As mudanças no mundo do trabalho impulsionadas pela pandemia consolidaram-se como a nova normalidade e os modelos híbridos ou totalmente remotos tornaram-se cada vez mais recorrentes. Este cenário traz muitas oportunidades, mas também novos desafios para as organizações, especialmente, no que diz respeito ao fomento da cultura empresarial.

A adoção de modelos de trabalho à distância permite às empresas captar uma maior variedade de perfis profissionais, com diferentes experiências, culturas e competências, algo que vem enriquecer as equipas e proporcionar-lhes uma vantagem competitiva. No entanto, esta visão não pode ser desassociada do desenvolvimento de uma cultura organizacional humana, colaborativa e coesa. Deverão, menos ainda, ser considerados conceitos incompatíveis.

Por isso, este é o momento certo para reajustar e repensar estratégias que contribuam para o exercício e vivência da cultura empresarial por todos os colaboradores, independentemente da região onde estejam a trabalhar. A distância geográfica entre a pessoa e o escritório não deve ser proporcional ao      seu envolvimento na estratégia, crescimento e desenvolvimento da empresa. Mas, para que isso se verifique, as organizações devem trabalhar para esta integração de forma ainda mais proativa.

A criação de momentos presenciais e iniciativas em equipa ganha, então, destaque e pode assumir diversos formatos, como team buildings e offsites. Estes encontros geram espaço para as equipas desenvolverem laços, partilharem conhecimentos e as suas realidades e desafios, enquanto promovem um entendimento mais profundo da colaboração, dos objetivos e das metas das empresas.

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É possível criar uma ótima cultura empresarial numa empresa remota, desde que exista consciência do desafio e, consequentemente, maior dedicação à implementação e acompanhamento desta na jornada do colaborador, desde o processo de recrutamento até ao momento de saída. Só assim poderão garantir o entendimento holístico da cultura, por parte dos colaboradores, e a sua vivência e disseminação.

A cultura de uma empresa é ditada pelos valores, prioridades e dinâmicas que se estabelecem entre equipas. E o foco na comunicação, na transparência e na honestidade, por parte de todos, mas em especial pela liderança, assim como a criação de uma cultura de responsabilidade, que proporcione o equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal são essenciais para que todos os colaboradores se identifiquem com a organização. Segundo o estudo “Decoding the Digital Talent Challenge”, desenvolvido pela Boston Consulting Group para compreender um dos setores mais competitivos a nível global e apoiar as empresas nas suas estratégias de retenção de talento, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional continua a ser o aspeto que os colaboradores mais valorizam no emprego, seguido de uma boa relação com os colegas de trabalho.

Apesar de não ser um modelo novo, já que várias empresas eram “remote-first” ainda antes da pandemia, a verdade é que só esta situação despertou organizações e colaboradores para que o trabalho remoto ou híbrido seja mais do que uma opção, mas uma escolha frequente. E a maioria dos líderes e gestores está agora a aprender a trabalhar remotamente a longo prazo, de forma sustentável e recompensadora.