A democracia faz-se de alternância, de uma sucessão repetida e seguida de pessoas ou ideias. A separação de poderes, a limitação do poder político até podem ser mais importantes que a mera alternância, mas a falta desta induz, ou revela, poderes não tão limitados quanto deveriam ser.

Portugal tem vários partidos de esquerda que são socialistas, a par de alguns de direita também socialistas. Por muito que CDS e Chega o neguem, o foco das suas políticas encontra-se no estado. Por algum motivo o CDS se opôs à privatização da CGD e fez o que pôde para afastar os liberais que militavam no partido. Por alguma razão o Chega se preocupou mais com a reestruturação da TAP, com o esforço para que a TAP servisse os Portugueses mesmo que esse serviço seja prestado por outras companhias privadas, que a vender a empresa que mais não é que um peso imposto aos contribuintes. Por alguma causa que não desvenda, André Ventura entende que definir o salário médio por decreto é a solução para que vivamos melhor. Estes dois partidos dizem-se de direita mas, seguindo a tradição de boa parte da direita portuguesa, colocam o estado no centro da vida das pessoas e das empresas.

Verdade seja dita que CDS e Chega ainda se dizem de direita, pois o que distingue a direita da esquerda não é apenas socialismo, tal como há liberais que são de direita e outros que são de esquerda. Já quanto ao PSD o problema é de total indefinição. O que é hoje este partido político? Como é que se posiciona? Que ideias tem? Como é que vê o país? Que quer que Portugal seja daqui a 20 anos? Ou ainda uma pergunta mais directa: quando se vota PSD vota-se no quê?

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