No dia em que a Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) promoveu uma manifestação na cidade de Mirandela, empreendida por mais de 5 mil agricultores de cerca de 80 associações do setor agrícola, a Senhora Ministra mostrou-se indiferente ao mundo rural e aos seus protagonistas, aumentando a fogueira em que arde o Ministério da Agricultura.

O progressivo ataque à independência e autonomia do setor, com a tentativa de o subjugar às Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), privando as Direções Regionais de Agricultura de uma direção com verdadeiras competências e autonomia, é apenas mais um passo no quem tem sido a política errática deste governo relativamente ao setor. Se numa primeira fase se desproveu o Ministério da tutela das florestas, assistimos agora à extinção da Secretaria de Estado da Agricultura, naquele que é mais um passo para o processo de desmantelamento em curso.

Do mandato de Maria do Céu Antunes ressaltam duas evidências que têm vindo a denunciar o seu desempenho enquanto governante. Um desconhecimento completo do setor agrícola nacional, ao que acresce a sua impreparação para lidar com as dificuldades dos agricultores e uma falta de cultura democrática, que a impede de aceitar as críticas construtivas de representantes do setor.

São vários os episódios que descredibilizam as suas palavras e ações, mas há um em particular que denota bem o cariz das suas opções políticas: quando confrontada com a falta de apoios ao setor, justificou alegando que a CAP tinha pedido aos associados que não votassem no Partido Socialista e, por esse motivo, não deviam agora reivindicar apoios ao Governo.

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Os agricultores não reconhecem a Maria do Céu Antunes preparação ou competência para liderar este Ministério tão importante para o País e com inestimável valor para os territórios rurais. Um Ministério que desempenha um papel fundamental para a tão almejada coesão territorial e para o desenvolvimento sustentável, económico e social das regiões do Interior.

Senhora Ministra, faça algo realmente proveitoso para a agricultura nacional: demita-se.

Afinal de contas, os agricultores merecem reconhecimento e respeito!