Nos últimos tempos/anos tem sido uma constante, notícias e acontecimentos a vir a público sobre situações de vida degradante em lares, uns clandestinos, outros oficiais/legais, mas onde a suprema forma de tratar e de cuidar, falham em toda a linha. Como em tudo, há excepções.

Esta semana foi na Lourinhã, com a divulgação de imagens e testemunhos assustadores e impróprios para um lar, onde supostamente se deveria cuidar com toda a dignidade a pessoa humana e neste caso, idosos.

Sabemos há muito tempo que faltam respostas dignas de retaguarda para acolher pessoas idosas que não têm condições para viver nas suas casas, nem dos familiares. Com esta realidade vão-se “arranjando soluções” transitórias, ilegais, que se tornam definitivas. Depois vem a realidade, que são a falta de recursos técnicos, de habitabilidade das instalações e recursos humanos que possam dar resposta às carências e necessidades dos utentes idosos.

Muitos destes lares não têm em permanência enfermeiros para a prestação de cuidados de saúde e de enfermagem, no acompanhamento dos idosos e principalmente dos doentes e acamados.

Se ao longo de todo o ciclo vital do ser humano há a necessidade de vigilância e adequação da alimentação, conforme as necessidades e o consumo energético/calorias, esta vigilância deve ser aumentada em idosos, muitos deles acamados, com comorbilidades. Nos idosos acamados a vigilância e os cuidados devem ser redobrados, desde a qualidade da cama e colchão, ao peso das roupas/cobertores, aquecimento/temperatura do quarto, posicionamentos no leito e, com particular relevo, a alimentação e a conjugação com suplementos proteicos e vitamínicos, para não surgirem ou retardar ao máximo o aparecimento de úlceras de pressão, que degradam a qualidade de vida destes cidadãos idosos.

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Por tudo isto, a “diária” nos lares e ERPIs não são baratas. Por isso, tem que haver um corpo técnico capaz da gestão e da prestação de cuidados de saúde, entre outros, à altura das exigências.

Sempre que estes casos chegam à comunicação social, é um alvoroço! A triste realidade tornou-se mais visível, aquando da “pandemia Covid”. Mas depois pareceu que nada mais se passou, até ao surgimento de novos casos.

Interessa lembrar que para os enfermeiros esta realidade não é nova nem cria surpresa, uma vez que, desde 2016, a Ordem dos Enfermeiros vem alertando as autoridades e tomando posição, como forma de alerta e preventiva sobre tantos lares e a própria tipologia e classificação dos mesmos. Inúmeros documentos foram elaborados em tempo e enviados aos ministérios da Saúde e do Trabalho e Segurança Social. Que atenções mereceram do Governo estes relatórios e documentos?

Portugal está num processo de pirâmide etária invertida (população envelhecida). Uma preocupação de hoje, mas muito maior amanhã. É importante, necessário e urgente criar políticas direcionadas à resolução dos problemas dos idosos. Requer estudo, trabalho, mas essencialmente respostas adequadas e avaliação: se os lares têm condições para acolher todos os idosos com as diferentes patologias, limitações, comorbilidades e estádios que apresentam. Parece-nos importante repensar bem a rede de “Cuidados Continuados” e as integrações necessárias de alguns lares nesta rede.

Noutra dimensão, muitos idosos estão doentes e precisam de cuidados de saúde, principalmente de enfermagem, e os lares onde estão internados não têm capacidade de resposta a este nível, nem presença 24/24 horas. Urge intervir!

Os idosos merecem ser tratados com dignidade, com respeito, e não pode haver lugar à falta de carinho, de conforto e de amor.

A quem tenta enganar Marta Temido?

Passados cerca de 8 meses após a sua demissão de Ministra da Saúde, a Drª. Marta Temido deu uma entrevista na televisão, na tentativa, dizemos nós, de lavar a sua imagem e propor-se/experimentar a aceitação do público a uma possível candidatura à Câmara de Lisboa.

Marta Temido apresentou-se novamente vestida com “pele de cordeiro”, quando sabemos que está ali um “lobo” com falta de estatura e seriedade política e com contradições no seu discurso, do que fez e como actuou. Interessa lembrar que saiu pela porta pequena, depois de tantos e tantos conflitos, e deixou o Ministério da Saúde em “escombros”.

Esta Senhora, em nossa opinião, porque já o demonstrou, não tem capacidade de ser frontal e verdadeira, assumindo as suas incapacidades, “inconseguimentos” e todo um percurso insultuoso que protagonizou na perseguição aos enfermeiros e mal tratando os profissionais de saúde. Uma pessoa que, no poder, não estabelece diálogo nem pontes é intempestiva, intratável.

Não poderemos esquecer os insultos aos enfermeiros, começando precisamente num dia trágico, quando uma Equipa do INEM morre num acidente de helicóptero. Não podemos esquecer nunca a sindicância à Ordem dos Enfermeiros. Não poderemos esquecer nunca a falta de diálogo com os enfermeiros, faltando-lhe a coragem de pronunciar o nome desta nobre classe, chamando-lhes apenas “Profissionais de Saúde”.

A Drª. Marta Temido desta entrevista é a mesma pessoa, com o mesmo íntimo da Drª. Marta Temido enquanto ministra da Saúde. É a mesma personagem que o PS e o Dr. António Costa deixaram isolada, face ao desconcerto de medidas e posições do Ministério da Saúde e que levou à sua demissão.

A quem tenta enganar a Drª. Marta Temido? A travessia do deserto terminou? E agora tenta encetar outra caminhada, na tentativa de ganhar a Câmara de Lisboa? A ver vamos!