|
|
|
|
Estava a fazer uma caminhada na zona de Matosinhos, onde nasceu e onde residia, naquele que seria apenas mais um sábado de confinamento. Sentiu-se mal, caiu e não mais se levantaria. Assim, do nada, aos 67 anos. Na véspera, Vítor Oliveira tinha estado a gravar para o canal 11 uma entrevista com Toni e António Carraça, no balneário do Leixões que escolhera. Até pelo contexto de uma semana que deixou o desporto mundial e nacional mais pobre com os desaparecimentos de Diego Armando Maradona e Reinaldo Teles, a morte do “rei das subidas” chegou como um choque. “Não é só o futebol que perde, é também a sociedade – que perde alguém que defende valores e princípios fundamentais para se ter uma sociedade sã”, destacou o antigo internacional e capitão do Benfica. | Vítor Oliveira não estava no ativo mas tinha ainda muito para dar ao futebol. A porta do Leixões, onde começou a jogar nos iniciados depois da experiência no basquetebol (e onde não foi aceite no primeiro teste feito com amigos, que confessaram depois que o médio era o melhor deles todos), estava aberta para um regresso mas as propostas para desafiá-lo para uma 12.ª subida eram uma mera questão de tempo. O Vitinho, como alguns diziam, deve ter sido o único treinador português nas últimas décadas que não precisou de um “grande” para ser grande, grande o suficiente para passar a fronteira como notícia no The Guardian mas não como técnico. Não por falta de convites ou propostas mas porque queria estar aqui, no seu país, nos seus projetos, sempre à sua maneira. | Do selecionador nacional Fernando Santos aos atletas mais novos da formação, dos treinadores que cresceram ao seu lado aos jogadores que queriam crescer a ser como ele, a última despedida a Vítor Oliveira juntou centenas de pessoas numa homenagem que pecaria sempre por pequena. Porque o técnico era mais do que aquela figura que conseguira 11 subidas de divisão e que treinara quase duas dezenas de clubes. Aquela figura simpática que todos se habituaram a gostar e que era descrita como “um Homem bom” foi sempre um exemplo de como o mais importante na vida como na carreira é ser fiel a si próprio. Frontal, direto, assertivo, apaixonado. A pensar pela própria cabeça um futebol que começou a ser pensado em demasia pela cabeça de outros. A respeitar o significado mais puro e natural do jogo quando a evolução dos tempos coloca essa naturalidade em xeque. Foi assim que Vítor Oliveira se destacou. Era assim que teria ficado orgulhoso com os clubes portugueses esta semana. | Numa temporada que poderia ser mais complicada por haver só três representantes na fase de grupos, Portugal é nesta altura o quinto país com mais pontos acumulados para o ranking da UEFA e conseguiu inverter a lógica de raciocínio com que se partia para a presente época: não só está a conseguir distanciar-se da Rússia, reforçando uma sexta posição que permite ter duas equipas a entrar diretamente na Champions e o terceiro a ir à pré-eliminatória da Liga milionária, como conseguiu aproximar-se da quinta posição da França, que na próxima temporada vai perder o melhor resultado a par do pior resultado nacional (14.416-8.083, em 2016/17). Tudo, na génese, porque FC Porto, Benfica e Sp. Braga foram fiéis a si próprios. Tal como Vítor Oliveira, ao longo de toda a carreira. | | O FC Porto necessitava apenas de um empate para conseguir o apuramento, montou uma estratégica para arriscar a vitória que permitisse ainda lutar pelo primeiro lugar mas acabou com as contingências do jogo a tentar evitar a derrota frente ao Manchester City. Nem tudo correu como planeado, com mérito dos ingleses a equipa dos dragões não teve capacidade de saída em transições, mas aquele ADN Porto que colocou os três elementos mais de meio-campo (Uribe, Sérgio Oliveira e Otávio) a correr 32,5km deu mais brilho à exibição dos centrais e do MVP no nulo, Marchesín. No final, Sérgio Conceição destacou a 16.ª qualificação do clube para os oitavos da Liga dos Campeões, “mais do dobro do que todas outras equipas portuguesas juntas”, e puxou também esse tema para o seu lado, recordando as três passagens em quatro anos nos azuis e brancos conseguidas em “épocas muito difíceis”. | Os dragões defrontam agora o Olympiacos, na quarta-feira (20h), num encontro onde os gregos de Pedro Martins vão jogar a qualificação para a Liga Europa com o Marselha de André Villas-Boas, que defronta à mesma hora o City em Manchester. Nos outros encontros da jornada, e começando pelos jogos de terça-feira, nota para o Lazio-Club Brugge que definirá o outro qualificado do grupo F (17h55), para o Barcelona-Juventus que decide o primeiro lugar do grupo G (20h) e para o RB Leipzig-Manchester United, numa altura em que os dois conjuntos têm nove pontos no grupo H a par do PSG, que recebe o Basaksehir (20h). No dia seguinte, o Ajax-Atalanta apura o outro qualificado do grupo D a par