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Alguns secretários-gerais de partidos portugueses ainda foram tentando inverter esse rumo mas os últimos anos tiveram o condão de adensar ainda mais essa estranha tendência (ou não) de ver os deputados ou os militantes de partidos políticos vestirem as camisolas dos respetivos clubes em espaços públicos de debate e/ou opinião. Agora tudo aponta para que a curva desse fenómeno seja decrescente mas existe uma extensão que de quando em vez dá sempre sinais de si: quando os clubes se tornam quase partidos políticos com equipas de futebol e modalidades. O resultado não é bom, nunca. E parte da crise em que o Barcelona está mergulhado deriva disso mesmo. |
Esta semana o El País tinha uma sugestiva análise a tudo o que se está a passar em Camp Nou equiparando o som da orquestra do Titanic à situação dos catalães. “Negar a realidade não significa que a realidade se evapore, nem na pandemia da Covid-19, nem no futebol, nem no futebol nos tempos de Covid-19 que hoje vivemos. O Barça também, apesar de o seu presidente, Josep Maria Bartomeu, pretender ignorar. Blindado por um colete antibalas que lhe é proporcionado por um estádio vazio, desligou os dramáticos problemas da equipa da boa saúde do clube. ‘Esta é uma crise desportiva, não é uma crise institucional’, declarou em entrevista à Barça TV. Está certo, a crise desportiva é inegável, mas a institucional tem o aspeto de um cogumelo radioativo”, descrevia. Os resultados, a rescisão de Messi, a limpeza do balneário, os protestos à porta do estádio, tudo se resume em dois minutos. |
Comecemos pela parte do argentino, que sofreu um volte-face a meio da semana após 13 horas frenéticas desde que o pai do jogador aterrou o jato privado da família na Catalunha. Messi quer ficar no Barcelona? Não. Messi quer sair a mal do Barcelona? Também não. Messi algum dia vai revelar em termos públicos o que lhe estava a passar pela cabeça quando assinou aquele burofax a revogar o último ano de contrato? Muito menos. No entanto, nesta fase tudo aponta para que fique e se eram várias as razões para a rescisão, são apenas dois os motivos para voltar atrás: o receio de perder a batalha jurídica pela data de 10 de junho na cláusula 24 do seu contrato e a recusa por parte do clube em baixar o valor pedido pelo seu passe (ambos os pontos juntos até o Manchester City afastam). Se assim não fosse, estava algures entre a Premier League e a Serie A e não à espera de perceber como será a sua vida quando a equipa já começou a trabalhar. Spoiler alert: vai acabar por ficar na Catalunha. |
Depois, o presidente do Barcelona. Os títulos no futebol e a hegemonia em algumas modalidades são marcas boas num trajeto que começou de forma interina em 2014, quando entrou para o lugar de Sandro Rosell, e se prolongou de forma efetiva a partir de 2015. Mas há vários marcos maus: o caso de Justiça em que se transformou a vinda de Neymar para Espanha, a saída do brasileiro para o PSG por não acreditar que alguém fosse capaz de chegar aos 222 milhões de euros, as sucessivas trocas de técnico sem sucesso como a entrada de Quique Setién, as mexidas e mais mexidas nas estruturas do futebol, a “guerra surda” que tem há muito com alguns jogadores do plantel e que se adensou durante esta pandemia nas negociações para cortar salários, a “guerra suja” que o próprio ou alguém abaixo de si terá tentado fazer contra quase tudo e todo através das redes sociais pela empresa I3 Ventures. Foi neste contexto, e depois de uma pesada goleada frente ao Bayern numa época sem títulos, que Bartomeu contratou Koeman e prometeu uma revolução no plantel. O que pretende o líder do Barça? “Sobreviver” até às eleições. |
Se Messi saísse mesmo, e se saísse podendo haver uma negociação pelo seu passe, o Barcelona libertava-se de um ordenado de 100 milhões de euros, recebia verbas para equilibrar o plantel e a massa salarial mas perdia a grande referência da equipa após 20 anos no clube – e Bartomeu dificilmente conseguia resistir. Se Messi ficar, como é agora o cenário mais provável, os blaugrana terão dificuldades em conciliar um plantel como aquele que Koeman pediu e o corte previsto nos vencimentos para adequar os custos à fatura que a pandemia trouxe – e Bartomeu dificilmente conseguirá cumprir os objetivos propostos para o exercício económico de 2020/21, que assumiu ser da sua responsabilidade quando marcou as eleições para março de 2021. Pelo meio, há muitas fações e grupos que vão trabalhando nos bastidores, jogadores que não têm uma boa relação com o presidente pelo que se passou e os casos de Justiça a manterem o seu decurso. Bartomeu procura caminhos quando está num beco sem saída. E cada decisão que toma tende a confundir o que é o melhor para o clube e o que é o melhor para ficar no clube. |
