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Novak Djokovic tinha apenas dois caminhos possíveis em relação ao Open da Austrália: estava vacinado, exibia o certificado, entrava em Melbourne e jogava ou continuava sem dizer se está ou não vacinado, não tinha nada para exibir à chegada ao aeroporto e não jogava. Afinal, havia ainda uma terceira via: receber a isenção médica. Foi através desse caminho que o número 1 do ranking ATP tentou chegar ao palco que lhe pode conferir o estatuto de maior entre os maiores, passando os 20 Grand Slams de Roger Federer e Rafael Nadal. A história travou no aeroporto. Assim começou o filme que marcou a semana e que promete tornar-se um autêntico blockbuster – com final imprevisível, nunca antes de segunda-feira. |
Puxemos a fita atrás. Há quase dois anos, no início da pandemia e dos confinamentos, o sérvio revelou que era contra a vacinação. Mais tarde, admitiu que iria ter uma mente aberta para analisar a questão e tomar uma decisão. A seguir, defendeu que não era contra qualquer tipo de vacinação, recordando o bem que já fez noutras situações. Depois, limitou-se a não dizer se estava ou não vacinado. Mais recentemente, em entrevista a um jornal sérvio, falou até numa “questão imoral”. “Há demasiadas pessoas hoje em dia que se permitem a tal liberdade para perguntar e condenar uma pessoa. Os meios de comunicação social espalham o medo entre as pessoas. Sinto que todos são hostis e não quero dar-lhes uma razão para escreverem sobre mim“. Em junho, organizou o Adria Tour que, além dos jogos, teve vários momentos de proximidade com os fãs e festas em discotecas, terminando com vários infetados incluindo o próprio. |
A isenção médica foi dada após análise de dois painéis de médicos que avaliam de forma anónima todas as candidaturas que chegam. E, de acordo com as regras, para existir essa isenção terá de ser sustentada numa razão que permanece em privado mas que na proposta tem de ser apresentada, sejam problemas cardíacos, outras condições crónicas ou uma infeção recente. Parecia tudo tratado, seguia-se uma viagem de 14 horas entre o Dubai e Melbourne mas houve um erro por parte do staff do tenista ao pedir um visto que não se enquadrava com o regime de isenção médica. Resultado? Foi barrado na zona de controlo do aeroporto, esperou oito horas e viu o governo de Victoria considerar que as exigências para a entrada no país não tinham sido cumpridas. O visto estava revogado. A deportação era o próximo passo. |
Vários seguidores do sérvio manifestaram-se contra a decisão, os próprios pais do jogador tiveram frases fortes perante o que estava a acontecer incluindo ameaças de ajuntamento nas ruas, dezenas e dezenas de adeptos fizeram vigílias à porta do hotel (com um court de ténis) onde vai esperar até segunda-feira por uma decisão. Quem gosta de Djokovic tenta montar teorias de que é quase um ataque ao país, ao jogador e até no limite a quem tem uma opinião diferente sobre a vacinação. Quem comenta de forma distanciada como Rafa Nadal recorda que, “se ele quisesse, não tinha problemas em entrar na Austrália”. |
“Podia ter evitado tudo isso vacinando-se. Ele é livre de tomar as decisões que quer tomar e de assumir as consequências. O Novak sabia as regras do jogo. Por um lado tenha pena dele, mas por outro é preciso não esquecer que ele sabia as regras. Já me vacinei duas vezes, já tive Covid-19 no último mês e passei por todo esse processo. Quem se vacina não tem qualquer problema em entrar na Austrália e jogar. Esse é o meu ponto principal em toda esta conversa. Se te vacinas, jogas. Por isso, vacina-te. O Mundo já sofreu demasiado”, referiu o espanhol. Os ângulos de discussão a favor e contra a situação são variados, as posições tomadas ainda mais, mas há sempre alguém que sairá mal deste filme: Novak Djokovic. |
