Há mais de uma semana, este jornal anunciava um plano avançado pela líder do BE a fim de resolver o problema da saúde dos portugueses com mais 800 milhões de euros para o SNS. Surpresa! Hoje é a ministra da Saúde – e os «media» em coro! – a anunciar a mesma coisa, assim como mais 8.000 funcionários para o SNS, tudo sem prazo certo. Será este o preço pago pelo PS ao BE para deixar passar o próximo orçamento? Se não é, parece. Em todo o caso, não é a primeira vez que o PS recorre às contas de merceeiro para resolver problemas partidários!

A maioria das pessoas, que não possui uma ideia global dos gastos com saúde, perguntará se 800 milhões de euros são muito ou pouco. A verdade é que não é tanto como a porta-voz do Bloco e a ministra fizeram soar… Segundo os últimos dados conhecidos, Portugal gastou em 2018 um pouco mais de 18 mil milhões de euros com a saúde (9% do PIB), abaixo da média europeia, apesar de ser um dos países mais envelhecidos e com pior estado de saúde declarado nos últimos anos de vida.

É preciso acrescentar que, desde a bancarrota de 2011, o gasto público baixou em comparação à despesa privada, vulgarmente designada por «out-of-pocket», passando de 70% da despesa total em 2000 para 66% em 2018, o que também é baixo em comparação com a média da UE. Hoje, a despesa privada é superior a 6 mil milhões de euros e representa um terço do gasto total. Em suma, os 800 milhões anunciados valem pouco mais de 4% do gasto total com a saúde e apenas 6% do gasto público, do qual 40% é despendido com o pessoal…

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