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Edison Cavani acabou mesmo por não ceder à pressão feita pelo Benfica para que aceitasse assinar pelas condições (máximas) que o clube propôs, Darwin Núñez avançou. O jovem avançado uruguaio de 21 anos é apontado no seu país como o sucessor do antigo jogador do PSG mesmo sem ter feito ainda uma grande temporada que consiga dar mostras de todo esse potencial: depois de se ter estreado com apenas 18 anos no Peñarol, sofreu uma lesão grave no joelho direito, na época seguinte voltou a ter problemas com o mesmo joelho, em 2019 marcou três golos em oito jogos, foi comprado por um valor recorde pelo Almería e conseguiu agora na última época 16 golos em 32 partidas, um rendimento mais constante, sem lesões e que lhe valeu o quarto lugar na lista dos melhores marcadores da 2.ª Divisão de Espanha. Já internacional A na Celeste de Óscar Tábarez, chega à Luz como a maior contratação de sempre dos encarnados e do próprio futebol português. A qualidade do jogador não está em causa, Darwin é uma das grandes promessas do futebol sul-americano. Mas a contratação tornou-se mais uma novela. |
Com as negociações a andarem para a frente e para trás, Rui Costa, administrador da SAD, deslocou-se a Espanha para tentar desbloquear a contratação. Ficou mais um dia do que era suposto mas conseguiu. O que estava então alinhavado? Quase 25 milhões de euros pagos a partir do próximo ano e até 2025 em tranches de cinco milhões, 20% de mais-valia numa futura transferência, contrato de cinco épocas com um ordenado bruto a rondar os três milhões de euros a que se juntavam mais 100 mil euros por cada série de dez jogos realizados, uma cláusula de rescisão de 150 milhões de euros, comissões de 2,5 milhões divididas mas com a maior parte dos encarnados. Tudo certo, jogador em Lisboa, apresentação marcada. Marcada e adiada, para o dia seguinte. Já com o uruguaio em Portugal, o Almería reabriu as conversas por causa do mecanismo de solidariedade e as atualizações financeiras de toda a operação que teve Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico da SAD, como um dos representantes. Foi algo que não caiu bem mas que teve de ser desbloqueado – e o recorde de transferências será mesmo batido. |
O Benfica nunca tinha feito um investimento tão grande num treinador como realizou agora com Jorge Jesus e, em paralelo, continua a somar nomes no top 10 das contratações mais caras de sempre do futebol português: Darwin vai superar Raúl Jiménez (22 milhões) e ainda houve Weigl, Everton Cebolinha, Raúl de Tomás (todos 20 milhões cada), Pedrinho (18 milhões) ou Carlos Vinícius (17 milhões). Ponto comum: à exceção do mexicano, todos foram garantidos desde o verão de 2019, em muitos casos com acordos que se prolongam pelos próximos anos. Num editorial assinado na newsletter diária do clube, Luís Filipe Vieira mostrou-se confiante com o plantel construído e voltou a reforçar que “a capacidade de ir ao mercado contratar os jogadores internacionais de enorme prestígio” se deveu à credibilidade que o clube foi ganhando. “O Benfica merece ter um presidente e não um dono”, comentou a esse propósito Ricardo Araújo Pereira, apoiante do candidato João Noronha Lopes. “Quero um presidente que não decida com base em luzes e caprichos, que decida investimentos na equipa consoante haver eleições ou não. Tenho pena que não tivesse havido eleições no Benfica no ano do penta”, acrescentou o escritor e humorista. |
O Benfica vai começar a época em Salónica frente ao PAOK, na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, e a seguir fará o primeiro encontro da Primeira Liga 2020/21 em Famalicão, podendo mais tarde encontrar no playoff de acesso à fase de grupos da Champions o Krasnodar. Tudo em duas semanas de setembro. No final de outubro, haverá eleições. Os resultados desportivos terão um peso grande na escolha do próximo presidente dos encarnados, assim como outros fatores extra futebol também poderão ter. Há algo que, aí sim, ninguém tem dúvidas: tudo o que está a ser feito, nomeadamente o maior investimento de sempre no futebol, deve-se às eleições. Até porque foge à contenção que tinha sido assumida pela própria SAD. Nas eleições seguintes, em 2024, Darwin Núñez ainda não estará pago. Pode ter sido vendido, pode ter marcado dezenas e dezenas de golos. Por contrato, não estará pago. |
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O FC Porto continua a investir no mercado nacional. Depois de Carraça e Cláudio Ramos, o clube anunciou mais duas contratações a clubes da Primeira Liga: Zaidu, lateral esquerdo do Santa Clara, e Taremi, avançado do Rio Ave. E o impacto do iraniano foi praticamente imediato, neste caso com o número de seguidores dos dragões nas redes sociais a dispararem. Bem adaptado à dinâmica da equipa, o jogador que conseguiu marcar 18 golos no Campeonato no primeiro ano de futebol europeu promete ser um dos grandes reforços dos azuis e brancos, que voltaram a contar (pelo menos nos treinos) com Nakajima. Do lado do Sporting, com seis caras novas asseguradas e a tentativa de fechar um nome forte para o ataque, a prioridade centra-se na resolução dos casos pendentes de jogadores que não contam para Rúben Amorim e nas vendas de Acuña e João Palhinha – que depois de vários dias a treinar à parte está agora integrado com o plantel. A propósito de Amorim, o prazo para resolver o pagamento do técnico ao Sp. Braga terminava esta sexta-feira e, segundo soube o Observador, o acordo está muito próximo. |
