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“Rádio Observador? Não conheço. Mas emitem em Aveiro?” As perguntas são feitas por Cristina, que está de pé, fato azul e lenço vermelho ao pescoço, numa tenda que imita um iglu, quando a nossa equipa avançada chega à estrutura montada junto à Biblioteca Municipal. É domingo, o tempo está quente e Cristina está numa varanda com vista privilegiada para os moliceiros cheios de turistas e famílias finalmente libertadas das máscaras. As típicas embarcações longas, estreitas e engalanadas por desenhos únicos deslizam vagarosas pela ria. Seria expectável que Cristina prendesse o olhar na cena digna de postal ilustrado, mas a paisagem não a impressiona, a atenção está antes virada para quantidade e diversidade de material que vai sendo descarregado. Naquela tenda em forma de iglu vai nascer um estúdio, com microfones, cabos, computadores, ecrãs, câmaras, luzes, mesas e os painéis azuis da Rádio Observador para compor o cenário e esconder o branco da tela impermeável. Ali vão nascer 3 dias de emissões com muitos convidados e com uma equipa a gesticular em silêncio dando indicações a quem está ao microfone. A rádio é assim, no tempo da comunicação digital ainda vive de gestos e de trocas de olhares para substituir palavras que não podem ser ditas enquanto o microfone está aberto. |
Cristina está a assistir a um lado do espetáculo e não vê que a 260 quilômetros da varanda aveirense está outra equipa a postos nos estúdios da Rádio Observador para o caso de algo correr mal. Na rádio qualquer branca (a forma como nos referimos aos silêncios) é recebida com sobressalto, são instantes em que quase paramos de respirar e é ali que temos de tomar a decisão de pegar ou não na emissão. Sim, aconteceu uma vez em 3 dias e rapidamente se resolveu o problema. Na rádio temos horror ao silêncio, é o nosso vazio. |
Cristina fez muitas perguntas, entusiasmou-se com as emissões e com o desfilar dos muitos convidados. Ribau Esteves, que assumiria no dia seguinte o terceiro mandato como presidente da Câmara Municipal de Aveiro, defendeu que Rui Rio “tem condições” para continuar líder do PSD. José Manuel Fernandes conversou com os ouvintes no primeiro Contra-Corrente feito ao vivo, onde defendeu que Aveiro não precisa de licença de Lisboa para existir. José Cid, lançou a nova canção “Vou-te amar para além da morte”, numa Conversa de Fim de Tarde. E acompanhámos ainda a descolagem do foguetão New Shepard, que levou o capitão Kirk ao espaço pela primeira vez, numa emissão só possível na Rádio Observador. |
Cristina é vigilante de uma empresa de Segurança. Já tinha andado de farda há muitos anos, mas a vida levou-a por outros caminhos. A pandemia atirou-a para o desemprego e o regresso à segurança privada era uma hipótese. Este domingo de outubro foi o primeiro dia da nova vida. |
Cristina tornou-se parte da equipa, fez de relações públicas, encaminhou pessoas — “quem pode ir ali fora receber um senhor que vos quer dar ovos moles?”. Seguiu em direto nas redes sociais as nossas transmissões em vídeo e até sugeriu que “algumas pessoas deviam ficar mais de frente para a câmara”. Ajudou também a guiar o drone para conseguirmos as melhores imagens para um vídeo que resume os nossos 3 dias em Aveiro. Não esmoreceu durante os turnos de 12 horas, que cumpriu em pé, e até trouxe um licor de menta feito por um vizinho, que “tínhamos mesmo de provar”. Ao final do dia, quando o sol desaparecia e a temperatura baixava, Cristina sugeria sempre “é melhor vestir um casaquinho que já está a ficar frio”. O marido e o filho mais novo levaram-lhe o almoço e também viram a rádio ao vivo. Contou-nos que no regresso a casa o filho pediu para sintonizar a Rádio Observador no carro, em 88,1 FM. |
Mas havia um receio latente na cabeça de Cristina: tinha concorrido a um cargo de vigilante num centro comercial, mas adiou a última entrevista para poder estar connosco. O pior cenário não se concretizou e Cristina fez saber que conseguiu o emprego e começa a trabalhar já para a semana. |
A rádio tem esta capacidade quase mágica de nos ligar às pessoas, de nos informar, de nos fazer rir e chorar. A Cristina e a Rádio Observador ficam para sempre ligadas. A Cristina é vigilante e foi a nossa segurança, em Aveiro. Obrigado, Cristina. |
PS: se partilha das dúvidas iniciais da Cristina, aqui fica: pode ouvir a Rádio Observador em 93.7 e 98.7 FM na Grande Lisboa, em 98.4 FM no Grande Porto e Braga e em 88.1 FM em Aveiro. A nossa emissão está também disponível na app do Observador (iOS e Android) ou online em todo o mundo. |
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