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Quando afinámos o timing de publicação desta série jamais adivinharíamos que o artigo sobre a rainha das bolachas iria coincidir com o enterro de Isabel II. Muito menos supusemos a existência de um elo de ligação evidente entre a coroa britânica e uma doce rodela. Foi por isso com a deliciosa surpresa de quem encontra um exemplar perdido no fundo da lata da casa da avó que recebi mais um texto da Joana Albernaz Delgado. E logo este mês, que chegava com providencial atraso, depois de uma mensagem de alerta: “Amanhã voo para a Turquia. Vou ter uns dias complicados, queria perguntar se posso entregar-te o próximo artigo dia 19 ou 20”. |
O artigo aterrou como combinado no meu email e, com estrondo (prepare-se que isto pode doer) desfez a mais absoluta das crenças nacionais no que à doçaria embalada diz respeito. “A bolacha Maria faz parte da vida dos portugueses há muitas décadas. Muitos pensam que é um produto português. Chama-se Maria, não é? E não há tantas mulheres chamadas Maria em Portugal? E não é fabricada por empresas nacionais?” Também respondeu que sim a tudo, não foi? Pois bem, só que a bolacha Maria não é portuguesa. |
Agora, vamos às boas notícias: a famosa amarelinha torrada tem sangue azul. Não é uma Maria vai com a outras dos biscoitos. É, de resto, um bom exemplo de que os antigos sabiam fazer merchandising de altíssima qualidade, ao contrário de vários artigos de interesse duvidoso nossos contemporâneos. “Se hoje se fazem canecas com fotografias desmaiadas da Rainha, hoodies de mau gosto com os seus corgis, ou colheres em falsa prata com a sua coroa, no séc. XIX, aproveitando o casamento entre o Duque de Edimburgo e a Grã-Duquesa Russa, que na altura correu a Europa, a marca inglesa Peak Freans decidiu criar nesse mesmo ano, em 1874, a bolacha Maria, usando o nome da noiva real.” |
Já sabe que este trabalho faz parte da saga Materialista, dedicada ao design dos objetos que se entranharam nas nossas vidas. Não se trata de crítica gastronómica ou engenharia alimentar. Mas compreendo se tiver vontade de devorar uma mão cheia enquanto ler tudo o que se passou esta semana em terras de Sua Majestade, entre funerais de Estado que pararam o reino e altas conspirações familiares protagonizadas por ilustres que adoravam ser a última bolacha do pacote. |
Até para a semana. |
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Para fazer
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Cultura
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"Não te Preocupes, Querida", rodado e interpretado por Olivia Wilde, e "Restos do Vento", a nova realização de Tiago Guedes, são as escolhas de Eurico de Barros esta semana.
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Livros
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No aniversário redondo de um dos autores mais populares, produtivos e adaptados dos últimos 50 anos, sugerimos 11 títulos, uma seleção difícil, feita a partir de um mundo literário vasto.
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Experimentador Implacável
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A gelataria Mari abriu em frente à gelataria Itália, vulgo Conchanata, uma instituição de Lisboa. Podia dar-se o caso de ser uma enorme desconsideração, mas é apenas uma benção.
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Música
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O ano do Rei da Pop, um lançamento lendário de Prince ou um álbum histórico dos GNR: 1982 foi essencial na história música pop. Recordamos dez discos que o comprovam, 40 anos depois.
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Teatro
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Tiago Correia encena um "ensaio sobre as relações humanas". É uma peça feita de conflitos contemporâneos, de amor, saudade, violência e rancor. "Estrada de Terra" estreia-se no teatro São Luiz.
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Música
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Um dos grandes álbuns de 2022 foi gravado numa cave de Chicago nos anos 70. "Step on Step" revela tesouros inéditos do músico e produtor de Earth, Wind & Fire, Rotary Connection ou Terry Callier.
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Séries
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Esta é a história verdadeira de numa tragédia que poucos viram chegar — e os que a previram, morreram. A nova série documental de crime da Netflix dá voltas ao estômago e ainda não chegou ao fim.
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Música
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O novo “Pre Pleasure” é o álbum que vem depois do êxtase, o dia a seguir, aquele em que a cantora e compositora se questiona: será que se perdeu no caminho? Nem por um canção, respondemos nós.
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Para comprar
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Semana da Moda de Londres
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Mesmo durante os dias de luto que a morte de Isabel II ditou, a Semana de Moda de Londres aconteceu. Houve homenagens à soberana, a frescura que a primavera promete e ciência nas inspirações.
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Observador Lab
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“A View of Hedonism” é a nova coleção AW22 da Kave Home, inspirada em Leopoldo Pomés e protagonizada pela sua Casa Studio, em Barcelona, mas o prazer, esse é de quem a contempla.
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Para saber
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ISABEL II (1926-2022)
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Um funeral de Estado, um serviço religioso intimista e uma cerimónia fora do alcance das câmaras. Três cortejos, convidados de todo o mundo e a despedida dos Corgis e da égua da Rainha.
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ISABEL II (1926-2022)
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A confirmação chegou apenas domingo à noite: os filhos do agora herdeiro ao trono, segundo e terceiro na linha de sucessão, juntar-se-iam ao funeral em Westminster, num sinal de "continuidade".
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ISABEL II (1926-2022)
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A Abadia de Westminster recebeu na manhã desta segunda-feira dois mil ilustres convidados. À família de Isabel II em peso juntaram-se membros de outras famílias reais e políticos de todo o mundo.
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ISABEL II (1926-2022)
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Pais não lhe quiseram dar, nem à irmã, os títulos de príncipe e princesa. Em vez disso, James, de 14 anos, é visconde de Severn, e tem sido dos netos mais discretos de Isabel II.
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ISABEL II (1926-2022)
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Quando foi embaixador em Londres, Domingos de Souza e Holstein-Beck e a sua mulher tornaram-se amigos da família real. Quando veio a Portugal, Isabel II quis visitá-los antes da agenda oficial.
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Casas Reais
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Um excerto retirado da biografia da rainha-consorte revelou ainda que André nunca se deu bem com o irmão e estava zangado por não ser ele o primeiro na linha de sucessão ao trono.
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Um objeto
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