Desde que começou a pandemia da Covid-19 que as grandes companhias e os principais centros de investigação em Ciência se lançaram numa corrida investigacional para chegar a um tratamento ou vacina para prevenir esta doença.

Muitas empresas apostam forte na descoberta de uma vacina; outras apostam mais na descoberta de um tratamento eficaz e seguro. Poucas apostam em ambos os caminhos. Quase nenhuma o fará, sem retirar foco das demais áreas de investigação em que estava a trabalhar.

As vacinas são uma das maiores conquistas de saúde pública de sempre. Graças a elas, erradicou-se a varíola, as taxas de mortalidade infantil no mundo desenvolvido baixaram abruptamente e a vacinação contra doenças infeciosas fatais continua a ser a forma mais custo-efetiva de proteger a população. Graças às vacinas, o mundo mudou.

Agora, por força do SARS-CoV-2, estamos a viver um dos maiores desafios da nossa civilização. Mudámos de hábitos, ensaiámos novas rotinas, adotámos novas metodologias de trabalho, incorporámos a digitalização nas relações interpessoais como o novo padrão, assumimos o risco pela experimentação, despimo-nos de dogmas e inovámos mais do que os livros nos vinham recomendando desde há décadas. Era inevitável. E, assim, o mundo mudou.

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Há quem diga que, por força do coronavírus, pela forma inesperada e abrupta como este se impôs e tem deixado o seu trágico rasto em todo o mundo, a civilização humana terá progredido nestes poucos meses o equivalente a uma década. Há quem diga que, pela forma célere e silenciosa com que o coronavírus alterou o nosso padrão de vida, que fomos forçados a rever as nossas prioridades e a criar um (novo) padrão de vida.

Paradoxalmente, ainda não encontrámos a solução para combater este vírus.

Nesta luta contra o coronavírus sabemos que o sucesso depende de uma colaboração global entre países, companhias farmacêuticas e outros importantes interlocutores e, desde o início, temos reiterado a nossa intenção de fazermos um trabalho colaborativo para desenvolver e distribuir a potencial vacina, tornando-a acessível a nível global.

Reafirmando o compromisso com a Ciência e com a descoberta de soluções para problemas de saúde que emergem ou carecem de uma resposta concreta, a MSD e outras farmacêuticas deram importantes e ágeis passos, de forma a dar um contributo realmente válido na luta contra o SARS-CoV-2. Exemplo deste esforço, em matéria de investigação de soluções de prevenção e tratamento, são os programas em curso que assentam na criação de um candidato antiviral e no desenvolvimento de duas vacinas, que se encontram em desenvolvimento pré-clínico, com ensaios previstos para o final de 2020.

O processo de desenvolvimento de uma vacina é complexo, tendo de ser assegurada a sua segurança e eficácia. Assim, por uma questão de responsabilidade, é muito cedo para especular sobre datas de decisão para aprovação. Contudo, estamos todos a envidar os nossos melhores esforços para um desenvolvimento tão célere quanto possível, onde as parcerias e colaborações são determinantes para não só complementar as capacidades de investigação e desenvolvimento, como também reforçar a descoberta, desenvolvimento, produção e distribuição global.

A pandemia de Covid-19 é mesmo o desafio científico e de saúde pública da nossa geração e requer, por isso, colaboração de todos. Não será tarefa fácil, todos o sabemos.

Como recordaremos estes tempos e a forma como o momento será abordado e relembrado pelas gerações vindouras vai depender muito do que estamos a fazer agora para tratar, prevenir e tentar erradicar esta ameaça.

A maior prova será vencer e ultrapassar esta enorme adversidade que veio impor-se nas nossas vidas e ameaçar a forma como vínhamos construindo a nossa civilização, nem sempre isenta de erros, é certo. Mas é, precisamente, considerando a dimensão do desafio que temos pela frente que decidimos mobilizar os nossos recursos e saber científico em duas frentes, fazendo a diferença, abrangendo a prevenção e o tratamento.

O compromisso da MSD em Portugal será total no diálogo e execução com as autoridades de saúde portuguesas, caso tenhamos uma vacina que possa ser distribuída em Portugal. É o que esperamos.