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O barulho de alguém a bater na porta acordou-o subitamente. O João de Almeida Dias estava a descansar no quarto de hotel, em Filadélfia, depois de um dia inteiro a fazer uma reportagem sobre a mobilização dos afro-americanos para as eleições presidenciais — e agora estava a despertar estremunhado, sem perceber quem é que parecia querer derrubar a porta. |
Era o João Porfírio. O editor de fotografia do Observador tinha acabado de ver que, na sequência da morte de um afro-americano baleado pela polícia, estavam a acontecer duas coisas. Num lado da cidade, pilhagens puras; noutro lado da cidade, protestos mais políticos. Por isso, foi a correr chamar o João de Almeida Dias. Obviamente, tinham que ir ver o que se estava a passar. |
Primeiro, foram diretos à zona das pilhagens. Fizeram três coisas: tiraram fotografias, gravaram vídeos e registaram sons (como pode ver aqui). E evitaram fazer três coisas: serem apanhados no meio da violência dos saqueadores, serem apanhados em cargas da polícia e serem atropelados pelos carros que andavam a alta velocidade, de um lado para o outro, com produtos roubados. Felizmente, conseguiram fazer as três primeiras; e, felizmente, conseguiram evitar as três últimas. |
Ao fim de algum tempo a assistir às pilhagens, seguiram para o parque Malcolm X, onde estavam os manifestantes políticos. Com a polícia a deslocar-se em bicicletas, o João Porfírio e o João de Almeida Dias ainda tiveram que correr para se manterem afastados de confrontos — e, a dada altura, acabaram separados um do outro por um cordão de segurança. Depois de algumas detenções, que o João Porfírio fotografou, a manifestação dispersou-se e os jornalistas do Observador voltaram para o hotel. |
Os dois têm estado nos EUA a cobrir a campanha eleitoral e lá ficarão até se saber qual é o novo presidente norte-americano — Donald Trump ou Joe Biden. Vai ser uma madrugada em que ninguém precisa de bater na porta porque não vai mesmo dar para dormir. |
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Talvez lhe tenha escapado
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Isabel dos Santos
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Ambicioso e provocador, colecionador de arte e homem de negócios — e "oligarca" assumido. Quem era o congolês Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, que morreu aos 48 anos num acidente no Dubai.
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Eleições EUA
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Trump moldou o Partido Republicano à sua imagem e os nomes óbvios à sua sucessão são de próximos: desde filhos a colaboradores leais. Se perder, o que se segue para os republicanos? O trumpismo.
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Eleições EUA
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Anton Moore montou um esquema para meter os vizinhos do seu bairro negro a votar Biden: música, pizza e um autocarro até às urnas. Muitos aceitam, mas outros dão respostas que o chocam — e desesperam.
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Benfica
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Temeu um cartão amarelo, passou na via verde e os 62,5% foram ouro sobre azul. Como Vieira fará último mandato nos encarnados, a perfilar um sucessor sabendo que há muitos à procura da sua sucessão.
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Orçamento do Estado
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Um momento engraçadinho que não teve "graça nenhuma", um ministro a arrumar cadeiras e os duelos dos apartes que iam chegando a vias de facto. Debate do OE foi duro e deixou por um fio a geringonça.
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Coronavírus
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Alemanha, França e Bélgica anunciaram esta quarta-feira medidas de confinamento. Fecham restaurantes e espaços de cultura e bem-estar, mas as escolas mantêm-se abertas e as visitas aos lares também.
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Livros
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É um dos coordenadores do "Cânone", a lista de escritores essenciais publicada em livro. Em entrevista, António M. Feijó fala dos autores não incluídos, do ensino da literatura e do pouco que lemos.
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Decoração
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Entre candeeiros, aparadores ou molduras, o Museu Bordalo Pinheiro reserva uma nova sala expositiva à veia de decorador de Rafael, um artista moderno entre modestas quermesses e interiores de luxo.
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Opinião
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Quando os números da pandemia não param de subir é altura de deixar de fingir que “fomos exemplares”, que “fizemos o nosso melhor” ou que “o SNS está preparado”. É tempo de deixar de viver na mentira.
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As direitas podem ter ideias diversas em relação ao modo de reorganizar o Estado. Mas não, sob pena de se tornarem irrelevantes, acerca da urgência de terminar o poder socialista.
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A lição a reter não é que é possível governar sem ganhar eleições, mas que é impossível governar devidamente quando não se vencem eleições. A direita não pode cometer o mesmo erro.
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Máscaras obrigatórias na rua? O Governo e os partidos estão a tomar decisões sem qualquer base empírica ou efeito previsível na contenção da pandemia, apenas para agirem de forma visível e emblemática
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De súbito, nas duas últimas semanas, três conferências internacionais sucessivas recordaram vigorosamente a importância crucial do “centro vital” para a sobrevivência das democracias liberais.
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