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Pobres seguranças de Marcelo Rebelo de Sousa, com esta missão de proteger um Presidente que é também candidato e nunca lhes diz o que vai fazer com a antecedência devida para eles prepararem o terreno. Na primeira iniciativa de campanha na rua, chegaram depois do próprio Marcelo, que nem os avisou quando saiu de Belém no seu carro — “escavacado” num pino de cimento à saída da RTP, como o próprio mostrou aos jornalistas. Mas o melhor mesmo é ler a descrição que a grande repórter Rita Tavares faz do espanto dos guarda-costas do Chefe de Estado, perante cada mudança de direção súbita de Marcelo, nesta espécie de campanha espontânea. |
Já na candidatura de João Ferreira, que está a ser acompanhada pela Rita Penela, a organização milimétrica tem a marca do PCP. A excepção verificou-se no início da semana, precisamente por causa de Marcelo e do seu teste positivo à Covid-19. Numa primeira mensagem aos jornalistas por volta das onze da noite, confirmaram todas as ações de campanha para o dia seguinte. Mas duas horas depois, pela uma da manhã, o assessor informou que afinal estavam cancelados os eventos que iam começar às 9 da manhã seguinte. |
Ainda à esquerda, Marisa Matias ganhou esta sexta-feira um novo impulso depois do ataque de Ventura ao seu batom vermelho, com centenas de pessoas a pintarem os lábios nas redes sociais e a hashtag #vermelhoembelem a tornar-se trending topic no Twitter. “Esse comentário não diz nada sobre as mulheres, mas diz tudo sobre esse senhor”, repetiu diversas vezes a candidata, como conta a jornalista Inês André Figueiredo. |
Até a adversária Ana Gomes se juntou à onda de solidariedade do batom, aparecendo num vídeo a pintar os lábios. No início da semana, no primeiro dia de campanha, tinha cancelado um “debate online com a associação de estudantes de medicina” invocando razões técnicas, mas a associação não queria era aparecer em direto, como demonstrou a Rita Dinis que está a fazer a cobertura desta campanha com o jornalista Miguel Viterbo Dias e o fotojornalista Diogo Ventura. |
No mesmo hotel que hospedou a comitiva de Ana Gomes esta quinta-feira ficaram também elementos do staff da candidatura de Tiago Mayan Gonçalves, o candidato que surpreendeu o próprio barbeiro, que sempre achou este cliente fechado e de poucas palavras e não acreditou quando o viu na corrida a Belém. A cobertura noticiosa da candidatura apoiada pela Iniciativa Liberal tem sido assegurada pelo Gonçalo Correia, que depois de uma ação de campanha em Valença precisou de um posto de combustível, mas ficou sem GPS no telemóvel e em vez de rumar ao Porto foi parar à Galiza. |
O jornalista Diogo Teixeira Pereira também gracejou com a sua falta de experiência de estrada, no nosso grupo de whatsapp que junta todos os jornalistas envolvidos na campanha. Antes de entrar no “Direto à Campanha” (às 9h30 na Rádio Observador), desligou o ar condicionado para não haver ruído, mas esqueceu-se de pôr o “não incomodar” do lado de fora da porta — e uma senhora entrou-lhe no quarto a meio do direto. |
Além do Diogo, também o editor-adjunto de Política Miguel Santos Carrapatoso e o editor de fotografia João Porfírio estão a descrever aos leitores e ouvintes a campanha de André Ventura, que fez anos esta sexta-feira, tocou órgão (!) e teve Maria Vieira a tentar imitar Marylin Monroe (!!) a cantar-lhe os parabéns em inglês. |
Um dos jornalistas perguntou pela coelha Acácia — que aparece ao colo do candidato num vídeo que Ricardo Araújo Pereira tornou viral — e uma assessora contou que Ventura adotou um gato vadio, que está a viver na sede do Chega, e foi baptizado com o nome António. No staff, garante-se que é só mesmo “bom coração” e um piscar de olho ao eleitorado do PAN, mas na caravana não faltaram referências ao “gatarrão” invocado por Ana Gomes. |