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Rúben Amorim tinha uma cláusula de dez milhões de euros quando era treinador do Sp. Braga. E, quando o Sporting exerceu a opção, ainda foi colocado o valor do IVA (que não costuma ser tema em termos públicos nas contas finais), depois os juros, mais a multa indemnizatória e houve renegociação sem perdão de dívida. Nesta altura, como poderá ler e ouvir este domingo no Observador e na Rádio Observador, na entrevista a Francisco Salgado Zenha, vice-presidente com o pelouro das finanças e administrador da SAD dos leões, está tudo liquidado e é um não assunto. Aquilo que era em março de 2020 um “risco” (palavra do número 1 verde e branco, Frederico Varandas) tornou-se uma oportunidade. A oportunidade arriscou chegar ao sucesso. |
Pedro Gonçalves foi eleito o Melhor Jogador da Semana da Liga dos Campeões depois do bis na vitória dos leões frente ao B. Dortmund, onde se tornou o primeiro português a seguir a Ronaldo a marcar dois golos em jogos consecutivos da competição. Pedro Porro, que até ao final da temporada será oficializado como reforço dos leões a título definitivo, entrou também na Equipa da Semana da Champions. Coates, recuperado de um problema cíclico do joelho, voltou a ser o patrão da defesa. Adán, de forma discreta, foi segurando a equipa quando era mais necessário. Palhinha e Matheus Nunes, não tendo exibições como as que já fizeram nesta época, voltaram a mostrar a maturidade competitiva do meio-campo. Gonçalo Inácio teve tanto de discreto como de providencial. Ponto comum a todos: a evolução que tiveram desde que Amorim chegou. |
Pela segunda vez na história, o Sporting alcançou os oitavos da Champions, tendo já coberto só de receitas advindas das provas europeias um total que ronda os 75% do que orçamentara para 2021/22 a nível de massa salarial (mais um ponto para seguir na entrevista de Salgado Zenha). Cumpriu a esperança existente no plano desportivo, superou as expetativas a nível financeiro. Tão ou mais importante, cumpriu a última volta de um projeto que era fundamental para o curto e médio prazo do clube: voltou a ser campeão, fez com isso catapultar as receitas, criou mais valias, multiplicou o valor dos seus ativos (alguns sem “custos” por serem da formação), estabilizou a parte institucional. Ainda assim, no final, Rúben Amorim distribuiu os louros por quem esteve em campo e nas bancadas, falando apenas de mais um pequeno passo do Sporting. O miúdo que aos 13 anos ainda esteve no vai-não-vai-vai-não-vai para Alvalade chegou mais tarde mas ainda foi a tempo de, mais de duas décadas depois, resgatar um caminho labiríntico que deixou de ser um beco sem saída. |
Ainda assim, o feito pode não ficar por aí no plano nacional. Apesar de não depender de si, o empate que o Benfica conseguiu em Barcelona, mesmo com aquele falhanço surreal de Seferovic, abre expetativas positivas de passagem aos encarnados caso vençam o Dínamo Kiev (acreditando que os catalães podem não ganhar em Munique ao Bayern, que mantém a “novela” dos não vacinados). Já o FC Porto, que perdeu com o Liverpool em Anfield num encontro onde a eficácia na primeira hora – ou a falta dela – acabou por fazer toda a diferença, mantém o seu futuro dependente do que conseguir fazer com o Atl. Madrid no Dragão, estando à frente da luta pelo segundo lugar com um ponto a mais do que os espanhóis e do que o AC Milan. |
E por falar em FC Porto, Benfica e Rúben Amorim, nada como recordar o sorteio dos oitavos da Taça de Portugal, que irá ter um clássico no Dragão entre azuis e brancos e encarnados antes do Natal (e outro na Primeira Liga logo a seguir, também na Invicta) e uma viagem do Sporting a Pina Manique onde o treinador começou a carreira e também os problemas com a questão dos níveis de técnico que tinha: o Casa Pia. |
