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1, 2, 3, 4, 5 e 6. Seis passos é a distância que separa as cadeiras da Filomena Martins, diretora adjunta, e da Sónia Simões, jornalista, na redação do Observador. Não é o método mais rigoroso, mas o “contar passos” foi a unidade de medida usada para escolher o comprimento necessário da extensão elétrica com várias entradas a enviar para a sala de audiências do Campus da Justiça. Num dos dias mais importantes da justiça e da democracia, não podíamos correr o risco de ficar sem bateria no computador e no telemóvel. Mas este foi apenas um dos pormenores de um dia especial acompanhado ao minuto na Rádio e no site do Observador. |
O juiz Ivo Rosa agendou para as 14h30 deste 9 de abril de 2021 a leitura da decisão instrutória da Operação Marquês. A Sónia Simões chegou às 10h50 ao Tribunal Central de Instrução Criminal, no Parque das Nações, em Lisboa, para garantir lugar na sala. E foi bem carregada: um computador, para ir colocando tudo o que ia ser anunciado no liveblog. Telemóvel para acesso à internet e trocar largas dezenas de mensagens com a redação. Carregadores. Caderno e canetas – os jornalistas não largam o papel. Uma Pen – o despacho está num ficheiro demasiado pesado para seguir por e-mail. Microfone e uns auscultadores para os diretos para a Rádio Observador. Um wrap de alface – para o almoço. E a tal extensão elétrica de dez metros com quatro tomadas. |
Em pandemia o número de lugares nas salas do tribunal é ainda mais escasso. Entre arguidos, advogados, magistrados, assistentes, oficiais de justiça e jornalistas, estamos a falar de dezenas de pessoas que queriam ouvir Ivo Rosa, que falou sem máscara. Não estando prevista outra forma, os profissionais da comunicação social organizaram-se e criaram uma lista (por ordem de chegada) em que ficaram registados os nomes de quem iria assistir in loco à leitura da decisão. A Sónia estava entre os primeiros e, ainda assim, ficou em sexto lugar. Os que chegaram mais tarde sentaram-se numa sala anexa a assistir pela televisão. Uma vez dentro do edifício, a jornalista do Observador só voltaria a sair depois das 18h, quando o magistrado judicial terminou a leitura de cerca de três horas da súmula da decisão na Operação Marquês em que reduziu os 189 crimes a 17. |
Poucos minutos depois do meio-dia, o Diogo Casinha também saiu da redação do Observador. A viagem entre Alvalade e o Campus da Justiça não é grande… uns 6 mil e 500 passos, talvez. Levava um “aparelhómetro” que usamos na rádio para ter som “limpo” e de qualidade. As regras ditaram que a imagem e o som seriam fornecidos pela SIC. O nosso sonoplasta pegou nos cabos e ligou tudo ao carro de exteriores da estação de televisão e a internet fez o resto. No estúdio, bastou-me abrir a via, para que o som da voz do juiz Ivo Rosa fosse ouvido através da Rádio Observador em direto numa emissão especial que partilhei com a subdiretora Sara Antunes de Oliveira. Foram praticamente cinco horas de emissão especial, em que acompanhámos e enquadrámos aquilo que estava a ser dito pelo magistrado. Sabíamos a que horas ia começar, mas não quando terminaria. Não chegámos à redação tão carregados como a Sónia Simões, mas levámos farnel e água para o estúdio 1. As 6.728 páginas do despacho faziam antever uma longa tarde. |
Foi pela rádio que transmitimos as reações às decisões de Ivo Rosa, minutos depois do fim da sessão: |
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Esta sexta-feira presenciámos um importante episódio da Operação Marquês. É apenas um entre os muitos a que vamos assistir nos próximos anos. No final da sessão ouvimos a voz do procurador Rosário Teixeira anunciar que pretende recorrer da decisão. No próximo episódio lá estaremos com computador, telefone, microfone, auscultadores, caneta, papel, carregadores, pen, extensão elétrica de dez metros e farnel, claro. Aconteça o que acontecer. |
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Talvez lhe tenha escapado
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Operação Marquês
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O caso não vai terminar com a decisão do juiz Ivo Rosa, na 6.ª feira. Depois do provável recurso do MP para a Relação, o julgamento e os inevitáveis recursos poderão demorar 15 anos a serem resolvidos
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Coronavírus
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Casos de coagulação são muito raros. O vírus da Covid-19 também provoca estes problemas, que são fatais mais vezes do que os da vacina da AstraZeneca. Tomá-la continua a ser melhor do que recusá-la.
