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Com quase uma semana de Mundial, há três coisas garantidas: a equipa do país organizador é a única eliminada, o nosso Webdesigner Miguel Feraso Cabral aprendeu mais sobre futebol (e sobretudo sobre Ronaldo) em oito dias do que em todos os anos da sua vida e o nosso editor de desporto e enviado especial para a cobertura do campeonato do Mundo, o Bruno Roseiro, já se consegue orientar em Doha e aprendeu truques para tornear algumas das regras apertadas da organização. |
Um exemplo. O Bruno, fumador, teve de puxar da imaginação para resolver o problema de lhe confiscarem o isqueiro nas zonas para os jornalistas nos estádios. Dos oito do Mundial, ele só ainda não foi a dois, o da Cidade da Educação (onde se joga o Portugal-Coreia do Sul, o último desta fase de grupos, dia 2) e ao Al Janoub. Descobriu que além de os media center no Qatar serem fora dos estádios, e em alguns casos até um bocado afastados, o que não costuma acontecer, as zonas mistas, aquelas por onde passam os protagonistas para as entrevistas rápidas, são enormes, muito maiores do que o normal, e ele teve direito a entrada para todas. O problema dele foi outro: conseguir ficar com o isqueiro para fumar quando saísse. De resto, só indo fumar aos poucos locais onde é permitido, e onde há isqueiros, mas bem seguros por um fio. Primeiro tentou passar normalmente, isqueiro algures, não deu. Depois pôs um na mochila e levava um segundo para deixar à entrada, a ver se resultava, mas o plano também falhou. A seguir colocou o isqueiro dentro do maço de tabaco, que não tinha de passar nos detetores ao início, mas não é que os começaram a verificar também e por isso nada feito. A última ideia, porque não guardam isqueiros nos cacifos, só outros objetos ou casacos, foi esconder um perto da saída para depois ver se ainda lá está quando vai embora, e pegar nele para poder fumar a caminho do metro. |
Metro que se tornou o seu principal meio de transporte, quer quando sai para reportagens logo cedo pela manhã, quer quando vai para os jogos depois ao início da tarde ou quando volta a ‘casa’ já muito ao fim da noite. Criou a rotina de ir a pé até à estação de Al Mansoura e daí move-se pela cidade, porque o que parece perto, afinal não é tão perto assim. Só por uma vez é que apanhou o shutlle para um estádio, para assistir ao Espanha-Costa Rica, mas só encontrou a vantagem de poder ir a escrever na longa viagem. De resto, o metro permite-lhe ir no meio dos adeptos, entre os cânticos e as gritarias. Diz que os do México são os que mais se fazem ouvir, seguidos dos do Brasil e Argentina, enquanto os ingleses andam mais no centro e quase só vão aos seus jogos, e há muitas pessoas de países que não estão no Mundial, como do Líbano ou Turquia. |
Uma manhã o Bruno foi em reportagem (para ler nos próximos dias) ao restaurante e à loja da Shams Al-Qassabi, onde cada um dos frascos grandes à venda mistura entre 22 a 27 especiarias. Acabou a discutir especiarias, claro, como temperar bifes, e a explicar o que é Bacalhau à Brás, entre a dona, que mal fala inglês, mas sabe dizer ‘obrigada’, e a filha, e acabou a beber — por puro respeito — uma bebida tradicional que mistura leite e chá. |
Também já passou uma manhã na Caravan City, onde estão alojadas centenas e centenas de pessoas em contentores/roulotes de campismo a 200 dólares a noite (a reportagem também será publicada brevemente). Ouviu muitas queixas, mas garantiram-lhe que estava tudo sempre limpo, reparou do nada que havia um camelo e um cavalo lá dentro, além de uma praça para ver os jogos, campos de futebol, voleibol de praia e basquetebol — só não tinham era cerveja (mas também diz que a proibição de álcool é um mito, é verdade que não está à venda nos estádios nem nos supermercados, mas há vários bares e afins que têm e já há também uns esquemas para conseguir comprar com cartões de habitantes locais — destes truques não quis revelar se tem algum). |
Nesse dia, quando estava a voltar para a estação de metro de Joann, parou num cruzamento enorme a falar com um sul-coreano enquanto esperava que o sinal ficasse verde e viram dois acidentes em 30 segundos (um mais grave, com uma mota a bater na traseira do carro, mas felizmente sem feridos, o segundo de carro contra carro). Olharam um para o outro e pensaram que o melhor mesmo era sair dali… |
E foi então acabar o especial multimédia sobre Ronaldo, em que ele, a Mariana Fernandes e a Marta Leite Ferreira explicaram a longa carreira, todos os números, os recordes, os negócios, os segredos e a ciência (além do lado B) por detrás do sucesso do avançado português que acabaria por se destacar, outra vez, na vitória inaugural (e sofrida, como se ouviu no relato da rádio) de Portugal frente ao Gana. Foi com este trabalho que o Miguel Feraso Cabral andou às voltas antes da estreia da Seleção Nacional. Mas tornou-o um expert dos relvados. |
Podem seguir toda a nossa cobertura do Mundial aqui. |
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