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Foi uma entrevista feita nos moldes que já se tornaram habituais: eu de um lado do ecrã e Marco Costa do outro. Foi pouco depois das 9h que o vice-presidente de desenvolvimento corporativo global da Talkdesk — o unicórnio com ADN português que em plena pandemia viu o seu valor triplicar para 3 mil milhões de dólares — me explicou como estava a empresa a viver a pandemia: “Estamos a crescer mais de 100% de trimestre em trimestre”. E acrescentou: “Se parássemos as vendas e só retivéssemos clientes, ainda assim, crescíamos mais de 30% ao ano”. |
Quando perguntei por valores, a resposta foi a mais comum entre as startups privadas: não iria revelar. Mas uma coisa ficou certa: os planos da Talkdesk não passam por atingir a rentabilidade no curto prazo, garantiu Marco Costa. O break-even não está para breve, ao contrário de uma eventual admissão em bolsa, que será uma coisa “natural” caso a empresa continue a crescer como tem crescido, referiu. Até lá, é provável que as contas continuem a estar no vermelho: “Crescer à velocidade a que estamos a crescer custa dinheiro. Não há nada a fazer”, disse-me. |
A semana foi ainda marcada pela novidade que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa deu em entrevista à Rádio Observador: Fernando Medina vai avançar com uma queixa contra as aplicações de entrega de refeições, como a Uber Eats e a Glovo, na Autoridade da Concorrência. O autarca acusa as plataformas de cobrarem comissões “predatórias” e diz que a CML vai apresentar uma solução alternativa. A Glovo já reagiu. Diz que as críticas de Medina “não têm razão de ser” e a Uber Eats preferiu não comentar. |
No entretanto, surgiu outra alternativa para os restaurantes: a startup Kitch está a testar uma plataforma que vai permitir aos restaurantes ter o seu serviço próprio de entrega. Com o Kitch Tech, os restaurantes podem agir de forma independente ou articulada com as outras aplicações , conforme me explicou Rui Bento. Já o Tiago Neto esteve entretido com outra história, a da Indie Campers, que lançou planos de subscrição para quem quer viver e trabalhar numa autocaravana — algo que decerto agrada aos nómadas digitais. |
Eu volto a escrever-vos para a semana, a tempo da Web Summit, que começa a 2 de dezembro e acaba a 4 — um evento que vai ser totalmente online e para o qual Paddy Cosgrave espera mais de 100 mil pessoas. Já sabem onde podem acompanhar tudo, não é? Neste sítio do costume. |
Tenham uma ótima semana. |