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No plano original, a revista de aniversário do Observador teria José Sócrates na capa. O antigo primeiro-ministro, que viu o juiz Ivo Rosa fazer cair quase todos os crimes de que estava acusado na Operação Marquês, foi um dos protagonistas do último ano e seria o rosto do título “Como é que ele escapou?”. Mas uma conversa entre o João Miguel Tavares, editor da revista e publisher da 510, e o Miguel Pinheiro, diretor executivo do Observador, mudou tudo: é que aquele título também encaixava como uma luva no tema dos 25 anos da amnistia às FP-25 — e na figura de Otelo Saraiva de Carvalho. “E de repente, percebemos que também funcionou para Rui Rangel, durante anos a fio”, conta o João Miguel: “Daí as três capas”. |
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Lá dentro, como sempre, o melhor do Observador nos últimos 365 dias — e nunca é fácil escolher o que entra e o que fica de fora, ou conseguir que alguns trabalhos encaixem no formato da revista. A história do Hermínio, o cão pintado por Malhoa, por exemplo, “deu uma trabalheira”: no jornal foi publicada com uma reprodução a preto e branco da pintura original; na revista, que privilegia a cor, não fazia sentido. Para resolver o problema foi preciso descobrir onde estava o quadro e ir de propósito ao depósito do Museu de Figueiró dos Vinhos fotografá-lo. Mas valeu a pena: nessas páginas há também uma foto de época de Malhoa a pintá-lo — e até a moldura do quadro é igual. |
E é certo que a revista é um best of de artigos já publicados, mas gostamos que ela chegue às bancas o mais atualizada possível. Por isso, às vezes, é preciso fazer várias alterações quase até à porta da tipografia. A propósito do tema da “Família Bitcoin”, por exemplo, o Edgar Caetano teve de refazer dois parágrafos umas três ou quatro vezes. Como a cotação da moeda estava muito instável, a informação estava sempre a ficar desatualizada. |
O resultado final chegou às bancas esta semana. Os primeiros dias mostram-nos que não é fácil escolher: muitos leitores têm optado pela possibilidade de comprar as três capas a um preço especial. Se conseguir, a escolha terá de ser entre a vermelha, com Otelo; a azul, com Sócrates; ou a amarela, com Rangel. Como diz o João Miguel Tavares, “fica bem em qualquer sala”. |
O cadeirão mais cobiçado do país (e, provavelmente, um dos mais pesados) |
Quando aconteceu, apanhou todos de surpresa, mas, se pensarmos bem, não é fácil resistir a esta tentação: um cadeirão confortável, no meio de um jardim relvado, longe da confusão, num dia de sol. Sentava-se, certo? Sobretudo se, ainda por cima, tivesse um livro à mão para uns minutos de tranquilidade. |
Foi isso que aconteceu quando a nossa equipa Multimédia estava a preparar o cenário para mais uma entrevista a candidatos às eleições autárquicas deste ano, à margem do congresso do Chega. Depois de escolherem uma zona menos movimentada das Caves de Coimbra, prepararam tudo e refugiaram-se na sombra, enquanto aguardavam os entrevistados. Nessa altura, um jovem delegado percorreu o extenso relvado e sentou-se no cadeirão sem hesitar, como se aquela peça de mobiliário fizesse todo o sentido no meio de um jardim e estivesse mesmo à sua espera para uma pausa mais confortável. |
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A equipa do Observador abordou o jovem, explicou-lhe que se tratava de um cenário para uma entrevista e ele respondeu que sairia quando fosse preciso. Sacou de um livro e ali ficou, mais de meia hora, até o cadeirão ser requisitado de volta. Ao longo da tarde, vários outros delegados do congresso aproximaram-se do pequeno sofá amarelo com a intenção de se sentarem, relaxados, a beber uma cerveja, mas nessa altura as câmaras já estavam montadas e funcionaram como elemento dissuasor. |
Um dos entrevistados nesse dia foi José Dias, candidato do Chega à Câmara da Amadora, que deu a entrevista 15 minutos depois de saber, por uma declaração de André Ventura, no palco do congresso e à frente de todos, que não continuaria como vice-presidente do partido. Estava visivelmente agastado com a situação. Uma semana antes, na convenção do Bloco de Esquerda, tínhamos tido outro tipo de desconforto: o vento frio do final da tarde em Matosinhos pôs Joana Mortágua, candidata à Câmara de Almada, a lacrimejar, mesmo no início da gravação. |
E porquê um cadeirão? Já sabe que no Observador não gostamos de fazer igual ao que sempre se fez. Por isso, andámos alguns dias a pensar em ideias para termos conversas diferentes com candidatos a câmaras e juntas de freguesia e acabámos por escolher a “Cadeira do Poder Autárquico”. Não me peça para lhe explicar como é que acabámos com uma poltrona amarela muito pesada que é difícil de ignorar seja por quem for. A verdade é que a peça é invejada por muita gente — dentro e fora da equipa. |
A Catarina Santos, a nossa editora da equipa Multimédia, conta que, na estreia do formato, na convenção do BE em Matosinhos, estavam a testar cenários nas traseiras do pavilhão, com vista para o estádio do Leixões, quando as funcionárias da limpeza se aproximaram, em grande alvoroço, a gabar o aspeto do cadeirão. Uma delas assegurou que o “amarelinho” ficava bem era na sala lá de casa e que o marido, então, é que havia de ficar ali bem a ler o jornal — sugerindo que era um desperdício destiná-lo a candidatos autárquicos. Mais tarde, a senhora regressou, já mais séria, para saber o preço e se era difícil de montar. |
Difícil não é, mas é melhor ter cuidado com as costas. A caixa onde vinha acondicionado diz que o cadeirão pesa cerca de 30 quilos. Não é de estranhar, por isso, que para o levar de um lado para o outro e o colocar e retirar da carrinha sejam necessárias duas pessoas e a preciosa ajuda de um carrinho de carga — a não ser que esteja por perto o Pedro Raínho, o nosso coordenador de Fact Checks, que o transporta às costas com uma técnica impressionante. Por falar nisso, várias pessoas já encomendaram um fact check ao real peso do cadeirão, mas não encontrámos ainda uma balança com dimensão suficiente para tirar as teimas. Só não perguntem ao Raínho — ele vai dizer que não pesa nada. |
A “Cadeira do Poder Autárquico” vai andar a correr o país até às eleições deste ano. Pode ver aqui as entrevistas feitas até agora. |
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