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As contas dispensam grande trabalho da calculadora. Imagine um ponto no mapa português onde vivem cerca de 650 pessoas. Agora multiplique por 50. Dá qualquer coisa como 35 mil, a estimativa de público que a partir desta sexta-feira se instala na pacata Cem Soldos, palco do Bons Sons. A história deste “rasgo de loucura saudável” começou em 2006, quando um grupo de aldeões do destino tomarense decidiu criar um festival diferente do típico bailarico de lugarejo. E assim nasceu “uma grande festa descentralizada da música portuguesa, uma espécie de utopia e impossibilidade geográfica impulsionada por uma aldeia que há anos se agiganta para confundir ideias feitas sobre o que é na realidade uma aldeia”, escreve o Gonçalo Correia, que antecipa o programa de concertos dos próximos dias e conversa com o diretor artístico. |
“Temos essa ótica de comunidade e achamos que o Bons Sons é um pináculo disso, uma amostra muito feliz da construção de uma comunidade que se quer criativa”, aponta Miguel Atalaia, que recorda ainda algumas peripécias saídas destes 17 anos. Em 2018, um concerto numa igreja gerava polémica. Seis anos antes, uma falsificação de pulseiras, e consequente número inesperado de entradas, tornou tudo “um pouco dramático” — “Éramos um bocadinho maçaricos e inexperientes, fomos aprendendo com o tempo.”, admite o responsável. |
Do Grupo de Gaitas da Golegã aos Fado Bicha, de Rita Vian ao projeto de música cigana Emanuel & Toy Matos, chegados a 2022 serão sete os palcos disponíveis e há ainda atividades paralelas como conversas, artes performativas e outras propostas para reunir a família ao longo dos próximos quatro dias. |
Se preferir o mar, faça como o nosso Experimentador Implacável e dê um salto ao Meco. O The Guardian não poupou elogios à praia das Bicas e Patrícia Le Mans confirma: “não sabemos a sorte que temos”. |
Até para a semana. |