Ainda no futebol, algumas notícias que podem ter passado ao lado mas que podem marcar os próximos tempos: Van de Beek foi anunciado pelo Manchester United, que garante mais um reforço de peso numa equipa fortíssima do meio-campo para a frente mas com lacunas do meio-campo para trás; Aubameyang está próximo de prolongar o contrato com o Arsenal depois de ter dado mais um título aos londrinos, a Supertaça; a internacional Jéssica Silva tornou-se a primeira jogadora portuguesa a sagrar-se campeã europeia no pentacampeão europeu Lyon, que ganhou na final da Liga dos Campeões feminina ao Wolfsburgo; e o Brasil anunciou que, nas seleções, homens e mulheres passarão a ganhar o mesmo depois de algumas jogadoras já terem abdicado da carreira internacional. |
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Com Ronaldo ainda em dúvida, Portugal prepara a estreia na Liga das Nações este sábado (19h45), frente à Croácia, no Estádio do Dragão, seguindo-se na próxima terça-feira (19h45) uma viagem a Solna para defrontar a Suécia. Mesmo em fase de pré-temporada em que às vezes custa perceber o que é o quê na preparação, Fernando Santos promoveu algumas novidades mas aposta na base habitual para conseguir duas vitórias que poderiam mais tarde deixar as decisões em relação ao primeiro lugar. E as primeiras amostras deste regresso do futebol de seleções tiveram o condão de provar que podemos estar em fase de pré-temporada mas que a qualidade mantém-se intacta, como aconteceu no empate arrancado pela Espanha nos descontos frente à Alemanha (1-1). |
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Cada corrida na Fórmula 1 tornou-se apenas um teste para Lewis Hamilton superar mais um recorde de Michael Schumacher. O Grande Prémio da Bélgica não fugiu à regra, com o britânico a superar o número de quilómetros a liderar corridas que pertencia ao germânico. E o próprio campeão mundial admite que se começa a tornar um pouco aborrecido. “Espero que as pessoas compreendam que a culpa não é nossa, somos só pilotos. Dedicamos absolutamente tudo a dar o nosso melhor. Em última análise, quem estabelece as regras são aqueles que deveriam fazer um melhor trabalho, se for possível. Tenho esperança que isso aconteça em 2022, com este novo tipo de carro”, destacou. Entre homenagens a Chadwick Boseman e agora à família Williams, que anunciou a retirada, segue-se o Grande Prémio de Itália (domingo, 14h10). E depois o Grande Prémio da Toscânia. Se tudo continuar sobre rodas para o líder da classificação, será em território italiano (ou da Ferrari) que poderá igualar o número de vitórias em corridas de Schumacher. E ficar mais próximo ainda do sétimo título mundial como Schumacher. |
O Tour ficou marcado pelas várias quedas que fizeram mossa na primeira etapa em Nice mas ainda não tem um claro favorito, tal como o US Open já sem portugueses depois das derrotas de João Sousa e Pedro Sousa logo na primeira ronda que não regista até ao momento grandes surpresas. As emoções a sério estão reservadas para esta semana, tal como tem acontecido na NBA. E não poderia existir melhor forma de regressar ao ativo depois do boicote feito pelas equipas: os Houston Rockets apuraram-se para as meias da Conferência Oeste após um desarme de lançamento de James Harden no último lance a Luguentz Dort (que tinha estado até aí imparável com um máximo de carreira de 30 pontos) que deu a vitória diante dos Oklahoma City Thunder, ao passo que os Toronto Raptors conseguiram “sobreviver” ao jogo 3 das meias da Conferência Este frente aos Boston Celtics com um fantástico triplo a menos de um segundo do final de OG Anunoby, a grande revelação da série. Pode consultar aqui os próximos encontros das decisões na bolha de Las Vegas que está a receber o melhor basquetebol. |
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Eu, a TV e um comando
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O jogo em palavras
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Pódio
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1
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Jogava com laranjas e bolas de papel e fita-cola, passou por Suécia e Espanha, destacou-se com uma finta. Jéssica Silva é a primeira portuguesa campeã europeia num ano marcado por uma lesão grave.
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2
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Os Ferraris vão de mal a pior, os Mercedes fizeram nova dobradinha e Hamilton, em memória do amigo Chadwick Boseman, conseguiu na Bélgica quinta vitória em sete corridas com novo recorde.
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3
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O tenista sérvio Novak Djokovic venceu o Masters 1.000 de Cincinnati, após derrotar na final o canadiano Milos Raonic, igualando o recorde de 35 triunfos de Rafael Nadal.
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A aposta
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Volta a França
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Ganhou duas vezes o Tour, três a Vuelta, duas o Giro. Não deixou as bicicletas, acrescentou o triatlo e os microfones. A antevisão da Volta à França mais atípica dos últimos anos por Alberto Contador.
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Terceiro tempo
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