As fronteiras são a porta de entrada da Covid-19 em qualquer país. Todos nós sabemos que as novas variantes têm um papel determinante no aumento de casos e resistência do SARS-CoV-2 . As próprias vacinas estão a ser testadas com frequência, uma vez que a sua eficácia não é a mesma nas diferentes marcas.

Estas novas variantes podem provocar um aumento de número de casos e contágios entre a comunidade. A pouca eficácia das vacinas contra estas novas variantes irá provocar o ressurgimento de novos casos e o não avanço para uma nova fase de desconfinamento. Poderá até mesmo fazer recuar estas fases, com todas as consequências para as pessoas e cidades mais afetadas.

Sabendo, neste momento, a nível global, quais as cidades e países com variantes mais virulentas, devemos ter como objetivo principal bloquear a entrada destas perigosas variantes no nosso país.

Daí a importância das fronteiras nesta fase de desconfinamento.

Em primeiro lugar, não devemos voltar a repetir o mesmo erro do passado e deixarmos entrar passageiros oriundos do Reino Unido. A variante britânica já é responsável por mais de 90 % dos casos de infeção por Covid-19. Os turistas vindos do Reino Unido devem fazer o teste de rastreio até 72 horas antes da partida. A confirmação do resultado deve ser apresentado no balcão da companhia de aviação. Só depois da funcionária confirmar que o teste é negativo, poderá ser emitido o bilhete de embarque. Em Portugal, os passageiros devem ser sujeitos a quarentena obrigatória de 14 dias, não podendo sair do quarto. Durante este período, devem receber a visita de profissionais indicados pela Direção Geral de Saúde e voltarem a ser testados, ao quinto e 13º dia, antes da alta clínica. Só assim poderemos controlar melhor a possibilidade de qualquer contágio.

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No que se refere às variantes de Manaus, Brasil, e da África de Sul, ambas extremamente contagiosas e com grau de resistência maior às vacinas, temos de usar a mesma estratégia nas fronteiras. Controlar a entrada dos passageiros oriundos destes países é uma tarefa necessária e inteligente da DGS e do Governo. Se deixarmos entrar os passageiros sem este mínimo de sensibilidade, iremos cometer os mesmos erros, com a agravante de estas variantes serem ainda piores.

Pelos mesmo motivos, temos igualmente de controlar a entrada das variantes japonesa e indiana. Os turistas destes países devem seguir a mesma obrigação de quarentena e testagem que os outros.

O Governo deverá, em colaboração com outros países, dar esta ordem às agências de viagem, a fim de evitar entradas de passageiros sem testes. Não podemos permitir que passageiros destas regiões, com variantes altamente perigosas, entrem em Portugal. Iríamos voltar a cometer os mesmos erros. Falhar uma vez, até podemos esquecer, mas à segunda, será por total distração, teimosia e incompetência.

As fronteiras devem ser olhadas com muita atenção. Qualquer erro na decisão será fatal para as nossas aspirações e futuro.

A chave do sucesso nesta fase é fazer um controlo rigoroso e corajoso nas fronteiras, para evitar a entrada de novas variantes ainda mais perigosas e letais.