A nova vida dos vacinados em Israel: a enfermeira ocupada a aproveitar a movida, o guia que mandou vídeos antes de se esquecer e um cartão de telefone bloqueado
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Quando se começaram a multiplicar na internet os vídeos do regresso à vida ‘quase normal’ em Israel, o país exemplo de sucesso da vacinação (onde dos 9,29 milhões de habitantes, 4,4 milhões já levaram ambas as doses e 5,15 milhões a primeira), houve duas reações na redação do Observador. A geral, de inveja. A particular, de mãos à obra (neste caso no teclado do computador e do telefone).
As imagens são realmente de nos deixar saudosistas: bares abertos, esplanadas lotadas, lojas cheias, público nos estádios e beijos e abraços nas ruas. Como as nossas memórias de tudo isto já estão um pouco apagadas, a Tânia Pereirinha só tinha de as reavivar (e deixar-nos ainda mais de água na boca, a pensar naquela cerveja fresquinha à beira mar). O objetivo era encontrar testemunhos desta nova vida dos vacinados em Israel, com que todos andamos a sonhar (por cá, a vacinação completa ainda só contempla pouco mais de um milhão e 500 mil estão a meio do processo) .
Descobriu Ilan Ejzykowicz, brasileiro do Rio de Janeiro, através do grupo do Facebook ‘Portugueses em Israel’, porque ele passou por Portugal antes de se mudar para Tel Aviv. Foi, aliás, com uma garrafa de ginja de Óbidos (mas sem copos de chocolate), que brindou na rua com os amigos, já vacinado com a segunda dose da Pfizer desde 21 de janeiro. Nos 45 minutos de conversa ao telefone, Ilan contou-lhe como o terceiro confinamento, decretado no final do ano passado, lhe interrompeu a caminhada que estava a fazer com uma amiga pelo Caminho de Israel, um trilho de quase 1200 km que atravessa o país (e que eles tiveram de abandonar quando já iam a 60% do percurso). Outra coisa que a pandemia lhe deixou por concretizar foi o encontro com a rapariga com quem há tempos andava a falar no Tinder, e que lhe disse que só queria estar com ele quando tivesse levado a segunda dose da vacina. Mas agora é tempo de festa. Por isso, antes de desligar, e como ele ia sair com os amigos, a Tânia pediu-lhe que filmasse vídeos para o Observador da ‘movida’ da cidade. E ele assim fez, mas enviou-os cedo, antes de a noite começar mesmo a aquecer — tinha medo de entretanto se esquecer com a animação (foi o que lhe explicou na mensagem).
Quem também tem aproveitado bem a reabertura dos bares e dos restaurantes é Eli Greenfield, uma estudante de enfermagem de 23 anos, que é também voluntária da Magen David Adom, o INEM de Israel. Depois de a ver num vídeo do Wall Street Journal pelas ruas de Jerusalém, a angariar pessoas para a vacinação que estava a decorrer precisamente num bar (também usaram estádios e outros locais de grande afluência), a Tânia escreveu-lhe uma mensagem no Instagram. Durante dois dias sem resposta, viu-a postar vídeos e fotos a sair à noite com amigos, a passear de mota pela cidade e a experimentar um restaurante diferente a cada refeição. Só conseguiu que ela lhe respondesse através do Facebook, essa rede social que supostamente já está fora de moda, mas a dizer que andava muito ocupada com os estudos e o trabalho e que só teria tempo para falar na semana seguinte. A conversa acabou no entanto por acontecer, depois de muita insistência. Como a observação das suas redes sociais se manteve, para se ter ideia da vida de uma profissional de saúde vacinada pré e pós pandemia, foi possível confirmar que a Eli dissera a verdade. Andava de facto muito ocupada, mas a recuperar o tempo perdido e a aproveitar: nesta quarta-feira até foi a um casamento.
Há mais histórias que vale a pena ler. Algumas delas de portugueses. A Tânia teve apenas um percalço. Ao segundo dia dos três do trabalho, a Vodafone quis cancelar-lhe o cartão: a empresa detetou que estava a ser feito um número anormal de chamadas para Israel e pensou que o cartão do telemóvel tinha sido clonado.
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