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Everton Cebolinha a despedir-se em vídeo do Grémio e a descer aquela rampa à direita das chegadas no aeroporto Humberto Delgado, por onde tinham passado uns dias antes Pedrinho e Gilberto. Vertonghen a fazer exames médicos no Hospital da Luz. O pai de Waldschmidt a aparecer em fotografias com o empresário César Boaventura antes de o filho chegar a Lisboa num avião privado já depois de Rui Costa e Tiago Pinto terem ido à Alemanha. Um evento especial a ser pensado na Luz para oficializar Cavani. O eixo Lisboa-Seixal está agitado como nunca mas com uma grande diferença em relação a um passado recente: há uma mistura entre currículos prometedores com condições para serem grandes e currículos grandes com condições para se tornarem ainda mais prometedores. |
Se o uruguaio for confirmado, e nesta fase muito pouco falta para que tal aconteça, o Benfica terá feito um investimento acima dos 70 milhões de euros entre compras de passes a clubes, prémios de assinatura para os jogadores e intermediações de empresários. E não ficará por aqui. Para quem duvidava no número redondo dos 100 milhões só em contratações, “impensável” nesta fase de incerteza, a fasquia até poderá ser ultrapassada. |
Em junho, antes do regresso do Campeonato, Luís Filipe Vieira anunciou, na mesma entrevista onde garantiu que Bruno Lage não iria sair ganhando ou não título (cinco jogos e 29 dias depois caiu…), que “se não fosse a pandemia o Benfica tinha dois jogadores vendidos por 100 milhões de euros. Cada um. Eram 200 milhões”. Em paralelo a isso, acrescentou que o novo coronavírus tinha criado outros desafios financeiros aos encarnados (bem como aos outros clubes, entenda-se) mas que recusava cortar salários, despedir ou enveredar pelo lay-off mesmo sabendo que no início de junho já tinham sido “20 a 25 milhões de receitas perdidas”. “Nunca iremos vender jogadores ao desbarato, eles têm um preço. Se for preciso, o Benfica vai recorrer a um ou dois empréstimos obrigacionistas”, disse ainda nessa entrevista à BTV, quando faltavam 11 jogos e dois meses para terminar a temporada. |
Com um contexto eleitoral a marcar aquele que está a ser um Verão Quente tendo o clube como único protagonista (o sufrágio ainda não tem data mas deverá ser daqui a três meses) e numa fase onde a maioria das equipas opta por jogar pelo seguro não só pelos efeitos provocados pela Covid-19 nas contas mas também pela incerteza em relação aos tempos que se seguem, o Benfica quis abrir uma nova era em contraciclo com os adversários diretos. E esse impacto chegará também à folha salarial para as próximas temporadas. Exemplo? Só Jesus e a sua equipa técnica, Vertonghen, Waldschmidt e Cavani, caso as negociações com o uruguaio cheguem mesmo a bom porto, custarão por época cerca de 25 milhões de euros. É quase como um jogo de xadrez mas com uma “nuance”: antes Vieira pensava na melhor jogada para fazer o xeque e garantir o mate; agora, faz todas as jogadas possíveis ao mesmo tempo para apresentar um xeque. O mate fica mais perto mas uma peça mal mexida pode acabar o jogo. |
No FC Porto, também por força de condicionalismos financeiros impostos pela UEFA e que se vão manter na época 2020/21 porque os dragões cumpriram apenas parcialmente o que estava estipulado, os reforços apresentados chegam a custo zero, equilibram o plantel e conhecem bem a realidade portuguesa: o guarda-redes Cláudio Ramos e o lateral direito Carraça foram oficializados pelos dragões, numa jogada segura que permite aumentar a competitividade interna para chegar ao xeque mas poder também fazer mais valias caso ou quando essas propostas cheguem. Diogo Leite está perto de se mudar para Espanha, Fábio Silva está prometido à Premier League, Tomás Esteves espera por uma oferta e ainda há os mais valiosos, Alex Telles e Corona, mas o plantel dos azuis e brancos pode ficar mais forte do que o da última temporada caso se confirmem os dois “sonhos proibidos” no Dragão. |
