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O Pedro Raínho e o João Porfírio partiram quarta-feira à hora de almoço de Lisboa e depois de duas escalas e quase 24 horas de viagem aterraram em Durban na África do Sul. Tinham como primeiro destino Umhlanga e o Forest Manor Boutique Guest House, esse mesmo, o hotel de luxo onde João Rendeiro passou as últimas três semanas de fuga e onde foi detido a 11 de dezembro, local escolhido para a primeira reportagem em terras sul-africanas. Mas não se prepararam para a surpresa que os esperava à chegada. | Depois de passarem por um portão de mais de dois metros de altura e fazerem o obrigatório check-in, foi-lhes mostrada toda a guest house, divisão a divisão (exceto os quartos dos restantes hóspedes, naturalmente), até chegarem àquele que lhes estava reservado (são apenas sete), no segundo piso. Assim que lhes abriram a porta e começaram a explicar o mecanismo de segurança da fechadura, bastaram dois passos ao João Porfírio para apertar com força o braço do Pedro Raínho, que olhou para ele com ar de quem não estava a perceber nada. A visita guiada ainda prosseguiu pela casa de banho e implicou detalhes do funcionamento dos estores elétricos, até a funcionária sair e o João poder dizer (gritar, pronto) que tinha a certeza que era o mesmo quarto onde João Rendeiro estava quando foi detido. | Ambos, o editor de fotografia e o editor adjunto de sociedade, apressaram-se a comparar a foto divulgada de João Rendeiro de pijama no momento da detenção com o quarto onde estavam: e não havia mesmo qualquer dúvida. Era mesmo o mesmo. As fotos rapidamente chegaram por WhatsApp ao editor de sociedade Carlos Diogo Santos (e a mais uns quantos). Uma casualidade, porque no momento da reserva, feita com a intenção de contarem tudo sobre o refúgio (quase um forte) escolhido por João Rendeiro e como foi a vida do ex-dono do BPP enquanto ali esteve escondido, só havia mesmo um quarto disponível (de tal forma que tiveram de dividir uma cama de casal king size). Não imaginavam que, por um bambúrrio de sorte, iriam parar exatamente ao de Rendeiro. E se faltassem provas, mal ligaram a televisão, o primeiro canal que lhes apareceu foi o da RTP. | A guest house revelou-se desde o início bastante familiar. De tal forma que logo nessa noite a rececionista foi novamente bater-lhes à porta do quarto para os convidar para uma festa no piso inferior. Uma comemoração que juntou apenas amigos e família dos trabalhadores do hotel. | O problema é que depois do cansaço da viagem e da festa, na manhã desta sexta-feira tiveram de ir para o tribunal onde João Rendeiro iria ouvir as medidas de coação. Sem estarem habituados às distâncias e aos tempos de viagem de Durban (e da África do Sul) chegaram em cima da hora e acabaram por só conseguir entrar graças ao motorista que os levou desde o hotel. “Sou polícia, estes senhores são jornalistas e vão entrar, estamos atrasados”, disse ele ao segurança. Na frase apenas duas coisas eram verdade — que eles eram jornalistas e estavam atrasados –, mas foi o suficiente para que os deixassem passar e foi assim que foram diretos à sala onde João Rendeiro já estava, em pé, no banco dos réus. Tinham a segurança da Sónia Simões na redação, que, tal como nos últimos dias, estava a acompanhar o caso, mas mesmo assim não queriam perder pitada. | O João preparou-se rapidamente para começar a fotografar. Com a pressa, atrapalhado, disparou tantas fotografias com a máquina que acabou por fazer tanto barulho que Rendeiro olhou para ele: e foi assim que conseguiu a imagem que queria. Enquanto isso, o Pedro ligou todos os cabos para entrar em direto na rádio Observador e fez também o seu primeiro direto, mal se soube que o juiz recusou a libertação e o ex-banqueiro ficará preso a aguardar o processo de extradição pelo menos até dia 10 de janeiro. Nesse momento, o Porfírio conseguiu a outra foto do dia: aquela em que João Rendeiro ao ouvir a medida — e o que a justificava — baixou a cabeça, olhou para o chão e começou a tremer as pernas. | O primeiro dia e meio de reportagem acabou com duas horas de tentativas para alugar um carro no aeroporto de Durban. Depois de muitos emails trocados com Lisboa e muitas chamadas feitas, o Pedro e o João lá conseguiram o que queriam e prepararam-se para a aventura de se fazerem à estrada para as próximas reportagens num país em que se conduz à direita. Por isso, numa autoestrada onde o limite é de 120km/h, foram a 70 para garantir que nunca entravam em contramão. Falta ver agora se se safam nas rotundas e têm a mesma sorte que tiveram à chegada. |
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