Ana Casaca
Global Head of Innovation da Galp

A Agência Internacional de Energia estima que metade da redução nas emissões de CO2 até 2050 virá de novas tecnologias. Algumas que estão hoje em fase de demonstração ou protótipo outras que ainda não foram desenvolvidas.

Esta análise implica que quando as empresas do sector energético afirmam que estão comprometidas com os objetivos de descarbonização, na prática estão a comprometer-se com uma estratégia de inovação. Esta estratégia passa por explorar novas soluções tecnológicas e modelos de negócio de forma colaborativa e aberta para que rapidamente ganhem escala e façam parte do nosso quotidiano.

Por um lado, o sector está a conseguir mobilizar Universidades, Institutos de I&I e Empresas através de plataformas de inovação aberta, como a Upcoming Energies da Galp. Neste contexto podem cooperar criando valor para o tecido económico e desenvolvendo novas cadeia de valor competitivas.

Por outro lado, já temos exemplos de ecossistemas empresariais que estão a ser projetados com vista a explorar novas tecnologias no sector. São os casos do Matosinhos Innovation District, dedicado à inovação e às energias do futuro, o Green Energy Park em Sines, cluster de produção e exportação de combustíveis renováveis avançados e reciclados e a joint venture Aurora, que prevê o desenvolvimento de uma cadeia de valor integrada de baterias de lítio na Europa.

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Hoje é pedido mais à inovação! Que esteja sempre sentada na mesa desafiando e apoiando a estratégia da empresa de forma a fomentar o talento, estimular uma cultura de experimentação e colaboração e criando projetos que promovam a valorização económica, social e ambiental.

É este o caminho que as empresas e líderes de inovação devem percorrer para posicionar as empresas, o sector e o país no topo dos projetos mundiais de inovação e assim contribuindo para a mudança estrutural da nossa competitividade.

Paulo Carvalho
Professor do Strategic Leadership Program ISEG+Columbia)

Vivemos num mundo cada vez mais turbulento, imprevisível, complexo e em forte aceleração. Estas características têm-se vindo a intensificar pressionando-nos a todos a “funcionar”, agir e a mantermos a nossa relevância, e em alguns casos a nossa própria existência, num ambiente cada vez mais desafiante.

O exemplo de transformação da GALP é ilustrativo da necessidade de as organizações aprenderem a ser “ambidestras”. Isto significa que devem ser eficientes, otimizar recursos e executar a sua visão estratégica e, simultaneamente, explorar portfolios de novas ideias, oportunidades e projetos que possam ser a base de novas avenidas de crescimento.

Isto pode ser feito de muitas formas diferentes, mas gostava de sublinhar algumas questões importantes.

A inovação não deve estar fechada num departamento ou num conjunto de pessoas. É fundamental que a inovação seja algo que se faz em ecossistemas abertos que incluem pessoas e recursos da organização e um amplo conjunto de stakeholders externos.

Trabalhar a Cultura de Inovação exige envolver o maior número de pessoas que devem sentir que a inovação é algo fundamental para o futuro da organização. Por outro lado, isto só se consegue criando um ambiente em que as pessoas se sintam confortáveis em arriscar, possam ser criativas, experimentar e falhar!

As organizações devem ser fábricas de geração contínua de ideias e insights, e devem ser capazes de identificar e explorar forças de mudança que já estão e irão continuar a moldar o futuro – Megatendências, Tendências, Sinais Fracos e Wildcards.

As organizações inovadoras trabalham em múltiplos horizontes temporais os quais integram portfolios de projetos que podem ser mais incrementais ou transformacionais. Saber gerir estes processos de transformação alinhando-os com a estratégia global da organização e desenhar Roadmaps Estratégicos é algo fundamental para qualquer organização e líder do futuro.