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Fausto Masnada, uma das maiores esperanças do Deceuninck Quick-Step na etapa rainha da Volta a Itália que passava pelo temível Stelvio, começou por seguir no grupo da frente quando João Almeida sentiu as primeiras dificuldades, desceu depois quando não aguentou aquele cabo das Tormentas que só os mais fortes conseguem dobrar e acabou por andar quilómetros a fio na roda do português quando o português precisava que fosse a sua roda. No final, emocionou-se. Tinha prometido ir até à morte com o então líder mas esgotou cedo todas as energias que tinha. Estava arrasado, física e mentalmente, com o resultado que na verdade era o mais provável perante as investidas fortíssimas que a Tem Sunweb e a Ineos repartiram entre si. João Almeida, que descera ao quinto lugar da geral, foi ter com o companheiro, consolou-o e agradeceu. “Obrigado. Estiveste muito bem, tu e a equipa! Nada seria possível se não tivesse a equipa inteira comigo!”, escreveu ao final do dia o jovem de A-dos-Francos. |
Ainda com uma etapa de montanha por disputar, onde se vai decidir a camisola rosa entre Wilco Kelderman, Jai Hindley e Tao Geoghegan Hart, antes do contrarrelógio em Milão que fecha a prova, João Almeida tem uma pequenina janela de esperança de poder chegar ao pódio final aproveitando a luta aberta que haverá entre a Ineos e a Team Sunweb mas o mais provável é que não termine nos três primeiros da Volta a Itália. Muda alguma coisa em relação a tudo o que fez antes? Zero. E o maior sinal disso mesmo são os elogios que sobram de vários quadrantes, na estrada, como se viu no comportamento de Nibali a puxar pelo português nos quilómetros finais, ou na opinião, como se percebeu na análise de Evenepoel. “Nada a não ser respeito interminável e admiração por este jovem rapaz, que durante 15 dias honrou a icónica camisola rosa do Giro”, resumiu a Deceuninck Quick-Step. |
Não se trata de uma vitória moral. Até porque, neste caso, isso não existe. João Almeida foi formatado por uma equipa sem grandes ambições no Giro para rolar e ter uma participação meritória. Quanto muito, poderia até ser trabalhado para arriscar ganhar uma etapa. Deveria ser apenas mais um, foi tudo menos isso. Aliás, ainda hoje, sem rosa, é o número 1. A principal camisola que leva é a do respeito dos outros porque todos percebem que está ali um futuro candidato a uma grande Volta, assim consiga ter as opções certas no futuro para continuar a projetar um potencial como poucos na atualidade (e mais uma vez convém recordar que este é o primeiro ano no World Tour e a primeira corrida de três semanas que faz). Respeito no pelotão, respeito das equipas, respeito de todo um País. A-dos-Francos, como as reportagens do Observador mostraram ao longo da semana, mobilizou-se para apoiar de forma orgulhosa o filho querido da terra mas essa corrente rapidamente se alastrou a milhares de pessoas, incluindo Parlamento. Os portugueses “adotaram” João Almeida, que já tivera uma prestação gigante no domingo, na chegada a subir a Piancavallo, onde aguentou a rosa sozinho. E voltaram a “adotar” o ciclismo, um feito ainda mais especial tendo em conta a crónica falta de cultura desportiva e o excesso de clubite. |
Mas calma, o Giro ainda não acabou. E se João Almeida superou o registo de dois dias com a rosa no Giro de Acácio da Silva em 1989, bateu os cinco dias de Joaquim Agostinho na liderança da Vuelta de 1976 e ultrapassou ainda os seis dias de liderança numa Grande Volta de Acácio da Silva entre Tour e Giro, Rúben Guerreiro apresta-se para escrever um capítulo histórico no ciclismo nacional ao tornar-se o primeiro de sempre a terminar uma grande Volta com uma das camisolas em disputa, neste caso a azul. A classificação da montanha está virtualmente fechada e o português está muito perto de alcançar o feito, depois de ter ganho uma etapa 31 anos depois do sucesso de Acácio da Silva. Pegões celebra o sucesso do corredor da EF Pro Cycling mas a festa deve alastrar-se este fim de semana. Esse momento fará com que não mais esta Volta a Itália de 2020 seja esquecida. Mesmo que, como contou o pai de Rúben à Rádio Observador, “durante um mês não vá olhar para a bicicleta”. |
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Esta sexta-feira é dia de conferências e treinos livres, no sábado há a qualificação, no domingo chega a corrida a partir das 13h10. 24 anos depois, Portugal volta a receber um Grande Prémio de Fórmula 1, que poderá marcar o momento em que Lewis Hamilton ultrapassar o número de vitórias de Michael Schumacher a caminho do cada vez mais provável sétimo título Mundial. A lotação do Autódromo Internacional do Algarve foi reduzida para “apenas” 27.500 devido ao atual cenário da pandemia no País (e na Europa, acrescente-se) mas nem por isso vai deixar de ser um momento marcante para o desporto, para Portugal e para os muitos adeptos da modalidade. |
A esse propósito, a Rádio Observador tem lançado diariamente o podcast “Grelha de partida”, com a participação de Pedro Matos Chaves, Pedro Boucherie Mendes e Alfredo Lavrador, e entrevistou Paulo Pinheiro, administrador do Autódromo Internacional do Algarve. Pode ouvir aqui a conversa com o responsável do circuito algarvio, que garante a presença de “realeza e Hollywood em Portimão”, as sensações que os pilotos irão sentir no traçado que no próximo mês recebe também o Mundial de MotoGP (que tem este domingo mais uma corrida, de novo em Aragão, onde Miguel Oliveira tentará melhorar o 16.º lugar) e as memórias do primeiro triunfo de Senna. |