P.S. Depois da Operação Cartão Vermelho que levou Luís Filipe Vieira a deixar a liderança do Benfica, a Operação Fora de Jogo ganhou novos desenvolvimentos esta semana, com buscas na SAD do FC Porto, a agentes, em empresas e em residências por suspeitas em torno de Pinto da Costa (naquilo que passou agora a ser apelidado pela investigação de operação Cartão Azul) e também nas sociedades desportivas de Sp. Braga, V. Guimarães e Tondela. O caso não ficará por aqui, como falaremos na próxima semana. |
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Dois títulos conquistados, entre os quais Taça dos Libertadores, apuramento para seis finais, 50 vitórias pelo Palmeiras alcançadas em outubro, o recorde mundial de 100 jogos em pouco mais de um ano (370 dias). O primeiro estrangeiro a ganhar a Libertadores pelo Palmeiras desde 1985, o segundo com mais vitórias na prova pelo clube, o técnico com mais encontros feitos no recente Allianz Parque. Talvez se tivesse um outro nome ou passado fosse mais falado ainda mas estes são apenas alguns registos de Abel Ferreira, treinador português que se mantém no top 3 do Campeonato e que vai jogar pela segunda época consecutiva a final da Taça dos Libertadores pelo Palmeiras, desta vez frente ao Flamengo em Montevideu (sábado, 20h). |
Antes, em mais um grande feito para os técnicos nacionais lá fora, Leonardo Jardim tornou-se o primeiro português a ganhar a Liga dos Campeões da Ásia, batendo na final pelos sauditas do Al-Hilal (onde jogam Marega, Matheus Pereira, Carrillo ou Vietto) os sul-coreanos do Pohang Steelers em Riade. |
Primeiro Artur Jorge, pelo FC Porto, a vingar frente ao Bayern na Taça dos Campeões Europeus de 1987 a derrota dos dragões três anos antes com a Juventus na final da Taça dos Vencedores das Taças. Depois José Mourinho, também pelos azuis e brancos, a ganhar a Champions em 2004 frente ao Mónaco no ano seguinte ao triunfo na UEFA. Pelo meio, Manuel José nos egípcios do Al Ahly, um imperador no clube e em África que venceu a Champions em 2001, 2005, 2006 e 2008. A seguir de novo José Mourinho, desta vez nos italianos do Inter, a somar outra Champions em 2010. E ainda houve a participação de André Villas-Boas que acabou com a vitória do Chelsea em 2012 já com Di Matteo. Mais recentemente, as vitórias na Taça dos Libertadores com Jorge Jesus no Flamengo (2019) e Abel Ferreira no Palmeiras (2020). Assim são os portugueses. |
Ainda esta sexta-feira, ficou também a conhecer-se o sorteio do playoff de apuramento europeu para a fase final do Campeonato do Mundo, com Portugal a receber na meia-final, a 24 de março, a Turquia, tendo pela frente em caso de triunfo o vencedor da partida entre a Itália e a Macedónia do Norte. Pior cenário seria difícil mas, como (único) ponto positivo, a Seleção fará ambos os encontros como visitada. |
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No ténis, depois da vitória de Alexander Zverev na final do ATP Finals (conseguindo um feito que ninguém alcançava desde Andre Agassi em 1990, somando o sexto título em 2021), as atenções estão agora centradas na Taça Davis, num modelo e formato diferentes mas que vai promove grandes jogos durante a semana, onde termina a fase de grupos e vão ser disputadas as quatro eliminatórias relativas aos quartos da competição. |
Duas notas ainda para o fim de semana que passou relacionadas com a Seleção: Portugal conseguiu pela primeira vez na última década conquistar três medalhas nos Campeonatos de Mundo de trampolins que se realizaram em Baku, tendo a prata por equipas no duplo minitrampolim, a prata de Diogo Cabral no duplo minitrampolim individual e o bronze de Beatriz Martins e Catarina Nunes no trampolim sincronizado; já no Europeu de hóquei em patins as coisas não correram tão bem, com a equipa comandada por Renato Garrido a ficar fora da final depois de um “pacto de não agressão” entre Espanha (que seria campeã) e França de fazer corar a modalidade e a não disputar o terceiro lugar depois de terem sido detetados dois casos positivos de Covid-19, de João Rodrigues e Henrique Magalhães, que inviabilizaram o encontro com a Itália. |