1 Treze ex-banqueiros do Monte dei Paschi di Siena, a instituição financeira italiana mais antiga do mundo criada em 1472, foram condenados há 15 dias em Milão a penas que variam entre os sete e os cinco anos de prisão. Os gestores praticaram vários crimes financeiros ao falsificarem as contas do banco ao ocultarem várias centenas de milhões de euros de dívida do banco entre 2008 e 2012 — tudo em conluio com Deutsche Bank e o japonês Nomura, bancos que foram condenados a pagar uma multa de 160 milhões de euros. A descoberta do buraco levou o Governo italiano a nacionalizar o Monte dei Paschi di Siena em 2017 para impedir a falência.

Estamos a 25 de novembro de 2019, o Banco Espírito Santo foi alvo de resolução há mais de cinco anos mas a investigação do chamado caso Universo Espírito Santo continua sem data à vista para o seu encerramento. E quando o Ministério Público produzir uma acusação, o sistema judicial português vai demorar muito mais do que cinco anos a realizar a instrução criminal e o julgamento até os ex-administradores do BES terem uma sentença de condenação ou absolvição.

Ricardo Salgado tem 75 anos e muitos outros gestores do BES têm também uma idade avançada. No dia em que escrevo estas linhas, não é arriscado fazer o seguinte prognóstico: muitos dos protagonistas deste caso vão desaparecer antes do trânsito em julgado dos autos do caso Universo Espírito Santo. Ou seja, é muito provável que a culpa pela má gestão do BES, que já custou cerca de 5 mil milhões de euros aos contribuintes, nunca venha a ser apurada.

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