A notícia soube-se nos últimos dias do ano de 2019, mas não só não perdeu atualidade, como continua a fazer um eco terrível. Ensurdecedor.

No dia 28 de Dezembro vários jornais publicaram o seguinte (cito a partir do Observador): “um juiz da Horta, nos Açores, absolveu um homem acusado de ter pontapeado e asfixiado a sua namorada, apesar de na própria sentença dar todas as agressões como provadas – mas considerar que o homem não teve intenção de agredir a mulher”.

Parece impossível, mas é verdade. E a decisão de absolver é de tal maneira chocante e perversa que o Tribunal da Relação de Lisboa obrigou a repetir o julgamento. É o mínimo que se pode fazer para repôr a verdade dos factos (provados) e para tentar reparar, também minimamente, a brutalidade de tudo o que aconteceu à pobre mulher que teve o azar de se cruzar com dois homens pouco recomendáveis. Um porque diz que ama, mas agride; outro porque reconhece a agressão, mas decide dar a absolvição.

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