Na passada sexta-feira o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, pediu desculpas aos utentes dos transportes públicos pelas supressões que têm existido, tendo António Costa afirmado que há serviços que funcionam de forma “deficiente”. Digam o que disserem estou convencido que estes problemas com os transportes públicos são só mais uma manobra do nosso habilidoso primeiro-ministro. Se não, reparem. Menos transportes públicos a circular, menos despesa em combustíveis e em desgaste do material. O Estado amealha. Ao mesmo tempo, com menos transportes públicos disponíveis os cidadãos têm de usar mais o carro próprio. Ora, quando usam o automóvel, tumba!, são parados pela GNR e pelas Finanças para pagarem mais impostos. E o Estado embolsa novamente. É que é sempre a recepcionar verbas por parte de Mário Centeno.

A referida operação stop a cargo da dupla GNR/Fisco introduziu uma novidade importante no tecido económico português. Por tradição, a actividade profissional mais comummente exercida na beira da estrada era uma antiquíssima actividade isenta de impostos. Pois bem, hoje em dia são os próprios agentes de cobrança de impostos que exercem a sua actividade laboral na beira da estrada. Quem afiança não estarem a ser implementadas mudanças estruturais na nossa economia ponha os olhos nisto.

Em termos de transportes públicos a situação da CP é particularmente grave. Tanto assim que Portugal já é motivo de chacota lá fora. Do género: um português, um francês e um inglês entram num comboio em Londres. Diz o inglês: “Os nossos comboios são dos mais pontuais do mundo”. Contrapõe o francês: “Sim, mas os nossos comboios são os mais rápidos da Europa”. Nisto o português interrompe, incrédulo: “Mas espera. Pára tudo. Nos vossos países estes veículos deslocam-se mesmo de um lado para o outro, é?!”

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