Já o Sp. Braga, que apesar de ter entrada direta na fase de grupos da Liga Europa é a equipa que melhor e de forma mais rápida se tem reforçado depois de ter anunciado Carlos Carvalhal como treinador, oficializou a contratação do internacional Nico Gaitán, ala argentino que brilhou durante seis anos pelo Benfica antes de passar por Espanha, China, Estados Unidos e França. O “Maverick” (alusão à forma como foi apresentado em vídeo pelos arsenalistas) é uma espécie de cabeça de cartaz num plantel que tem condições para, no mínimo, repetir o terceiro lugar da última época – o que terá outras consequências porque em 2021/22 Portugal volta a ter três equipas a irem à Champions, a terceira entrando na pré-eliminatória. Do Sporting, e até ao fecho desta newsletter, nada oficial. Pedro Porro e Antunes têm contrato assinado após passarem os exames médicos mas não foram apresentados, Feddal e Adán também estão quase garantidos, Pedro Gonçalves será o primeiro de três grandes investimentos na equipa. A próxima semana poderá trazer não só o médio ofensivo ex-Famalicão mas outro(s) nome(s) mais “sonante(s)” – e em cima da mesa estão Nuno Santos e um avançado que seria um dos grandes reforços da época. |
Entretanto, já se conhece também o calendário oficial para 2020/21, com a Liga a começar a 20 de setembro (ou antes, por força das prováveis antecipações pelas transmissões televisivas) e a acabar a 16 ou 19 de maio, caso ainda estejam equipas nacionais nas provas europeias. Tem jogos como o Boxing Day – sem ser aquele Boxing Day de quatro jogos em 12/13 dias, entenda-se –, só prevê cinco paragens aos domingos e mete jogos a meio da semana, em períodos com maior densidade competitiva do que é normal em Portugal. Um exemplo prático: há jornada entre 20 e 22 de dezembro, a final da Supertaça a 23 e nova ronda a começar no dia 27 (até 29) logo após o Natal. |
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A Liga dos Campeões chegou a Lisboa com todos os cuidados e protocolos possíveis e imaginários mas já não terá por cá na final de dia 23 Carlos, um advogado de 48 anos com quem o Observador falou na antecâmara do início da Final Eight e que tinha tudo marcado para agarrar no carro com amigos e vir para Portugal na altura das decisões da Champions caso o Atl. Madrid fosse finalista. Não vai acontecer: apesar da boa entrada em campo de João Félix, o RB Leipzig prolongou a histórica carreira na Champions e derrotou os espanhóis por 2-1, apurando-se para as meias frente ao PSG, que desfez nos descontos o caminho de sonho da Atalanta com Neymar mais influente do que nunca nos franceses. O vencedor do jogo de terça-feira (20h) chegará pela primeira vez à final. |
A outra meia-final, e isso é certo, terá um ex-vencedor da prova por cinco ocasiões e um possível novo finalista tal como RB Leipzig e PSG. Esta sexta-feira, na Luz (20h), o Barcelona, que eliminou o Nápoles nos quartos com mais um grande jogo de Messi, vai defrontar o Bayern, que voltou a golear o Chelsea agora em Munique. Amanhã, sábado, também às 20h, jogam Manchester City, que derrotou o Real Madrid num encontro emocionante e que podia ter caído para qualquer lado, e Lyon, a surpresa da prova ao afastar a Juventus apesar da derrota em Turim. Só Ronaldo, que marcou dois golos, não chegou. Maurizio Sarri saiu no dia a seguir, Pirlo é o sucessor escolhido por Agnelli. A segunda meia-final da Liga dos Campeões joga-se na quarta-feira, também às 20h, em Alvalade. |
Antes, na Liga Europa, também é altura de decisões já com menos portugueses mas com grandes encontros em perspetiva na Alemanha. No domingo (20h), o Manchester United, que eliminou o Copenhaga no prolongamento com mais um golo de Bruno Fernandes, vai defrontar o Sevilha, que afastou o Wolverhampton da armada nacional orientada por Nuno Espírito Santo após o primeiro penálti falhado na carreira por Raúl Jiménez. Na segunda-feira (20h), a outra meia-final terá em confronto o Shakhtar Donetsk de Luís Castro, que goleou o Basileia, e o Inter, que ganhou ao Bayer Leverkusen no jogo grande dos quartos da segunda competição europeia. |
