Enquanto dormia… |
… Ainda estávamos às voltas com o dia preenchido que aconteceu no Parlamento. A audição a António Mendonça Mendes, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, era muito aguardada, ainda que o dia fosse de reaparição de Pedro Nuno Santos, que se demitiu em dezembro do Ministério das Infraestruturas depois de revelada a indemnização de meio milhão a Alexandra Reis. |
O país esperava para ouvir, pela primeira vez, a versão de Mendonça Mendes sobre a noite de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas e do seu telefonema com o atual inquilino do edifício na Barbosa du Bocage (Lisboa). E depois de ter negado contar a sua versão pelo menos 28 vezes, Mendonça Mendes lá contou no Parlamento que falou com João Galamba nessa noite, mas para introduzir novo desvio no flashback dos acontecimentos. Segundo Mendonça Mendes, Galamba já tinha uma lista de todas as entidades a quem teria de reportar no momento em que lhe ligou e que “não era possível” ter dado qualquer indicação nesse sentido sem ter os dados todos na sua posse. E disse: “o ministro [das Infraestruturas] teve a preocupação de procurar a listagem e elencar todas as entidades competentes para as quais devia ser feito o reporte desta quebra de segurança que avaliou no ministério”. Galamba tinha dito que tinha sido Mendonça Mendes a apontar-lhe a direção das secretas. Para a oposição está encontrada a versão verdadeira. E com isso Chega e IL pedem a demissão do ministro das Infraestruturas. Tal como PSD. O Bloco vai apresentar queixa à Procuradoria-Geral da República para avaliar o enquadramento legal da atuação do SIS na recuperação de um computador do Ministério da Infraestruturas. Para o PS, a oposição quer alimentar a novela já que, para o partido, não foi por intervenção de qualquer membro do Governo que o serviço de informação agiu. A audição de Mendonça Mendes é o ponto de partida para a História do Dia que com Rita Tavares fala das contradições. |
Além de se ter ouvido quarta-feira pela primeira vez a versão de Mendonça Mendes, também foi dia de uma reaparição. Pedro Nuno Santos está há quase cinco meses em silêncio desde que se demitiu do Ministério das Infraestruturas. Como fez questão de dizer só por duas vezes emitiu comunicados. Quebrou o silêncio mas os temas espinhosos guardou-os para quando, na próxima semana, for ouvido na comissão de inquérito à TAP. E assim manteve os temas na linha que queria e até houve tempo para autoelogios. “Tiveram saudades minhas? Podem admitir”, atirou ainda a audição não tinha começado. |
O mistério dos 55 milhões pagos a David Neeleman para sair da TAP tem sido um dos temas centrais na comissão de inquérito à TAP. Na inquirição de terça-feira ao ex-ministro das Finanças, João Leão, deu as explicações, que já antes Pedro Nuno Santos tinha revelado: tratou-se de um valor conseguido por processo negocial. E para processos negociais não há fórmulas. Na audição a João Leão saltou, no entanto, para cima da mesa um novo dado. Teria Humberto Pedrosa recebido, também, afinal dinheiro na saída da TAP?. Ao Observador o empresário garantiu que vendeu ao Estado as suas prestações acessórias de 11,9 milhões por um euro. Saiu da transportadora perdendo tudo o que lá tinha colocado. Já que falamos em TAP aproveite para ir ouvindo o Piratinha do Ar, o podcast narrativo do Observador que conta a história do adolescente de 16 anos que em 1980 desviou um avião da TAP. Já vai no terceiro capítulo. |
As audições de António Mendonça Mendes e Pedro Nuno Santos são o ponto de partida, também, para o Contra-Corrente desta quarta-feira, que será transmitido ao vivo na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, onde agora se pode ouvir a emissão em 92.6. Para participar pode ligar para o 910024185. |
Na Guerra da Ucrânia analisávamos a explosão da barragem e da central termoelétrica de Nova Kakhovka, situada na margem oriental rio Dnipro. Quem tira daqui mais vantagens, a Rússia ou a Ucrânia? E que impacto pode ter na contraofensiva ucraniana (Zelensky já garantiu que “a explosão da barragem não afetou a capacidade da Ucrânia de liberar os seus próprios territórios”)? Mais de 900 pessoas foram retiradas das suas casas e a última atualização feita por Kiev estima que perto de 42 mil pessoas sejam afetadas pela destruição da barragem. Rússia e Ucrânia recorreram ontem ao Conselho de Segurança da ONU para se culparem mutuamente pela destruição da barragem de Nova Kakhovka que pode ter consequências para a refrigeração dos reatores nucleares da central de Zaporíjia. O Observador segue no liveblog todos os acontecimentos da guerra na Ucrânia. |
E esta quarta-feira começa o Primavera Sound no Porto. Preparámos um mini guia, dia a dia. |
Nunca desistir. Deixo-lhe uma sugestão para ouvir o psiquiatra Gustavo Jesus que, no podcast Do outro lado – Histórias de quem trata a saúde mental, nos conta como teve pouca esperança na evolução de uma mulher com esquizofrenia, mas a recuperação da paciente acabou por lhe mostrar que estava errado. |
Outra sugestão é ouvir a entrevista feita por Maria João Simões ao colunista do Observador Alberto Gonçalves que nos conta como decidiu ser do contra. É o podcast Observador como Nós. |
Nesta newsletter encontra as principais notícias de que precisa para começar esta quarta-feira bem informado, já com o pensamento no feriado de quinta-feira, apesar de se prever mau tempo. E já sabe que, ao longo do dia, temos toda a informação sempre atualizada no nosso site e na Rádio Observador — que agora também já chega ao Ribatejo e Oeste em FM. |
Aproveite o dia, o feriado e continue desse lado. Boa quarta-feira |