A 24 de Fevereiro os tanques russos não se limitaram a violar gravemente a integridade territorial e a soberania da Ucrânia. Eles atacaram os valores fundamentais que definem a Europa: a paz, a democracia, a liberdade e o Estado de direito.

Putin quer um futuro revisionista – onde a história pode ser reescrita, onde o mundo das chamadas “esferas de influência” prospera, onde as cortinas de ferro são construídas, onde a liberdade pessoal e a dignidade humana são vistas como um estorvo para o Estado. Putin quer um regresso a um passado que havíamos remetido para os livros de história. Um passado em que a integridade territorial da Europa, a liberdade de autodeterminação dos povos e o direito a escolher o seu próprio destino estão em perigo!

Não podemos deixar que esse passado se torne no futuro da Ucrânia. Os ucranianos querem ser livres. Livres de votar como quiserem, livres de discordar e dissentir, livres de falar, de escrever, de se manifestarem e reunirem. Eles sabem o que está em jogo. E nós, União Europeia, também sabemos bem. Não nos podemos calar nem resignar.

A luta dos ucranianos, o recurso às armas, a legítima defesa em que derramam o seu sangue todos os dias não são mais do que isso: o direito a escolher, a escolher em liberdade. E eles optaram pela Europa, pela União Europeia. Os valores pelos quais lutam são os nossos! Eles também lutam por nós!

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Este é o nosso momento, tanto quanto o deles. O seu futuro é o nosso futuro, juntos, lado a lado, em paz. Uma paz que não seja a mera ausência de guerra, mas antes a prevalência da liberdade e dignidade de todos e de cada um, em prol da justiça e da prosperidade.

A Ucrânia olha para nós com esperança, numa guerra que nunca deveria ter sido forçada a travar. Não podemos recusar-lhe o futuro europeu, que é seu, por direito próprio. Desde o primeiro dia que o Partido Popular Europeu apoia este desígnio europeu da Ucrânia! Não podemos fazê-la esperar mais pelo estatuto de país candidato, que obviamente terá de levar a uma integração com respeito pelos critérios de adesão e ancorada no mérito. O mesmo vale, desde já, para a Moldávia. Ambos os países pertencem à família europeia e devem vir a ser membros da União, não sendo relegados para uma segunda liga, como aprece advogar o Presidente Macron.

Na mesma linha, temos de acelerar a integração dos vários Estados dos Balcãs Ocidentais. Eles merecem um tratamento justo. Precisamos de um calendário claro para o processo de alargamento, com marcos concretos. O alargamento não é uma questão de mercado único e de economia, é hoje uma questão de segurança e de valores. No que respeita à Turquia, uma adesão plena não é realista e devemos ser honestos a este respeito.

O próximo Conselho Europeu deverá tomar uma posição clara. Não percamos mais tempo e enviemos uma mensagem clara a Putin, aos nossos cidadãos e ao mundo: este é o tempo da Ucrânia. Este é o tempo da Europa! De uma Europa para todos os que a querem e com ela sonharam.