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Em duas ou quatro rodas, entre veículos a combustível e elétricos, Portugal teve uma semana em grande. Depois de um segundo lugar no circuito de Tempelhof, em Berlim, António Félix da Costa tornou-se o primeiro português a ganhar o Campeonato do Mundo de Fórmula E, quebrando os dois triunfos consecutivos do agora companheiro de equipa na DS Techeetah, Jean-Éric Vergne. “Estive tão perto de desistir tantas vezes mas não o fiz”, comentou no final o piloto português, mais um produto de um “país pequeno mas cheio de talento”. Os elogios para o Formiga foram muitos e, à Rádio Observador, Pedro Lamy assumiu que Félix da Costa merecia ter ganho a oportunidade de andar na Fórmula 1, algo que esteve muito perto de acontecer entre 2012 e 2013. |
Antes, Miguel Oliveira tinha conseguido o melhor resultado de sempre no MotoGP, terminando o Grande Prémio da Rep. Checa numa sexta posição que o próprio assumiu não ser ainda mais acima pela 13.ª posição na largada. Foi um dia histórico para a KTM, com Brad Binder a tornar-se no primeiro rookie desde Marc Márquez em 2013 a ganhar uma corrida no ano de estreia, e Hervé Poncharal, patrão da marca, não tem dúvidas que o momento do português também vai chegar. Logo no dia seguinte, o Autódromo Internacional do Algarve foi confirmado como palco da 15.ª e última corrida do Mundial, entre 20 e 22 de novembro, com Oliveira a confessar que se tratava de “um sonho tornado realidade” e o governo a mostrar-se confiante no impacto económico que a prova trará ao país, até pelo facto de ter público previsto nas bancadas. Segue-se o Grande Prémio da Áustria (domingo, 13h), com Miguel Oliveira a tentar mais um registo histórico neste segundo ano de confirmação no MotoGP. |
Na Fórmula 1, que regressa este domingo com o Grande Prémio de Espanha (14h10), Lewis Hamilton continua confortável na frente da classificação mas Max Verstappen e sobretudo a Red Bull mostraram no Grande Prémio do 70.º Aniversário, em Silverstone, que, nesta fase, uma boa escolha dos jogos de pneus e a estratégia certa ao longo da corrida podem quebrar de forma esporádica ou mais regular uma outra época de domínio da Mercedes. Uma última nota para a NBA, que tem os emparelhamentos do playoff quase definidos e que arranca esta segunda-feira com a fase a eliminar. Alguns destaques desse início: Toronto Raptors-Brooklyn Nets (segunda-feira, 21h) Boston Celtics-Philadelphia 76ers (segunda-feira, 23h30), Los Angeles Clippers-Dallas Mavericks (terça-feira, 2h), |
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Eu, a TV e um comando
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O jogo em palavras
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Pódio
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António Félix da Costa terminou a quarta prova em Tempelhof na segunda posição e garantiu primeira vitória de sempre de um português no Mundial de Fórmula E, após o bicampeonato de Jean-Éric Vergne.
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2
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Após a queda na Andaluzia, Miguel Oliveira saiu com prudência, baixou para 14.º mas começou aí uma fantástica corrida que lhe permitiu chegar a um inédito sexto lugar num dia histórico para a KTM.
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3
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Max Verstappen começou a ganhar Grande Prémio do 70.º Aniversário na qualificação, percebeu em corrida que estava com o andamento dos Mercedes e conseguiu o primeiro triunfo da época da Red Bull.
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O especial
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Liga dos Campeões
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Protocolo da UEFA é tão minucioso que até define número de cadeiras no local dos testes à Covid-19. Há informações entre as 'secretas'. PSP está pronta para receber adeptos. Um falou com o Observador.
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Terceiro tempo
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