Há 60 anos, Alcochete só não era hipótese para a ampliação do Aeroporto de Lisboa, porque havia em Alcochete a Zona de Tiro, para treino dos nossos aviões militares, e a guerra em África.

Muita coisa mudou no mundo e em Portugal. Por cá, a revolução do 25 de Abril, com a substituição do Estado Novo, corporativo, pelo Estado mais ou menos socialista e mais ou menos democrata. Acabou a Guerra e acabou o Império.

Havia uma ditadura disfarçada, tradicionalista, com censura política a condicionar os meios de comunicação e uma Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, preocupada em combater o comunismo. Muitos dos governantes pensavam em primeiro lugar na Nação e no Império. Depois da revolução, passámos a uma democracia, também mascarada, em que muitos dos governantes pensam primeiro em se governarem; a censura é partilhada entre os governantes, as corporações profissionais e os grandes grupos económicos e financeiros, que eficaz e suavemente condicionam o pensar e o sentir das pessoas, e a informação dos jornais e das televisões.

Infelizmente, até hoje, os governos do Estado Novo foram, em quase tudo, mais competentes do que os governos da Democracia.

Partindo do princípio de que este “drama” da demissão do ministro das Infraestruturas é uma história mal contada e que é improvável que o plano da construção dos aeroportos não tivesse já sido discutido, ou mesmo aprovado em conselho de ministros, parece-me lógico perguntar o que levou Pedro Nuno Santos a esta “precipitação” ?

E, assim sendo, se o Montijo vai ser provisório, porque não desempenha o Aeroporto de Beja esse papel?

Alguém fez as contas? O Alentejo, não merece essa ajuda? Não poderá atraír até mais turistas do que o Algarve?

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