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Coronavírus
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Ainda há presidentes de câmara que não foram contactados para serem vacinados contra a Covid-19 (Medina é um deles), mas task force acha que já foram todos e diz que responsabilidade é das ARS.
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Autárquicas 2021
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Comunistas apostam em autarcas experientes, PS quer Setúbal e tenta agarrar maioria das câmaras no distrito. Consequências a nível nacional são afastadas pelos dois, mas pode haver um "irritante".
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Obituário
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O homem do aparelho do PS criou um referencial de ética quando se demitiu após a queda da ponte de Entre-os-Rios. Mesmo após sair da vida política nunca deixou de ser dos políticos mais influentes.
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Três amigos de Almeida Henriques, autarca de Viseu, lembram o lado pessoal, político e mediático do autarca. Falam de um homem otimista, agregador e apaixonado pela cidade que ajudou a transformar.
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Ensaios do Observador
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Comparando a forma como Estados Unidos e União Europeia anteciparam, programaram e investiram nas vacinas, as conclusões não deixam dúvidas. Agora é preciso retirar lições. Ensaio de Abel Mateus.
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Moçambique
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Quais são, afinal, as causas da guerra em Cabo Delgado? Revolta popular contra o governo, o jihadismo islâmico ou os interesses nas riquezas naturais? Ensaio de Fernando Jorge Cardoso.
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Conflito na Ucrânia
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Putin enviou milhares de soldados para a fronteira, fazendo soar os alarmes no Ocidente. Intervenção militar iminente ou demonstração de força para dissuadir aproximação de Kiev à NATO?
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Pré-Publicação
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Elemento central da Resistência, a americana que estabeleceu uma rede de espiões em França, foi um enigma durante e após a II Guerra. O Observador pré-publica "Uma Mulher sem Importância".
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Restaurantes
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O confinamento português finalmente aligeirou e voltou a ser possível aproveitar a primavera à mesa com comida, bebida, boa companhia e segurança. Aqui estão algumas sugestões para aproveitar.
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Estilo de Vida
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Se esperava uma visita guiada pelos museus mais interessantes da cidade, que também reabriram esta segunda-feira, esqueça. Hugo van der Ding correu várias esplanadas e bebeu outros tantos copos.
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Música
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Aguentou as comparações a Amália, fintou pressões e fez um novo disco luminoso, uma "AuRora" na nossa música. Numa longa entrevista, Gisela João fala de tudo: Barcelos, Lisboa, Sr. Vinho, fado, vida.
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Opinião
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Para além de José Sócrates e dos crimes de que é acusado, seria necessário julgar o socratismo, um projecto de poder que pôs e continua a pôr em causa a democracia e a liberdade em Portugal.
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O Presidente resolveu abanar um pouco as regras do jogo que têm sido habilmente criadas pelo primeiro-ministro. Hoje já temos estatísticas e percebemos como foi possível o milagre da redução do défice
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É esta: quantos anos mais vamos assistir a Francisco Louçã mentir, acusar e insinuar sem nada provar perante o sorrisinho cúmplice dos jornalistas?
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Na maior parte das vezes, os mitos têm uma parte de verdade. E esta parte é que, durante as grandes fomes na URSS, provocadas pelas próprias autoridades, houve numerosos casos de canibalismo.
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