Sobre o valor do trabalho já me pronunciei com clareza neste e noutros espaços, tal como me manifestei, com clareza, sobre o posicionamento que entendo que o Estado deveria adoptar em relação ao mesmo. Mas a verdade é que, desde os tempos da troika e apesar do “fim” da austeridade, estamos completamente congelados.

Estamos congelados – ironia das ironias – em tempos de descongelamento geral das carreiras públicas, enquanto a carga fiscal que esmaga e desincentiva o trabalho, que penaliza quem trabalhar mais e quem procurar exceder-se no esforço e no denodo profissionais não foi aliviada nem existem indícios de que o possa ser um dia.

É notável o contributo português, encabeçado por Mário Centeno, para o arrefecimento global, que descongela a direito – agora são 350.000 trabalhadores afortunados (que Centeno considerou serem dignos de atenção e piedade, derramando sobre eles o pó mágico descongelante da sua cornucópia generosa que desbloqueia progressões de carreiras e repristina a esperança numa vida melhor), mas vai aprofundando o arrefecimento. Com este importante contributo, até acredito que Centeno quisesse ter estado ao lado de Obama a defender o seu método implacável para congelar economias e todos os males que para ele decorrem do progresso económico privado.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.