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Preparar uma entrevista dá sempre muito trabalho. Preparar uma entrevista a um candidato presidencial pode, rapidamente, transformar-se num processo (quase) sem fim. Já em campanha, mesmo que a oficial só comece em janeiro, as figuras que concorrem ao Palácio de Belém têm-se desdobrado em declarações e entrevistas. Por isso, é preciso ter a certeza de que não falha nenhum tema nem escapa qualquer detalhe nas entrelinhas do que já disseram — agora ou no passado. E, às vezes, as perguntas mais óbvias deixam de fazer sentido num instante, porque o candidato ou candidata falaram — e fecharam — a questão no dia anterior, por exemplo. Ou porque, naquela manhã, uma notícia deu a volta à atualidade. Aí é preciso reajustar os planos e reorganizar a entrevista, mesmo que já se esteja em cima da hora. |
Esta semana vivemos essa experiência três vezes no Observador — com Marisa Matias na terça-feira, André Ventura na quarta e João Ferreira esta sexta-feira. E a semana passada tinha sido semelhante, com Ana Gomes e Tiago Mayan Gonçalves. |
Com grande parte da redação em teletrabalho, não houve horas passadas em salas de reuniões e papéis rabiscados a várias mãos. O Miguel Pinheiro “juntou-se” à equipa de Política, mas só mesmo em sentido figurado. Todas as conversas entre os jornalistas foram por videoconferência e as perguntas alinhavadas em documentos partilhados. |
Depois, por causa da pandemia, também foi preciso garantir que o local da entrevista estava preparado para manter a distância de segurança entre entrevistadores e entrevistado. Isso foi particularmente complexo no caso de uma outra entrevista política feita esta semana pelo Observador, a Cavaco Silva — que defendeu que “o Estado voltar a ficar com a maioria na TAP foi um erro muito grande”. |
Todo o gabinete do antigo Presidente da República teve de ser alterado para acomodar tudo o que era necessário, porque a meteorologia não permitia que a conversa acontecesse nos claustros. E, no final, foi preciso pôr tudo no sítio com igual rapidez: Cavaco Silva tinha de voltar ao trabalho para preparar a reunião do Conselho de Estado, marcada para o dia seguinte e na qual iria participar a partir dali mesmo, por videoconferência. |
No caso das entrevistas aos candidatos presidenciais, o nosso estúdio também foi reorganizado para ganhar espaço. Quando chegaram à redação do Observador — quase todos acompanhados, menos Mayan Gonçalves, que chegou sozinho —, só tiveram de se sentar e começar a responder, em direto na Rádio Observador. As entrevistas duraram cerca de uma hora. Não sabemos se todos sentiram o mesmo, mas, pelo menos para Marisa Matias — “Já passou?” — o tempo foi curto. No final, ficámos todos a conhecer melhor o que pensa, como pensa e o que tenciona fazer cada um dos candidatos, se for eleito. |
O mais difícil foi escolher o título para os Especiais que publicámos no jornal: |
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Talvez lhe tenha escapado
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Coronavírus
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Metade das mortes na Suécia aconteceram em lares. Para não sobrecarregar o sistema de saúde, idosos infetados foram tratados só com morfina e mantidos longe. "O meu pai não era bem vindo no hospital."
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Coronavírus
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PIB terá caído menos mas comércio está em dificuldades e taxa de desemprego não era tão alta desde 1998. Economista Lars Calmfors junta número de mortos à equação e fala em "prejuízo económico enorme”
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Coronavírus
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Mais que restrições, suecos têm recebido conselhos — que uns cumprem como leis, outros nem tanto. Críticos pedem medidas e gritam “máscara”. Responsável pela estratégia diz que não vai adiantar nada.
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Coronavírus
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É preciso ter uma app para pedir os testes à Covid, que são feitos pelos próprios doentes. Só no início de dezembro é que a quarentena profilática se estendeu às crianças com menos de 13 anos.
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Coronavírus
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Até agora, fora dos serviços Covid, os médicos suecos estavam proibidos de usar máscara, para não assustarem os pacientes. Passámos 5 horas no Hospital de Linköping. Contámos apenas 6 caras tapadas.
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Coronavírus
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Depois de meses de lua de mel, Agência de Saúde Pública e governo sueco desentenderam-se pela primeira vez. A popularidade do epidemiologista, que tem quase 93 mil fãs no Facebook, continua em alta.
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Morte no SEF
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Nas imagens de videovigilância, um dos inspetores do SEF empunha um bastão. Quando foram detidos, dois dos três acusados pela morte de Ihor tinham estas armas. Uma delas tinha vestígios de sangue.
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Morte no SEF
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Imagens de 4 câmaras nos corredores do Centro de Instalação Temporária ajudaram a PJ a reconstituir o que alegadamente se passou na sala onde Ihor Homeniuk foi morto. Mesmo sem mostrarem o crime.
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Morte no SEF
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Só meses depois do crime alguns vigilantes disseram que o que aconteceu dentro da sala era "evidente" para todos. Um deles contou à PJ que viu um inspetor com o pé em cima da cabeça de Ihor.
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Morte no SEF
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Só quando já estava em paragem cardiorrespiratória é que as mãos de Ihor foram finalmente libertadas das amarras. Horas antes, tinha-se encolhido de medo perante um socorrista da Cruz Vermelha.
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Coronavírus
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No total foram 158 os infetados. Terá sido um dos maiores surtos do país. Equipa médica e direção mudaram regras e procedimentos. Celas de um pavilhão foram transformadas em quartos de hospital.
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Futebol
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Nasceu numa família de desportistas, casou com uma multimedalhada. Foi um bad boy, tornou-se um exemplo. É uma máquina de golos mas também investe em startups. Quem é Lewandowski, o The Best de 2020.
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Restaurantes
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Num ano horribilis (também) para a restauração um movimento paralelo de novos chefs aposta na cultura dos pop ups. Por Lisboa servem-se novos sabores, união e refeições com preços democráticos.
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Livros
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Um pai vigarista, uma infância em fuga, a profissão de espião e a glória literária sob pseudónimo. John le Carré criou uma obra singular para se encontrar a ele próprio. Morreu com a missão cumprida.
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Opinião
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Entre 2016 e 2020, o SEF teve quatro directores. Acabar com o SEF interessa a quem? A quem não quer que se pergunte: o que fez o PS no SEF?
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Em 1980, Sá Carneiro percebeu que perante uma esquerda como a de Ana Gomes e de Marisa Matias, a direita, para governar, precisava de um governo, uma maioria e um presidente. Continua a precisar.
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O Governo tem de conseguir, desta vez, negociar melhor em Bruxelas. É incompreensível que a TAP seja a única companhia aérea europeia que está fora das regras temporárias dos apoios Covid.
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Para eventual choque do líder da JS, a culpa do atraso português não é do capitalismo, da “ganância do lucro” ou de um vilão “bafiento”. É, sobretudo, de quem governou 17 dos últimos 25 anos — o PS.
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Le Carré, lá onde está, terá por certo achado curioso o twitt fúnebre da CIA, tanto mais que era um grande crítico da opção electrónica nos Serviços Secretos ou da chamada SIGINT, Signal Iintelligence
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