Segundo o Diario Las Américas, um jornal hispânico de Miami, a filha de Hugo Chávez, enquanto fez parte da delegação da Venezuela na ONU em Nova Iorque, tinha uma conta bancária secreta que lhe sustentava vários luxos. O jornal refere despesas milionárias em lojas e restaurantes. Enfim, o costume.

É a já clássica notícia “vejam o fausto em que vive a família deste ditador socialista, usufruindo do conforto que só o malfadado capitalismo proporciona, enquanto o povo prospera na sarjeta”, cujo objectivo é chocar o cidadão médio de uma democracia ocidental. Procura contrastar a miséria do povo e o luxo do tirano (e apaniguados), como se fosse preciso isso para ficarmos a pensar “eh, lá, que maldade! Uns comem só uma vez ao dia, os outros comem só uma vez ao dia caviar”. Como se o problema do comunismo fosse haver um milionário em NY, e não 30 milhões de pobres na Venezuela. No fundo, estas notícias sugerem que, se a filha de Chávez vivesse uma frugal vida de classe-média, a andar de autocarro e a só fazer compras nos saldos da Zara, a larica dos compatriotas já não tinha importância.

Para se constatar a hipocrisia do chavismo, não é preciso dizer que Gabriela Chávez gastou 9 mil dólares na Chanel. Bastava dizer que ela foi às compras em Nova Iorque. Já é mais do que os venezuelanos conseguem fazer. Se bem que, no seu país, os venezuelanos também gastam muito dinheiro em compras. Chegam a dar 23 mil bolívares por um rolo de papel higiénico e 47 mil por um kilo de batatas. Quando há, claro.

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