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A Primeira Liga está de regresso e com vários casos de Covid-19 a assolarem jogadores, treinadores e staff – e com essa nova norma da Direção Geral da Saúde em relação aos assintomáticos, que reduz para apenas sete dias o período de isolamento, a evitar problemas maiores. Esta sexta-feira, o Santa Clara recebe nos Açores o campeão Sporting (18h30, hora continental) que não contará com Gonçalo Inácio em campo e Rúben Amorim no banco, infetados com o novo coronavírus. No sábado (18h), após ter cerca de 30 elementos de fora num surto que ganhou dimensão dia após dia, o Estoril joga na Amoreira com o FC Porto tendo em princípio 20 disponíveis entre plantel principal e Sub-23. Por fim, no domingo (18h), o Benfica defronta o P. Ferreira sem os infetados Svilar, Pizzi, Radonjic, Yaremchuk, Meïte e Vlachodimos. |
Esta semana há também Taça de Portugal, sendo conhecidos os quatro conjuntos apurados para as meias da competição: o Sporting é o primeiro a entrar em campo frente ao Leça, num jogo em Paços de Ferreira (terça-feira, 20h45), e o vencedor vai depois ter pela frente quem ganhar no Vizela-FC Porto (quarta-feira, 20h45); nos outros dois encontros dos quartos, o Rio Ave recebe o Tondela (terça-feira, 18h45), ao passo que o Portimonense vai defrontar no Algarve o Mafra (quinta-feira, 20h45). |
Na Luz, esta quinta-feira, a Assembleia Geral da SAD foi interrompida e suspensa depois da intenção que foi manifestada por José António dos Santos em escolher um administrador para a sociedade (algo que o clube, maioritário, não quer). Isto na semana em que se souberam muitos outros dados da investigação da operação Cartão Vermelho e das suspeitas que recaem sobre Luís Filipe Vieira – e não só. |
Lá fora, numa semana marcada pela final da Supertaça de Itália (Inter-Juventus, quarta-feira às 20h), pelas meias da Supertaça de Espanha (Barcelona-Real Madrid na quarta-feira e Atl. Madrid-Athl. Bilbao na quinta-feira, ambos às 19h) e pelas meias da Taça da Liga inglesa (Tottenham-Chelsea na quarta-feira e Liverpool-Arsenal na quinta-feira, ambos às 19h45), nota ainda para alguns encontros “grandes” nos respetivos campeonatos: Real Madrid-Valencia (sábado, 20h), Roma-Juventus (domingo, 17h30), Lyon-PSG (domingo, 19h45), Inter-Lazio (domingo, 19h45) e Villarreal-Atl. Madrid (domingo, 20h). |
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“Estamos sempre a tentar encontrar a melhor versão de nós próprios”. É certo que o selecionador Paulo Pereira não pode contar com os lesionados Pedro Portela, André Gomes, Luís Frade ou João Ferraz mas nem por isso Portugal vai chegar ao Campeonato da Europa de andebol com menor ambição do que nas últimas grandes provas. “O main round é importantíssimo, porque nos garante não ter de disputar o primeiro playoff de qualificação para o Mundial-2023, e aproxima-nos dessa prova. Passada a primeira ronda, estabeleceremos rapidamente outro propósito e diremos que queremos melhorar a nossa marca, que é o sexto lugar”, comentou o técnico, recordando a grande prestação no último Europeu, em 2020. |
A primeira fase da competição organizada pela Hungria e pela Eslováquia arranca na próxima quinta-feira com os jogos Eslovénia-Macedónia do Norte, Sérvia-Ucrânia, Espanha-Rep. Checa, Rússia-Lituânia (17h), Croácia-França, Dinamarca-Montenegro, Suécia-Bósnia, Noruega-Eslováquia (19h30). Também nesse dia haverá Hungria-Países Baixos (19h30), do grupo B de Portugal que joga apenas no dia 14 com a velha conhecida Islândia. Os outros jogos serão no dia 16 (Hungria) e no dia 18 (Países Baixos). |
Os próximos dias serão também marcados pelo final de outras duas grandes provas: o Rali Dakar, que teve o ponto alto para a delegação portuguesa com a emotiva vitória de Joaquim Rodrigues nas motos na terceira etapa em que recordou o amigo e cunhado Paulo Speedy Gonçalves, e a ATP Cup, que terá nos próximos dois dias as meias-finais entre Espanha e Polónia e Canadá e Rússia (com final no domingo). |