das infeções, o que levanta muitas dúvidas sobre o foco de transmissão tantas vezes repetidas pelo Governo e que fundamentou o estado de emergência em que estamos: o contexto familiar. Afinal, percebeu a jornalista Ana Kotowicz depois de fazer algumas contas e de falar com especialistas, apenas 10% dos casos ocorrem comprovadamente nas famílias.
• O debate conta com presença de António Costa, já começou — o Governo já foi acusado de cegueira ideológica — e pode ouvi-lo em direto na rádio Observador e ao minuto no nosso liveblog. 

Os deputados começam hoje também a debater as propostas na especialidade para o segundo Orçamento da pandemia. São muitas — mais de 1500 — e variadas — vão desde os salários no layoff a 100% até aos reforços no SNS. E sem deixar de lado os temas quentes da TAP e do Novo Banco.

A noite trouxe uma má e uma boa notícia. Primeiro a má: afinal, depois de vários avanços e recuos, a OMS diz que o remdesivir não é aconselhável para tratar a Covid-19. Problema: Portugal comprou 100 mil frascos no valor de 35 milhões de euros e vários hospitais o têm usado. Agora a boa: a Pfizer e a BioNtech vão pedir hoje a aprovação de emergência da sua vacina e a Moderna prepara-se para o fazer em breve. António Costa anunciou ontem que Portugal vai comprar 16 milhões de doses de vacinas.

No mundo da política nacional a geringonça de direita nos Açores continua a ser todo um tema. Agora foi a vez de Adolfo Mesquita, antigo vice-presidente de Assunção Cristas no CDS, romper o silêncio e criticar o acordo com o Chega: “O erro cometido nos Açores compromete a sobrevivência do meu partido”.

No início deste fim de semana, que é de recolher obrigatório mas não tem de ser de tédio — para o evitar deixamos-lhe aqui 33 sugestões para fazer antes e depois das 13h — esta newsletter traz-lhe a informação mais relevante. Mas não fique por aqui, mantenha-se informado ao longo do dia, com o nosso site e a Rádio Observador sempre em atualização.

Até já.