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Este sábado é dia de clássico em Espanha, com um Barcelona-Real Madrid em Camp Nou (15h) longe do que estamos habituados entre os dois conjuntos. No caso dos catalães, que na última ronda perderam frente ao Getafe, as convulsões no plano interno continuam (aliás, agora adensaram-se do voto de censura a Bartomeu aos capitães de equipa). No lado dos merengues, que na última ronda perderam em casa frente ao Cádiz, Zidane continua a sentir dificuldades em colocar a equipa ao mesmo nível da versão resultadista que valeu o título na última época. Mas entre os principais campeonatos há outros jogos em destaque. No sábado, nota para o West Ham-Manchester City (12h30), o Bayern-Eintracht (14h30), o Manchester United-Chelsea (17h30), o B. Dortmund-Schalke 04 (17h30) ou o Liverpool-Sheffield United (20h). No domingo é dia de Wolverhampton-Newcastle (16h30) e de Juventus-Hellas Verona (19h45). E na segunda-feira há AC Milan-Roma (19h45) e Burnley-Tottenham (20h). |
Por cá, depois de uma jornada onde o Benfica ficou mais isolado na liderança após a vitória em Vila do Conde e aproveitando o empate entre Sporting e FC Porto no clássico em Alvalade, os leões vão ser os primeiros entre as equipas no topo da classificação a entrar em campo, defrontando nos Açores este sábado o Santa Clara (17h locais, mais uma em Portugal Continental), seguindo-se no Dragão o FC Porto-Gil Vicente (20h30). O Benfica só entra em campo na segunda-feira frente ao Belenenses SAD (20h15), sendo que pelo meio ainda se joga um escaldante V. Guimarães-Sp. Braga, um dérbi minhoto que mesmo sem público não deixa de ser apaixonante (domingo, 20h). Durante a semana, o Sporting, sem Europa, recebe o Gil Vicente para acertar calendário (quarta-feira, 21h45). |
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A Liga dos Campeões começou esta semana, a Liga dos Campeões vai continuar já na próxima semana. O FC Porto perdeu frente ao City numa deslocação a Manchester que começou com uma vantagem madrugadora com golo de Luis Díaz mas terminou com muitas críticas dos azuis e brancos ao desempenho da arbitragem (com razão, como explicou Pedro Henriques no Sem Falta da Rádio Observador). Agora, os dragões recebem o Olympiacos na terça-feira (20h), que ganhou na Grécia ao Marselha de Villas-Boas com golo de Hassan nos descontos. |
Entre os outros encontros, que mereceram ampla cobertura no Observador, nota para nova vitória do Manchester United em França frente ao PSG com Bruno Fernandes como capitão; para a goleada do campeão europeu Bayern frente a um Atl. Madrid demasiado frágil dentro de um Simeoneball que já não pega; para o “chapa 5” do Barça ao Ferencvaros no primeiro jogo como titular de Trincão na Catalunha; para o empate sem golos em Londres entre Chelsea e Sevilha marcou pela condição de suplente de Kepa; para a surpreendente vitória do Shakhtar em Madrid frente ao Real que já levava 3-0 ao intervalo; e para a primeira vitória de Pirlo na Europa pela Juventus. Nesta segunda jornada da Champions, destaque na terça-feira para o Lokomotiv Moscovo-Bayern (17h55), para o Atl. Madrid-Salzburgo (20h) e para o Atalanta-Ajax (20h), ao passo que no dia seguinte vai haver Juventus-Barcelona (20h), Manchester United-RB Leipzig (20h) e B. Dortmund-Zenit (20h). |
Na Liga Europa, duas equipas portuguesas e outras tantas vitórias. Apesar das dificuldades no plano defensivo em alguns momentos do encontro, o Benfica venceu de forma justa na Polónia frente ao Lech Poznan num jogo que teve Darwin Núñez como grande figura, com o segundo hat-trick na carreira e o primeiro de um jogador encarnado na estreia europeia. Já o Sp. Braga confirmou o bom momento e ganhou também de forma convincente na receção ao AEK Atenas numa partida onde Galeno foi o MVP e Paulinho “festejou” a renovação de contrato até 2025. Esta quinta-feira, os minhotos jogam com o Zorya na Ucrânia (17h55) e o Benfica recebe o Standard Liège (20h). |
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Eu, a TV e um comando
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O jogo em palavras
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Pódio
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Era para ser mais um, tornou-se um número um: João Almeida perdeu rosa 15 dias depois no Stelvio mas continua na luta por um lugar no pódio. Já Rúben Guerreiro deu um passo gigante para ganhar a azul.
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2
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Harry Maguire está lesionado e a pergunta era inevitável: quem fica com a braçadeira com o PSG? "O capitão está sentado ao meu lado", disse Solskjaer. "Não esperava isto", respondeu Bruno Fernandes.
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O surfista Frederico Morais garantiu a presença na final da quinta e última etapa da liga portuguesa, que acabou por vencer, na praia do Guincho, em Cascais.
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O especial
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Futebol
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Começou o ano com rumores de que estava deprimido, passou pela morte do irmão, renovou-se no Instagram e quer estar no Mundial do Qatar. Pelé, a cara de um passado que continua presente, faz 80 anos.
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Terceiro tempo
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