Ficamos a saber recentemente, através de um estudo da Manpower Group, que Portugal é o segundo país do mundo com maior escassez de talento. Ficamos ainda a saber que 67% dos empregadores portugueses têm alguma dificuldade em encontrar os candidatos certos e 18% sentem muita dificuldade na contratação.

Mas a verdade é que o cerne da questão está uns passos atrás, pois não basta querer contratar talento… é preciso formá-lo, atraí-lo e, por fim, retê-lo.

Começando pelo início, precisamos de olhar para a formação e para as entidades formadoras com o foco e dedicação que merecem, olhando para o futuro e para as necessidades de recrutamento que surgirão. Por outro lado, é importante que as empresas estejam próximas das entidades formadoras e universidades, não apenas do ponto de vista colaborativo e corporativo, mas de forma prática junto dos alunos.

É muito mais frequente do que pensamos encontrarmos alunos que, já frequentando uma formação ou licenciatura, ainda não sabem o que querem fazer profissionalmente, e não sabem com quem ou para quem querem trabalhar. Não por desinteresse, mas por não haver uma proximidade real entre os mundos académico e profissional.

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Por isso mesmo afirmo que o enorme problema da retenção de talento tem de ser resolvido pelo início, pela sua fonte e origem. A retenção de talento começa na formação e na atração do mesmo. Havendo uma proximidade real entre as empresas e as universidades, é possível criar uma relação com os aluno e talento futuro.

Na Networkme endereçamos este problema ao colocar atualmente mais de 16.000 alunos universitários em contacto com mais de 50 empresas. Temos uma plataforma tecnológica que cria desafios concretos, que os alunos podem fazer, para compreenderem melhor determinadas funções profissionais que as empresas procuram. Do outro lado estão a próprias empresas que vão criando essa proximidade com o talento futuro, iniciando-se assim um processo de relação bilateral. Na Networkme as empresas podem encontrar uma comunidade de alunos que procura ativamente interagir com o mercado e desenvolver novas capacidades.

De acordo com o referido estudo da Manpower Group, Portugal é o segundo país do mundo onde os empregadores têm mais dificuldade na contratação. Perante esta realidade, importa arregaçar as mangas, identificar o problema, e pôr mãos à obra. Não é possível criar um futuro sem endereçar os problemas intrínsecos do presente, pelo que a interação das empresas com o talento que querem vir a recrutar tem de começar antes. Não pode surgir da necessidade de recrutamento, mas sim da necessidade de estar próximo do mesmo, com uma visão e perspetiva altruísta também de formação e de networking, demonstrando de forma genuína o seu valor acrescentando e ouvindo, de forma ativa, o que as novas gerações de profissionais procuram e esperam das empresas para quais irão trabalhar.

Além das questões teóricas e práticas que podem ser postas à prova e conhecidas através da Networkme, existe ainda o match no que diz respeito ao posicionamento e valores de uma empresa. A gigante americana Salesforce, também afirmava há dias que, desde o incentivo à diversidade até a viabilização da sustentabilidade, a forma como os líderes empresariais mostram que estão a agir de acordo com os interesses de todos nunca foi tão importante para atrair e reter colaboradores.

Podemos então concluir que, por mais relevante e necessário que seja estarmos focados na retenção de talento nas empresas, é necessário focar-nos na resolução desde a sua fase inicial, através da formação e da relação próxima com os colaboradores.