Esta newsletter traz-lhe todas as semanas sugestões de
artigos e opiniões que lhe podem ter escapado. E ainda
algumas histórias do interior da redação.
A investigação Em Silêncio, sobre os abusos sexuais na Igreja, publicada a partir de Fevereiro de 2019, acaba de ser reconhecida por um dos mais prestigiados prémios de jornalismo: o prémio Gazeta, na categoria multimédia. Antes já tinha merecido uma menção honrosa do Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença. Foi seguramente um dos trabalhos mais difíceis, mais completos e mais importantes desde sempre publicados no Observador.
Foi difícil porque a Igreja ergueu múltiplas barreiras aos jornalistas João Francisco Gomes e Sónia Simões e usou várias estratégias para proteger os padres implicados: se um sacerdote era suspeito de cometer abusos numa paróquia, era transferido para outra, sem qualquer comunicação à polícia, como se houvesse um sistema de justiça interno da igreja e ele funcionasse. Difícil também porque implicou reconstituir episódios extremamente dolorosos para as vítimas.
Ficou completo porque houve tempo (cerca de 4 meses) para investigar, fazer entrevistas, analisar documentação, confrontar as instituições, e também para preparar a forma como este conjunto de reportagens seriam apresentadas. Foi um verdadeiro trabalho de equipa, que envolveu 12 pessoas: além dos repórteres João Francisco Gomes e Sónia Simões, João Porfírio (fotografia), Raquel Martins (infografia e mapas), Mariana Cáceres (ilustração), Nuno Neves (vídeo), Gregório Cunha (fotografia e vídeo), Tiago Couto (reconstituição de documentos), Alex Santos (webdesign e desenvolvimento), Catarina Santos (coordenação multimédia), Sara Antunes de Oliveira e Miguel Pinheiro (edição). Tanto tempo de tanta gente, a que se somam os custos com deslocações e estadias em reportagem, só reforça a importância dos assinantes, que dão um contributo decisivo para ajudar a financiar uma investigação desta envergadura.
Foi importante porque teve consequências. O padre Heitor, de Vila Real, que se envolveu com uma rapariga quando ela tinha 12 anos e depois a engravidou quando ela já era maior de idade, foi afastado e demitiu-se do sacerdócio, antes de haver um desfecho judicial. A vítima foi ouvida pela Igreja logo em 2019, quando publicámos a investigação. Nesse ano, o Papa definiu uma série de medidas para as dioceses de cada país combaterem esta cultura de silêncio em torno dos abusos sexuais na Igreja. Uma dessas medidas foi a criação de Comissões para a Protecção de Menores que, apesar da demora, acabaram por ser implementadas pelas dioceses portuguesas, sendo integradas por elementos que não pertencem à Igreja, como polícias e psicólogos. Mas em dois anos estas comissões receberam apenas três queixas, o que indicia que haverá ainda um longo caminho a percorrer.
Através de um endereço de e-mail que criámos na altura, chegaram ao Observador dezenas de testemunhos de homens e mulheres vítimas de abusos na Igreja. Muitas dessas histórias não puderam ser noticiadas, por serem muito antigas, não haver queixa na polícia nem forma de exercer o contraditório. Mas houve quem agradecesse apenas por poder finalmente partilhar a sua história com alguém, como se isso por si só já fosse um alívio.
Não há câmaras naquela zona da A6. Trabalhador que viu atropelamento está em choque e não quer falar com ninguém. Vítima, de 43 anos, terá sido atingida após saltar por cima do rail de proteção.
O número de novos contágios por Covid-19 em Portugal continua a aumentar, mesmo depois das medidas que têm sido tomadas nas últimas semanas, e o Governo voltou a apertar nas restrições.
Portugal é o único país da União Europeia que assumiu que a variante Delta é dominante, mas não foi o primeiro a apresentar casos. O papel que o país terá tido na disseminação não está confirmado.
Reunião entre Sócrates e Berardo em São Bento para negociar acordo sobre Coleção Berardo está sob suspeita. Presidente Cavaco tentou mudar acordo mas Sócrates ignorou críticas de Belém.
Joe Berardo terá desviado 140 mil euros em numerário e sustenta filhos e netos através de entidades de utilidade pública como a Fundação Berardo. Advogado suspeito de fraude fiscal de um milhão.
Após não ter pago varias prestações, Berardo foi financiado pela Caixa para liquidar 6,5 milhões de juros à própria Caixa. Nenhum crédito concedido pela CGD respeitou as regras do banco público.
Crédito para a compra de ações do BCP é um dos negócios que levou à constituição de Joe Berardo e de Carlos Santos Ferreira como arguidos. Advogado é tido como autor do esquema de burla à Caixa.
Rui Moreira sugere que Rui Rio tinha conhecimento privilegiado sobre o desfecho do caso Selminho, que o irá levar a julgamento. O presidente da Câmara do Porto diz ser alvo de uma "campanha negra".
Candidato do PSD à CM Porto acusa Rui Moreira de perder tempo e gastar recursos da câmara a defender-se de casos como o Selminho. Diz que, se não atacar Rio, autarca não passa de um "líder local".
A pintora Josepha Greno esperou que o marido e também pintor Adolpho Greno adormecesse e, com um revólver que escondera debaixo do colchão, matou-o com três tiros. Foi considerada louca.
Estreia-se esta quarta-feira a nova web-série de Carlos Coutinho Vilhena, "Clube de Felicidade". Falámos com o humorista sobre o limbo da criatividade, um eventual salto para a TV e Torres Vedras.
O activismo "woke" não consiste numa qualquer libertação, mas na mais audaciosa proposta de aumento do poder do Estado no Ocidente desde os totalitarismos dos anos 1930.
Os bancos dedicam-se à causa LGBT e pintam os logos com as cores do arco-íris.Todos querem salvar o mundo. Ninguém quer tratar daquilo que tem a seu cargo. Prometem-nos direitos e dão-nos repressão
A lei não se cumpre e assim se consegue viciar os concursos da administração pública. E qual é a solução do Governo para uma lei que é ele que não cumpre? Mudar a lei.
Apesar de o PSD vender a reforma como visando a coesão da representação no país, esta reforma tornará muito mais difícil a eleição de partidos pequenos.
Se as regras de isolamento não mudam para os vacinados, para que serve a vacina afinal? Eu não duvido dos benefícios da vacina. Mas na DGS alguém parece duvidar. Convinha que se explicasse.
Clique aqui para deixar de receber todas as newsletters do Observador
Receba a próxima edição da newsletter Observadores diretamente no seu email
Esta newsletter traz-lhe todas as semanas sugestões de artigos e opiniões que lhe podem ter escapado. E ainda algumas histórias do interior da redação.
Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador
Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.
Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante .
Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.
Atingiu o limite de artigos que pode oferecer
Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.