Estamos a viver a golden age do Design. A cada ano nasce uma nova dimensão na área que permite especializar e relacionar o design de forma cada vez mais direta com diferentes valências, departamentos e recursos de uma empresa.

Os designers impactam milhões de pessoas e estilos de vida. São quem cria produtos, ferramentas, marcas, espaços e experiências presentes no dia-a-dia de todos nós. E com a evolução tecnológica, as empresas ganham cada vez mais consciência da importância do design no desenvolvimento do negócio, em particular no desenvolvimento de produtos e serviços oferecidos.

Muito mais do que sentido estético apurado, sensibilidade visual ou skills de desenho, o designer de hoje ajuda na resolução de problemas, compreende como funciona o negócio e tenta traduzir conceitos e experiências de forma prática adequada a targets específicos, acabando por ter de dominar áreas que vão muito além de que não são estudadas na faculdade:

  • Como apresentar um projeto a um não designer
  • Como fazer research, conhecer e compreender os consumidores
  • Como trabalhar com engenheiros e developers
  • Como resolver problemas e responder a necessidades de mercado
  • Como otimizar o design para atingir KPI’s de uma empresa ou negócio

Aquilo que desenhamos e criamos é para ser usado por não-designers, por alguém que não irá olhar para o produto, peça ou serviço da mesma forma. E mais do que o aspeto do produto, é a experiência de utilização: como leem e usam, o que sentem, o que os leva a fazer. Tudo isto irá condicionar a forma como consumidores percecionam as marcas associadas a esse produto, e, muito mais do que isso, determina se aquele momento de utilização e contacto gera receita agora e no futuro.

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No entanto, há atualmente um grande gap entre design e o negócio que queremos tentar combater, que está na forma como os designers integram empresas e organizações, em diferentes momentos da carreira.

Julie Xhuo, VP of Product Design na Facebook, descreve uma carreira de design dividida em 3 momentos:

  1. Craft & Execution: aprender os básicos do design, dominar as ferramentas, tornar-se cada vez melhor a desenhar de forma simples e depurada
  2. Product Thinking: um produto forte significa que percebemos o que é um bom resultado e como desenhar uma experiência que conduza a esses bons resultados.
  3. Influencing Skills: comunicação clara e boa capacidade de trabalhar de forma colaborativa.

Em empresas como Facebook, Google ou Amazon, os designers têm um papel que vai muito além da estética – focados em Product Thinking. Nestas empresas, os designers garantem que a empresa está a desenvolver as melhores features para as pessoas certas. Estão totalmente a par dos objetivos e ambição do negócio, reconhecem como o seu trabalho está ligado a esses objetivos, quem são os users que servem, quais as suas necessidades e como é o que o seu sucesso é medido.

Em particular em startups tecnológicas, os designers devem estar envolvidos diretamente com Management Team, equipas de Gestão de Cliente, Business Development, Developers, Engenheiros, de forma a compreender a perceção de clientes e consumidores, e sobretudo a estratégia da empresa – métricas de retenção, engagement, conversão, modelos de negócio.

Se antigamente dizíamos aos designers o que tinham de fazer, hoje em dia são os designers que nos mostram o que é possível fazer. São eles que abrem as cabeças e ajudam a pensar de forma adequada às necessidades dos consumidores.

No final do dia, os negócios existem para gerar receita e vão valorizar tudo o que os ajudar a atingir esses objetivos. E é aqui que os designers podem fazer a diferença, traduzindo planos de negócio e objetivos de produtos e serviços em experiências que transformam o dia-a-dia dos consumidores e empresas.

Se antigamente dizíamos aos designers o que tinham de fazer, hoje em dia são os designers que nos mostram o que é possível fazer.

Mais do que um sentimento, queremos liderar analiticamente: Medir e impulsionar o desempenho do design com o mesmo rigor que receitas e custos

Mais do que um departamento, é um talento multidisciplinar: tornar o design centrado no usuário é uma responsabilidade de todos, não uma função de um departamento específico.

Mais do que uma fase, é iteração contínua: elimine o risco do desenvolvimento do produto, ouvindo, testando e iterando continuamente com os utilizadores finais.

Mais do que um produto, é a experiência de utilizador: Quebrar as paredes internas entre o design físico, digital e de serviço.