O Associativismo é um dos mais enigmáticos, mas ao mesmo tempo dos mais apaixonantes temas do viver humano em sociedade e consequentemente um fenómeno social digno de atenção e de estudo. Aliás, o fenómeno associativo é um dos corolários fundamentais do homem como animal social.
Partilhar um objetivo comum, através da realização de uma junção de meios e de pessoas é algo que distingue o homem como ser egoísta e solitário do homem solidário que todos nós deveríamos ser.
Numa época em que o associativismo tem cada vez menos voluntários e em que poucos se chegam à frente para tomar conta do futuro das associações, passados três anos na qualidade de presidente da ACCCRO, Associação Empresarial de Caldas da Rainha e Oeste, aproveito para fazer uma pequena reflexão sobre este tema, o Associativismo e o Futuro.
São várias as evidências que apontam para uma relação direta entre altas taxas de participação associativa nos países, e um envolvimento da sociedade civil nos processos de decisão política.
No decorrer dos anos, tem sido cada vez mais difícil de conseguir atrair as pessoas para dirigir os trabalhos das associações, mais ainda quando os cargos não são remunerados. O que me levou a mim e a minha equipa e entrar no projeto, foi por acreditar na importância que esta tem para o desenvolvimento económico, unificação do território e a preservação da identidade histórica e cultural de Caldas da Rainha.
Ao longo dos 120 anos de existência da ACCCRO, atrevo-me com um grande grau de certeza a dizer que terei sido o presidente mais novo de toda a sua história. No decorrer dos meus 29 anos de idade, metade desses anos, estive ligado ao mundo associativo, onde desempenhei quase todo o tipo de cargos e funções.
É importante desmistificar a ideia que por ser jovem não ser possível dirigir instituições de grande relevo na sociedade civil.
Para um caldense que tem um amor enorme pela sua terra e pelas suas gentes, poder contribuir para o crescimento de uma das associações mais antigas do país é uma grande honra. Espero desta forma, pelo exemplo, no futuro haja mais jovens a interagir e a coordenar o futuro destas instituições.
O movimento associativo é o grande corolário e prova de que o interesse público se encontra no topo da hierarquia, diminuindo o individualismo.
No entanto, considero necessária uma reflexão quanto à forma como o associativismo é praticado atualmente, começando por uma alteração de mentalidades das gerações passadas e implementando, cada vez mais, esta vontade nas gerações atuais e futuras.
No mundo associativo é possível fazer o bem pelas causas que as instituições defendem, mas acima de tudo é fundamental para a construção e melhoramento da instituição: HOMEM
Atrair pessoas para a economia social, é um dos desafios do futuro!