A história diz-nos que a viagem já vai longa e que nas várias esferas da vida não há fatalismos inultrapassáveis. Passámos do absolutismo para o parlamentarismo, das teocracias de estado para as convicções pessoais, das criações sagradas para as criações profanas, das famílias impostas para as famílias escolhidas, das servidões da ignorância para o livre arbítrio do pensamento. O mesmo acontecerá com a democracia europeia e o estado pós-nacional no que diz respeito às consequências da revolução digital. A atual desafeição emocional e política dos cidadãos pelos assuntos europeus também passa por aqui.
Neste longo alinhamento, a convergência entre capitalismo low cost, uberização dos serviços e democracia iliberal pode conduzir-nos a um ponto de equilíbrio social instável e perigoso onde o emprego mal pago e o trabalho complementar no âmbito de um quarto setor muito informal coabitam com a liberdade e a segurança condicionadas, no âmbito de uma democracia iliberal, batida, cada vez mais, pelas correntes populistas.
O fundo da questão
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