do Liverpool (17h55), o Salzburgo-Atl. Madrid fará o mesmo no grupo A (20h) e há o Real Madrid-B. Mönchengladbach e o Inter-Shakhtar do grupo B onde todas as equipas podem passar (20h). | Na Liga Europa, Benfica e Sp. Braga também já estão apurados. Os encarnados não deram hipóteses aos polacos do Lech Poznan na Luz e golearam por 4-0 num encontro onde Pizzi jogou mais próximo do regressado Darwin Núñez e foi o grande destaque com um golo e duas assistências. Na última jornada, na quinta-feira, as águias vão jogar à Bélgica com o Standard Liège, à espera também do resultado Lech Poznan-Rangers para tentarem terminar o grupo na primeira posição. Já os minhotos, com uma entrada arrasadora e um Galeno de novo em modo MVP, ganharam em Atenas ao AEK no 100.º jogo na competição e recebem agora os ucranianos do Zorya (20h), também a aguardar o desfecho do Leicester-AEK para saberem se conseguem terminar esta fase da prova no primeiro lugar. | | O Campeonato voltou a ter uma jornada com vitórias dos quatro primeiros classificados, todas por uma margem mínima e com exibições que já conheceram melhores dias. O Sporting recebeu e venceu o Moreirense por 2-1 com mais dois golos de Pedro Gonçalves, o médio ofensivo que se tornou goleador e é o melhor marcador da prova. O Benfica quebrou uma série de duas derrotas com um triunfo na Madeira frente ao Marítimo (2-1), num jogo que ficou marcado pelo erro individual de Otamendi que “ofereceu” um golo a Rodrigo Pinho. O Sp. Braga teve uma vitória arrancada “a ferros” na receção ao Farense, com um golo de Al Musrati a três minutos do final (1-0). O FC Porto ganhou nos Açores frente ao Santa Clara por 1-0 num encontro que valeu pelo golo de Luis Díaz. | Na próxima jornada, que começa este sábado, o Sporting começa por deslocar-se a Famalicão (18h), ao passo que o FC Porto recebe no Dragão o Tondela (20h30). No domingo, Benfica e Sp. Braga jogam à mesma hora (20h): os encarnados recebem o P. Ferreira, os minhotos deslocam-se ao Jamor para defrontarem o Belenenses SAD. | Lá fora, o fim de semana voltará a ter alguns jogos grandes em destaque. No sábado, nota para o Eintracht-B. Dortmund (14h30), o Sevilha-Real Madrid (15h15), o Juventus-Torino (17h), o Atl. Madrid-Valladolid (17h30), o Bayern-RB Leipzig (17h30), o West Ham-Manchester United (17h30), o Chelsea-Leeds (20h), o Cádiz-Barcelona (20h) e o Montpellier-PSG (20h). Já no domingo o foco vai para o Lille-Mónaco (12h), o Tottenham-Arsenal (16h30), o Schalke 04-Leverkusen (17h), o Liverpool-Wolverhampton (19h15) e o Sampdória-AC Milan (19h45). | | “28 segundos para viver” foi a capa do L’Équipe na segunda-feira, dia seguinte ao Grande Prémio de Bahrein que teve mais uma vez a vitória de Lewis Hamilton mas que ficou marcado pelo arrepiante acidente do francês Romain Grosjean logo no arranque da prova, num violento embate com as barreiras a 220km/h que partiu o monolugar da Haas ao meio e que gerou uma força de 53G (ou seja, o gaulês aguentou aí 53 vezes a força da gravidade). O carro ficou logo transformado numa bola de fogo mas o piloto conseguiu fugir desse local sofrendo queimaduras ligeiras nas mãos e nos tornozelos, tendo alta no início da semana sem sequelas do acidente. “Há uns anos não era a favor do halo mas penso que foi a maior coisa que conseguimos introduzir na Fórmula 1 e sem isso não estaria a falar com vocês hoje”, assumiu Grosjean, entre algumas dúvidas levantadas por outros pilotos. | Segue-se o Grande Prémio de Sakhir (domingo, 17h10), também no Circuito Internacional do Bahrein, sem Romain Grosjean e sem Lewis Hamilton, que contraiu Covid-19 e será substituído na corrida por George Russell, cedido para esta prova pela Williams. Assim, a corrida terá duas estreias: Pietro Fittipaldi vai escrever, pela Haas, mais um capítulo de um apelido com muita história, Jack Aitken vai render Russell na Mercedes. Para 2021, aí, já está confirmada uma das notícias mais aguardadas: Mick Schumacher foi oficializado como piloto da Haas. |
|
Eu, a TV e um comando
|
|
O jogo em palavras
|
|
Pódio
|
1
|
|
|
Juventus reagiu ao último empate com Benevento e venceu Dínamo Kiev na Champions (3-0) com mais um golo do regressado Ronaldo, que recuperou em paralelo o registo de melhor marcador da prova em casa.
|
|
2
|
|
|
Atual líder do campeonato de Fórmula 2, Mick Schumacher será companheiro de equipa do russo Nikita Mazepin, que já tinha sido anunciado como piloto da Haas para o próximo ano.
|
|
3
|
|
|
Roglic (Jumbo-Visma) foi segundo na Volta a França, atrás do seu compatriota Tadej Pogacar, venceu a Volta a Espanha e clássica Liège-Bastogne-Liège.
|
|
|
O especial
|
|
Diego Maradona
|
|
Este não é um texto sobre o que distingue dois jogadores geniais – é um texto sobre como entre ambos se construiu uma mudança abissal, que se foi executando de forma gradual e quase imperceptível.
|
|
|
Terceiro tempo
|
|
|
|
|