Em todos os debates do candidato Tiago Mayan Gonçalves com os candidatos de esquerda assistimos a uma constante insinuação por parte destes em que a culpa do estado do nosso país é das políticas liberais. Sejamos perentórios: nos últimos 25 anos, em 19, Portugal teve um Governo liderado pelo PS e por políticas de esquerda. Em nenhum destes anos Portugal foi liderado por políticas assumidamente liberais. Estarão estes candidatos a viver numa realidade alternativa ou apenas em mera negação do total fracasso das políticas que defendem?

Serão os liberais culpados pelo atual estado da Saúde em Portugal? Pela existência de um SNS que hoje se encontra em piores condições do que aquelas que foram encontradas por este Governo há 5 anos? Ou será isso culpa das contínuas cativações efetuadas por este Executivo?

Será culpa dos liberais, que os portugueses mais abastados, bem como os funcionários públicos, tenham liberdade de escolha e acesso a serviços de saúde privados, enquanto aos restantes, menos afortunados, resta esperar nas filas de espera do SNS? Ou será isso culpa da intransigência dos partidos de esquerda em expandir a ADSE a todos os Portugueses? Os liberais defendem a verdadeira liberdade de escolha para todos os cidadãos, não apenas para alguns.

Será culpa dos liberais, que Portugal tenha uma das maiores taxas de emigração na Europa? Ou será isso culpa das políticas deste Governo, ao aplicar, por exemplo, uma das maiores cargas fiscais sobre rendimentos, transformando Portugal num país onde não só existe pouco emprego como ele é dos piores renumerados a nível europeu? Os liberais defendem a redução da carga fiscal e, consequentemente, o aumento do emprego e dos rendimentos disponíveis.

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São os liberais culpados pela estagnação da economia? Ou serão políticas como aquelas a que temos assistido recentemente, que priorizam a salvação de empresas inviáveis como a TAP em detrimento das pequenas e médias empresas historicamente rentáveis e geradoras de emprego sustentável, e que são na sua essência a base da economia portuguesa? Os liberais defendem a redução drástica da intervenção e interferência do Estado na economia, assim como o fim de favoritismos e de protecionismo.

Serão os liberais responsáveis pelos elevados níveis de corrupção em Portugal, quando os mesmos defendem a redução da burocracia estatal e o aumento da sua transparência? Ou serão as políticas empregues por este Governo, que constantemente reduzem a capacidade dos órgãos responsáveis pelo combate à corrupção de exercerem o seu trabalho?

Será das políticas liberais a culpa da inexistência de meritocracia no Estado? Ou será do Governo, que tem posto fim às nomeações para cargos públicos realizadas pela CRESAP, preferindo em seu detrimento a nomeação direta de militantes do seu partido? Do mesmo partido, que nem uma indicação de um júri europeu acatou? Do partido que nomeou para Governador do Banco de Portugal o antigo Ministro das Finanças? Os liberais defendem a meritocracia e o aumento das nomeações por concursos públicos, escolhendo candidatos por competência profissional e não partidária.

São os liberais responsáveis pelos 21 mil milhões de euros despendidos no resgate de bancos, enquanto nas escolas portuguesas os alunos se veem obrigados a recorrer a mantas e casacos em plena sala de aula? Ou serão os partidos, que consecutivamente aprovaram Orçamentos que contemplavam estes “resgates”? Os liberais defendem não só que empresas privadas tenham lucros privados e prejuízos privados, como a liberdade de escolha do estabelecimento de ensino.

Foram as políticas liberais que levaram a três intervenções do FMI em Portugal? Curiosamente, todas solicitadas por governantes do Partido Socialista? Os liberais opõem-se à austeridade, mas importa referir que foram políticas antagónicas aos ideais liberais que levaram ao constante colapso da economia portuguesa.

Serão as políticas liberais realmente culpadas pelo atual estado do país, nestes e em tantos outros âmbitos? Certamente que sim. A culpa do atual estado do país é, tal como defendem Marisa Matias, Ana Gomes e João Ferreira, das políticas liberais, contudo esta culpa deve-se à inexistência das mesmas em Portugal.