O Primeiro-Ministro, António Costa, esteve em isolamento profiláctico dez dias, “imposto” pela direcção-geral de Saúde (DGS), por ter contactado com dois infectados com Covid-19, apesar de estar vacinado, ter o certificado de vacinação e apresentar testes negativos.

O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, cumpriu também o isolamento profiláctico após um contacto de risco por uma pessoa infectada com Covid-19, por conselho das autoridades de saúde, apesar de se sentir bem e não ter sintomas.

A directora-geral de Saúde, Graça Freitas, foi colocada em isolamento profilático, em “cumprimento ao disposto nas normas da DGS”, na sequência de ter tido um contacto de risco com uma pessoa infectada com Covid-19. Também neste caso não se verificavam sintomas.

Um deputado do PSD (não identificado) esteve em contacto com um possível contagiado com Covid-19. Seguindo o Plano de Contingência da DGS, o Parlamento colocou 31 pessoas (entre deputados e funcionários) em isolamento profiláctico e preventivamente foram realizados 170 testes.

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Mas os profissionais dos “Serviços de Registos” – que estão desde a primeira hora na linha da frente a atender milhões de cidadãos -, quando um dos deles fica infectado com Covid-19, não ficam em isolamento profiláctico. Nem sequer são testados!

As mesmas autoridades de saúde não aplicam os mesmos critérios a todos os cidadãos portugueses. Diz-me quem és e dir-te-ei se ficas ou não em isolamento profilático.

Será que estar diariamente durante sete horas em contacto próximo, em ambientes fechados, sem limpeza adequada e sem nenhum tipo de higienização para a Covid-19, a partilhar documentos entre si, não é considerado contacto de alto risco?

Se estas circunstâncias não o são, então sempre gostaríamos de saber quais é que são as circunstâncias em que as autoridades de saúde consideram ter existido “contacto de alto risco”, nomeadamente para os casos supra-referidos.

Os cidadãos que depois são atendidos por estes profissionais, que tendo tido um contacto de alto risco continuam a atender em vez de ficarem em isolamento, ficam protegidos? Nestes casos não está em causa a “saúde pública”?

Que se saiba, o vírus ataca todos e não escolhe cargo, profissão, género, idade ou raça quando infecta.

Desde o início da pandemia – Março de 2020 – que o Governo, nomeadamente o Primeiro-Ministro, a ministra da Justiça e a secretária de Estado da Justiça, a ministra da Saúde e o secretário de Estado da Saúde, a própria direção-geral da Saúde, têm conhecimento da falta geral de limpeza nas conservatórias e, em particular, da falta de limpeza especializada em Covid-19, como a que foi contratada para os tribunais, no valor de 5 milhões de euros.

É preciso, em cada um dos “Serviços de Registo”, sempre que um dos seus profissionais fique infectado, isolar profilacticamente os restantes que com ele tenham estado em contacto.

Nas conservatórias são atendidos milhões de cidadãos, pelo que urge assegurar limpeza especializada como a que foi contratada – e bem! – para os tribunais.