|
|
Às vezes o jornalismo obriga a estas coisas. Ou melhor dizendo, a atualidade o que o jornalismo nos obriga, obriga a estas coisas. Quebrar promessas. Na segunda-feira, mal se soube que Juan Carlos, o rei emérito, ia deixar Espanha para poupar o filho, Felipe IV, atualmente no trono, e a instituição que ainda é a monarquia espanhola aos escândalos que o envolvem, uma das contas de Twitter que o João de Almeida Dias foi espreitar foi a de Charles Powell, um dos autores que mais tem estudado a figura de Juan Carlos e que escreveu a sua biografia política, “Juan Carlos of Spain: Self-Made Monarch”. |
Powell, filho de mãe espanhola e pai inglês, tem nacionalidade espanhola (nasceu em Madrid em 1960), formou-se em Oxford e é atualmente diretor do think-tank mais prestigiado de Espanha, o Real Instituto Elcano, que tem destacado a importância de Juan Carlos no período da Transição do franquismo para a democracia. Já há um par de anos que o João, jornalista dedicado especialmente à área do Internacional, fala com o Charles Powell. A primeira vez foi em 2018, curiosamente (ou talvez não) a propósito de Corinna Larsen, a mulher/amante de Juan Carlos que depois de conhecidos os envolvimentos com ela abdicou do trono. |
Naquela noite, depois de um batalhão de contactos infrutíferos para perceber se o rei emérito tinha vindo para Portugal, o João de Almeida Dias foi ao Twitter apenas para perceber o que pensaria Charles Powell deste auto-exílio de Juan Carlos. Mas só encontrou fotos: uma dele com o rei Felipe; e depois outra de Juan Carlos, assinada pelo próprio, mostrando a proximidade de ambos. Powell parecia estar para poucas palavras. Mesmo assim, o João enviou-lhe uma mensagem simpática, já passava da meia-noite, a dizer que não lhe queria pedir uma entrevista, nem era para o chatear, só mesmo para lhe dizer que o livro dele era uma referência incontornável quando se escrevia sobre o tema, como ele acabava de fazer. |
O compromisso durou uma noite, mas tinha de ser quebrado e valeu bem a pena sê-lo. Na manhã seguinte, o João de Almeida Dias ligou-lhe cedo, ele atendeu logo, e a primeira coisa que o João lhe disse foi isso mesmo: “Desculpe, mas vou ter de quebrar a minha promessa e fazer-lhe uma entrevista, porque de outra maneira não faz sentido”. Falaram em inglês, e como o João de Almeida Dias escreve na introdução da entrevista, que é de leitura obrigatória para perceber não só a decisão de Juan Carlos, mas também os efeitos e impactos que ela pode ter na monarquia espanhola, Charles Powell estava claramente transtornado e parecia estar a falar num velório pela “morte de um familiar”. Ainda para mais, porque o novo livro que Powell tinha pronto sobre o rei emérito vai ter de ser todo reescrito, para ele não “fazer figura de parvo”. |
|
Talvez lhe tenha escapado
|
|
Espanha
|
|
"É o fim de uma era." Charles Powell, biógrafo de Juan Carlos, fala do transtorno que é ver o culminar da desgraça do rei emérito e da dificuldade de defender o seu legado: "Fica agora mais difícil".
|
|
|
|
Coronavírus
|
|
Os investigadores insistiram e tiveram acesso aos dados dos doentes com Covid-19. Mas há homens grávidos, falhas graves na proteção da identidade e artigos científicos a sair com informação errada.
|
|
|
|
Coronavírus
|
|
No parlamento, o ministro da Educação garantiu aos deputados que não houve contágios dentro das escolas. A realidade relatada pelos diretores de agrupamentos é outra.
|
|
|
|
|
União Europeia
|
|
Antigo presidente da Comissão Europeia propõe que a Assembleia crie comissão para acompanhar aplicação dos fundos nos próximos anos. Mas é a sugestão de alguém que não quer regressar à política ativa
|
|
|
|
Crimes Sexuais
|
|
Numa moradia perto de Tomar, foram mantidos em segredo crimes de violência doméstica e de abusos sexuais contra as mulheres e meninas da família ao longo de 40 anos. Pai e dois filhos já estão presos.
|
|
|
|
Crime
|
|
Vizinhos estranharam a casa estar sempre fechada, mas não chamaram as autoridades porque o filho vivia com ela. Ele acabou preso, suspeito do homicídio da mãe por não ter cuidado dela.
|
|
|
|
|
Turismo
|
|
O medo da pandemia tirou os turistas das ruas nas grandes cidades, mas há regiões no país onde o verão “pode superar 2019”. O novo turismo da era Covid-19 passa pelo interior.
|
|
|
|
Presidente Trump
|
|
Trump prometeu e cumpriu: o Tribunal Supremo tem uma maioria conservadora. Com isso, ganhou muitos votos. Mas depois de decisões pró-LGBT e pró-aborto, isso de pouco lhe valeu. Valerá a Joe Biden?
|
|
|
|
Venezuela
|
|
Portugal apoiou Guaidó em 2019, mas nunca cortou com Maduro — apesar dos vários sobressaltos. Prioridade são os 1,4 milhões de luso-venezuelanos, mas Governo garante que não é "cego à realidade".
|
|
|
|
|
Alterações Climáticas
|
|
Apesar da redução das emissões, 2020 está a ser particularmente preocupante nos pólos. Com temperaturas recorde ao ponto de provocar incêndios e o solo a descongelar, o problema só tende a acelerar.
|
|
|
Opinião
|
|
|
Não tenho ilusões sobre a natureza humana, mas tenho exigências sobre o país em que vivo. Quero viver numa sociedade de iguais, que combata os preconceitos, mas não aceito a menoridade do homem branco
|
|
|
|
Chegou a vez dos veterinários. A geringonça atira-se aos técnicos com a firmeza de uma trituradora. O activismo faz xeque-mate à competência. E, por agora, ganha.
|
|
|
|
Portugal já era um país com uma economia estagnada. Agora ficou também menos livre e menos plural, subitamente empobrecido, com pior saúde, com mais desigualdades sociais e com pior acesso à educação.
|
|
|
|
No centro de uma batalha político-partidária, o Novo Banco poderá ter de fazer a sua limpeza mais lentamente. Ninguém pode é dizer que não sabia o que se estava a fazer, muito menos o Governo.
|
|
|
|
O rei Filipe VI tem pela frente a esquerda radical e agressiva do Unidas-Podemos que, ferida pelas próprias confusões e casos do seu líder Pablo Iglesias, se mostra interessada em derrubar a monarquia
|
|
|
|
Precisamos de um conjunto de estados poderosos que criem uma paz duradora. Ainda que passemos a vida a maldizer o poder dos outros. Quer gostemos quer não, a alternativa é francamente mais difícil.
|
|
|
|
|