A gestão das expectativas, os economistas sabem-no, são um importante contributo para a evolução da economia no curto prazo. O exemplo mais simples é o da bolsa: quando uma boa maioria acredita que o preço das acções vai subir, ele sobe mesmo, consequência do comportamento de compra de acções. Mas quando o optimismo se transforma em euforia temos um problema.

Uma parte da recente evolução da economia portuguesa, especialmente a que é explicada pela evolução do consumo, está relacionada com essa gestão de expectativas. O “optimismo crónico e ligeiramente irritante”, como classificou o Presidente da República, referindo-se ao primeiro-ministro, é seguramente uma variável explicativa, com peso, no recente consumismo que tomou conta do País. Excluindo obviamente o “ligeiramente irritante” que só se verá no longo prazo (sim, naquela altura do longo prazo em que se diz, como Keynes, que estaremos todos mortos, mas que afectará quem cá estiver, como já aconteceu).

Esta euforia recente observa-se de forma bastante clara na evolução da taxa de poupança. Por incrível que pareça (ou talvez não), os portugueses poupam menos agora do que na era da troika, quando foram cortados rendimentos a pensionistas e funcionários públicos e muitas pessoas ficaram sem emprego, como se viu na taxa de desemprego que atingiu um recorde, nunca visto nem esperado em Portugal, da ordem dos 18% no primeiro trimestre de 2013.

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